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Agência Correio
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 11:23
Lixeira espacial é o nome que pode ser dado ao projeto apoiado pela NASA em parceria com a TransAstra, que busca recolher de forma prática os milhões de fragmentos que flutuam em órbita. Esses detritos, resultado de décadas de atividade humana no espaço, representam riscos de colisões e aumentam os custos de operação de satélites. >
A solução propõe o uso de cápsulas em formato esférico, que funcionam como sacos coletores. Elas podem variar de tamanho e se adaptar às diferentes dimensões dos resíduos. Com isso, torna-se possível realizar missões de limpeza mais rápidas, sem exigir manobras complicadas de encaixe.>
Planetas
Uma das maiores vantagens desse sistema é sua simplicidade. Em vez de exigir que o detrito tenha pontos específicos de acoplamento, a cápsula simplesmente envolve o objeto com seu saco, fechando-o de forma segura. Isso reduz drasticamente o risco de falhas e amplia as possibilidades de captura.>
Essa característica é fundamental porque a diversidade de formas e tamanhos do lixo espacial torna métodos tradicionais ineficazes em muitos casos. Com as cápsulas, quase qualquer objeto pode ser recolhido, desde pequenos fragmentos até satélites inteiros fora de operação.>
Um dos desafios mais complexos da limpeza espacial é lidar com detritos em rotação. Muitos objetos giram em velocidades altas e irregulares, o que dificulta a aproximação segura. A proposta da TransAstra contempla sistemas que permitem que a cápsula ajuste sua própria rotação, igualando-se ao alvo antes de fechar o saco.>
Essa funcionalidade é crucial para ampliar a eficácia do sistema. Sem ela, a coleta estaria limitada a detritos mais estáveis, o que não resolveria o problema maior. A sincronização dinâmica garante que até objetos em movimento imprevisível possam ser capturados.>
Depois da captura, os resíduos seriam levados até uma estação em órbita, planejada pela ThinkOrbital. Essa instalação de grande porte funcionaria como uma oficina espacial, equipada para reparar, reciclar e analisar os materiais recolhidos. Dessa forma, em vez de simplesmente descartar os resíduos, a estação daria uma nova utilidade a eles.>
Essa iniciativa representa uma mudança de mentalidade: transformar lixo em recurso. O espaço passa a ser visto como um ambiente no qual nada é desperdiçado, e tudo pode ser reaproveitado para futuras missões e construções.>
Segundo estimativas, o método dos sacos coletores pode reduzir os custos em até seis vezes em comparação a soluções convencionais. Além disso, o consumo de combustível seria 82% menor, e o tempo total para cada operação cairia em cerca de 40%. Esses números mostram a eficiência e o potencial de escala da proposta.>
Combinando simplicidade, economia e sustentabilidade, o projeto se coloca como um dos mais promissores já apresentados para lidar com a poluição orbital. Se validado em testes práticos, poderá inaugurar uma nova era de gestão do espaço, onde eficiência e preservação caminham lado a lado.>