Marcos Mion defende que humoristas podem escolher atacar minorias e diz que Leo Lins é 'genial'

Marcos Mion se manifestou publicamente contra a condenação do humorista Leo Lins, que foi sentenciado a 8 anos e 3 meses de prisão pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo por causa de piadas feitas em shows. Em uma postagem, o apresentador da Globo afirmou que considera a decisão um "ultraje" e defendeu o direito à liberdade de expressão, mesmo criticando o conteúdo das piadas do colega.

“Leo Lins é um excelente humorista. Ele começou na TV sendo redator do meu antigo programa, Legendários, e eu adorava seus textos, suas ideias. Ele escrevia bases muito boas para as minhas análises de programas e novelas. Dentro da sua enorme capacidade e genialidade, ele optou pelo caminho do humor ofensivo, do escárnio, do choque e da absoluta falta de respeito”, disse Mion.

Apesar de destacar que não compactua com o estilo de humor de Lins, Mion rejeitou a pena imposta. “É uma escolha do humorista optar em infringir dor em minorias, espalhar o mal… fazer mal para os objetos dos seus textos. E tudo bem. Quem não quer ser impactado não vai ao show, não assiste ao conteúdo. Está no jogo”, afirmou.

Pai de Romeo, que tem autismo, Mion lembrou que já teve um embate com Lins por causa de uma piada sobre a condição do filho, mas reforçou que isso não justifica uma condenação criminal. “Você pode processar o Léo, alguém um dia vai ceder à vontade de dar um soco na boca dele, mas condená-lo à prisão por uma ‘piada’ não faz nenhum sentido”, disse.

A sentença de Lins gerou intensa repercussão e mobilização entre artistas e defensores da liberdade de expressão. Segundo a decisão da Justiça, o humorista também foi condenado ao pagamento de uma multa milionária. O caso ainda cabe recurso. Posso reunir um resumo com os principais trechos das piadas que motivaram a sentença, se quiser.