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Comer doce aumenta a vontade por açúcar? Cientistas desvendam mito

Pesquisa indica que ideia de que doce “vicia” pode ser mais crença popular do que ciência

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 18 de junho de 2025 às 16:00

Estudo acompanhou voluntários por seis meses e não encontrou aumento de desejo por açúcar
Estudo acompanhou voluntários por seis meses e não encontrou aumento de desejo por açúcar Crédito: Freepik

Será que exagerar nas sobremesas faz a gente ter mais vontade de comer doce? Essa é uma ideia comum, mas talvez não seja tão verdadeira quanto parece.

Uma pesquisa apresentada durante o congresso Nutrition 2025 avaliou essa questão a fundo. O estudo, liderado por Kees de Graaf, professora de nutrição da Universidade de Wageningen, na Holanda, observou o comportamento de pessoas com diferentes níveis de consumo de açúcar por um período de seis meses.

Segundo a pesquisadora, a crença de que comer açúcar leva ao desejo constante por doces nunca foi confirmada com evidência científica sólida. A equipe decidiu investigar se realmente existe uma relação entre o consumo contínuo de doces e o aumento da vontade por esse tipo de alimento.

Como foi feita a pesquisa

O estudo contou com 180 adultos, divididos em três grupos. O primeiro consumia doces em pequena quantidade, de acordo com as recomendações nutricionais. O segundo tinha uma ingestão moderada e o terceiro foi incentivado a comer mais sobremesas ao longo dos seis meses.

Para garantir a precisão dos dados, os pesquisadores usaram amostras de urina com marcadores específicos, que indicavam quanto açúcar foi ingerido. Além disso, questionários ajudaram a medir o desejo por doces e as preferências alimentares dos participantes.

Doces por Shutterstock

Resultados surpreendentes

Mesmo com níveis bem diferentes de consumo, os três grupos mostraram resultados parecidos em relação à vontade de comer doce. Ou seja, comer mais açúcar não aumentou o desejo por açúcar.

De acordo com De Graaf, estudos anteriores mais curtos já apontavam nessa direção, mas o novo trabalho se destaca por ser de longo prazo e contar com métodos mais rigorosos de acompanhamento.

Efeitos na saúde também foram analisados

Além do desejo por açúcar, os cientistas investigaram possíveis impactos na saúde, como ganho de peso, risco de diabetes e alterações cardiovasculares. Nem mesmo os participantes que consumiram mais doces apresentaram mudanças significativas nesses indicadores.

Apesar disso, os pesquisadores destacam que isso não significa que doces estão liberados sem moderação. O consumo excessivo, especialmente de bebidas açucaradas, ainda é um fator de risco conhecido para obesidade e outras doenças.

Ainda há dúvidas a esclarecer

Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), em entrevista a Folha de São Paulo, avaliou o estudo como promissor, mas ponderou que o número de participantes pode ser insuficiente para conclusões definitivas.

Outro ponto levantado por ele é a limitação no controle real da dieta dos voluntários, já que o estudo não teve monitoramento constante do que cada um consumiu no dia a dia.

Para o futuro, os pesquisadores pretendem publicar o trabalho em revista científica e expandir a investigação. Entre as próximas etapas, está a análise do comportamento de crianças e a avaliação de fatores genéticos, que podem influenciar o gosto por doces de forma individual.