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Morre Mestre Damasceno, ícone do carimbó e lenda do Marajó, aos 71 anos

Cantor, compositor e imortal da Academia Marajoara de Letras deixa legado de mais de 40 anos

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 15:42

Mestre Damasceno
Mestre Damasceno Crédito: Reprodução

O Brasil perde uma de suas maiores referências culturais. Mestre Damasceno, nome artístico de Damasceno Gregório dos Santos, morreu aos 71 anos nesta terça-feira (26), coincidentemente no Dia Nacional do Carimbó, gênero que ele ajudou a preservar por quase quatro décadas. O artista estava internado em Belém desde 22 de junho, enfrentando câncer com metástase no pulmão, fígado e rins, além de pneumonia e insuficiência renal nos últimos meses.

“Figura essencial da cultura paraense e amazônica, Mestre Damasceno deixa um legado de saberes, histórias e ensinamentos que marcaram a vida de todos que tiveram a honra de conviver com ele”, destacou a família em nota oficial, agradecendo as mensagens de apoio recebidas. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

O governo do Pará decretou luto oficial em homenagem ao artista, enquanto o Ministério da Cultura lembrou sua trajetória como precursor do Búfalo-Bumbá, defensor incansável do carimbó e referência na preservação das tradições amazônicas. Em maio deste ano, Mestre Damasceno recebeu a Ordem do Mérito Cultural, reconhecendo sua contribuição para a cultura brasileira.

Natural da Comunidade Quilombola do Salvá, em Salvaterra, Mestre Damasceno perdeu a visão aos 19 anos, mas transformou a adversidade em força criativa. Desde jovem, destacou-se como colocador de boi-bumbá e, em 1986, iniciou sua carreira como compositor e intérprete de carimbó. Em 2013, fundou o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, com quatro álbuns lançados, e continuou a inovar com projetos como o Cortejo Carimbúfalo e o Festival de Boi-Bumbá de Salvaterra, levando a cultura quilombola e amazônica a novas gerações.

Mestre Damasceno por Reprodução

Com mais de 400 composições autorais e seis álbuns gravados, Mestre Damasceno também se destacou na literatura e foi nomeado imortal na Academia Marajoara de Letras. Entre suas obras, está o livro “Mestre Damasceno e as Cantorias do Marajó”, voltado ao público infantojuvenil, lançado recentemente na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.

O artista também deixou sua marca no carnaval: em 2025, a Grande Rio escolheu sua composição "A mina é cocoriô!" como samba-enredo, homenageando o Pará. Mestre Damasceno será lembrado como símbolo de resistência cultural e guardião das tradições do Marajó, um verdadeiro patrimônio vivo da música e da cultura amazônica.

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