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Agência Correio
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 08:08
Cientistas na Austrália identificaram uma vulnerabilidade genética crucial em tipos agressivos de câncer. Estes incluem tumores de fígado, pulmão e estômago. A descoberta, publicada na revista EMBO Reports, abre caminho para tratamentos inovadores.>
O estudo focou em um mecanismo celular: o splicing menor. Ele é vital para a sobrevivência de certos tumores, mas dispensável para a maioria das células saudáveis. Interromper esse processo reduziu drasticamente o crescimento tumoral.>
A pesquisa, conduzida pelo instituto WEHI, demonstra uma abordagem promissora. Ela visa combater um problema complexo, que há muito tempo resiste às terapias tradicionais. Um novo horizonte surge para pacientes.>
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Pesquisadores australianos revelaram um "calcanhar de Aquiles" genético em tumores agressivos. Eles focaram no splicing menor, processo que afeta apenas 0,05% do genoma humano. Contudo, é chave para a divisão rápida de células cancerosas.>
Este mecanismo é especialmente importante para cânceres com mutações no gene KRAS. Tal gene é conhecido por sua difícil abordagem no tratamento. Agora, a ciência aponta para uma estratégia alternativa, sem atacar diretamente as mutações.>
A nova técnica não mira as mutações em si, mas sim um processo essencial para o crescimento do tumor. Ao reduzir a proteína RNPC3 pela metade, crucial para o splicing menor, cientistas viram queda expressiva na quantidade de tumores.>
A professora Joan Heath, do WEHI, afirma: "A pesquisa oferece uma nova maneira de abordar um problema que há muito tempo resiste às abordagens convencionais, com o potencial de ajudar um grupo muito maior de pacientes." É um grande avanço.>
O bloqueio do splicing menor também ativou uma rota de defesa natural: a via p53. Conhecida como "guardiã do genoma", ela age impedindo a multiplicação de células com DNA danificado, ou promovendo seu reparo ou morte.>
A pesquisadora Karen Doggett, primeira autora do estudo, explica: "O bloqueio de pequenos splicings causa danos ao DNA e ativa essa resposta defensiva crítica, o que significa que cânceres com uma via p53 funcional provavelmente são especialmente vulneráveis a essa estratégia.">
Para avançar, a equipe já avaliou mais de 270 mil moléculas. Muitas delas demonstraram potencial para se transformar em novos medicamentos contra o câncer. O próximo desafio: transformar essa descoberta em terapia segura e eficaz para uso clínico.>
Se for bem-sucedida, essa estratégia trará esperança renovada para muitos pacientes. Especialmente aqueles com tumores que hoje contam com poucas opções de tratamento. Um futuro mais promissor para a oncologia.>