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Dormir demais faz mal? Entenda os riscos à saúde

Neurocientista explica por que dormir muito também pode ser um problema

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 05:30

Excesso de sono pode aumentar riscos cardíacos e afetar a saúde mental
Excesso de sono pode aumentar riscos cardíacos e afetar a saúde mental Crédito: Freepik

Sentir-se sonolento após uma noite mal dormida é algo comum. Mas e quando o problema é justamente o contrário — dormir demais? Embora possa parecer inofensivo, o hábito de passar muitas horas na cama pode trazer consequências sérias para o corpo e a mente, segundo estudos recentes e especialistas em sono.

A deficiência de magnésio pode prejudicar a qualidade do sono (Imagem: MAYA LAB | Shutterstock) por Imagem: MAYA LAB | Shutterstock

Durante o Congresso Brain, Behavior and Emotions 2024, a neurocientista Mônica Andersen, do Instituto do Sono, explicou que o tempo ideal de sono varia de pessoa para pessoa — e que o excesso pode ser prejudicial. Mais do que descansar, é preciso encontrar o equilíbrio certo.

Cada pessoa tem um tempo ideal de sono

Apesar da recomendação popular de dormir entre sete e oito horas por noite, isso não é uma regra rígida. “Cada um de nós tem uma quantidade de horas de sono ideal. E isso não tem como a gente mudar, é uma característica”, afirma a dra. Mônica Andersen.

Ela reforça que quem acorda se sentindo bem, mesmo dormindo menos ou mais do que o padrão, não precisa se preocupar. Termos como “pequeno dormidor” ou “grande dormidor” apenas descrevem essas variações individuais — e não indicam, por si só, problemas de saúde.

Dormir demais pode ser um sinal de alerta

Por outro lado, quem dorme mais do que o necessário pode começar a perceber efeitos indesejados, como cansaço ao acordar, dor de cabeça ou até náusea. A longo prazo, o impacto pode ser ainda mais grave.

Um estudo da Universidade de Nevada, publicado na revista Sleep Medicine, mostrou que dormir mais de 10 horas por noite está associado a um risco sete vezes maior de infarto ou AVC. Isso porque o sono excessivo pode fragmentar os ciclos noturnos e elevar a pressão arterial repetidamente, favorecendo a inflamação e problemas cardíacos.

Além disso, dados da Universidade de Western, no Canadá, indicam que grandes dormidores tendem a apresentar maior uso de medicamentos, mais distúrbios mentais e piores resultados em saúde geral.

Causa ou consequência?

A dra. Mônica levanta um ponto importante sobre as pesquisas: “Será que a pessoa que diz que dorme nove horas e meia já não tinha uma condição clínica, por exemplo, uma depressão, que a fazia aumentar o tempo de sono?”.

Ou seja, ainda há dúvidas sobre o que vem primeiro — se o sono prolongado causa problemas de saúde ou se é apenas um reflexo de algo que já está em desequilíbrio. Para esclarecer essa relação, seriam necessários estudos mais amplos, que envolvam diferentes perfis sociais e faixas etárias.

Ciclos do sono: mito ou verdade?

Métodos que calculam os “ciclos do sono” e prometem determinar o melhor horário para acordar ganharam popularidade na internet. A teoria é que evitar despertar no meio de um ciclo traria mais disposição. No entanto, essa ideia ainda carece de comprovação científica. “Não dá para dizer se tem ou não efeito, nem positivo, nem negativo”, afirma a dra. Mônica.

Como saber se você está dormindo demais?

Uma forma prática de descobrir seu tempo ideal de sono é prestar atenção aos sinais do seu próprio corpo. A dica da especialista é simples: durante 14 dias, vá dormir quando sentir sono e acorde naturalmente, sem despertador. O ideal é fazer isso durante as férias ou em um período sem grandes responsabilidades.

Ao registrar os horários em que adormece e acorda, será possível identificar o seu padrão natural e entender se está dormindo o necessário ou apenas compensando o cansaço.

Como melhorar a qualidade do seu sono

Independentemente de ser um dormidor curto ou longo, manter uma rotina saudável é essencial para um sono de qualidade. Veja algumas dicas recomendadas por especialistas:

  • Estabeleça horários fixos para dormir e acordar
  • Evite cafeína e bebidas energéticas à noite
  • Reduza o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir
  • Pratique exercícios físicos regularmente
  • Prefira resolver tarefas estressantes no início do dia

Dormir é fundamental para o bom funcionamento do organismo — mas, assim como tudo na vida, precisa de equilíbrio. Conhecer seu corpo, respeitar seus limites e adotar bons hábitos pode fazer toda a diferença na sua saúde física e mental.