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Da Redação
Publicado em 16 de março de 2022 às 11:01
- Atualizado há um ano
Quem tem dentes perfeitos acaba indo menos e, consequentemente, gastando menos no dentista. Sabendo disso, Scott Charmoli teve uma ideia: quem não tinha problemas dentais naturalmente, ele fazia questão de criar artificialmente e, assim, fidelizar a clientela.
Com a estratégia criminosa de quebrar e perfurar deliberadamente os dentes dos pacientes para depois cobrar pelo reparo, Scott passou de um faturamento de US$ 1,4 milhão (R$ 7,2 milhões), com o implante de 434 coroas em 2014 para US$ 2,5 milhões (R$ 12,8 milhões) e realizar mais de mil procedimentos de coroa um ano depois.
Na última quinta-feira, após um julgamento de quatro dias, Scott, de 61 anos, foi condenado por cinco acusações de fraude no sistema de saúde e duas acusações de fazer declarações falsas sobre o tratamento de seus pacientes. Ele deve ser sentenciado em junho, quando enfrentará até 10 anos por cada uma das acusações de fraude de assistência médica e um máximo de cinco anos nas outras duas condenações.
O americano tinha ativos no valor de mais de US$ 6,8 milhões (R$ 35 milhões) no fim de 2020 e propriedades de veraneio em Wisconsin e Arizona, segundo os promotores, que alegam que ele faturou mais de US$ 4,2 milhões (R$ 21,6 milhões) por coroas entre 2016 e 2019. No total, foram cerca de R$ 35,5 milhões ganhos em tratamentos desnecessários.
A partir de 2015, Charmoli atormentou seus pacientes para obter coroas de que não precisavam, alegaram promotores federais. Depois de danificar intencionalmente seus dentes, ele enviou fotos e raios-X para as companhias de seguros como fotos de "antes" para justificar o tratamento necessário para reparar o dano que acabara de causar.
Um desses pacientes, Todd Tedeschi, testemunhou que Scott o persuadiu a obter duas coroas durante uma sessão, mesmo que seus dentes parecessem bons, informou o "Milwaukee Journal Sentinel".