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Agência Correio
Publicado em 26 de junho de 2025 às 10:00
O deserto do Atacama enfrenta uma grave crise ambiental, pois montanhas de roupas descartadas se acumulam, transformando a paisagem em um grande aterro a céu aberto. Esta realidade, além de visualmente impactante, gera sérias consequências para a saúde do ecossistema local. >
A moda rápida, uma das indústrias mais poluentes do mundo, tem seu impacto amplificado no Atacama. Muitas das peças abandonadas são feitas de poliéster, um material resistente que leva impressionantes 200 anos para se decompor completamente na natureza.>
Descarte de roupa no Atacama
Durante esse longo período de degradação, o poliéster e outros sintéticos liberam microplásticos. Essas minúsculas partículas plásticas se espalham, contaminando o solo árido e o ar que respiramos, introduzindo toxinas no ambiente e na cadeia alimentar.>
A presença massiva de poliéster no deserto acarreta um problema de poluição de longo prazo. A lenta decomposição libera constantemente microplásticos, que não apenas afetam o solo, mas também podem ser transportados pelo vento, alcançando áreas distantes e contaminando vastas regiões.>
A situação é agravada pelos frequentes incêndios que ocorrem nos depósitos ilegais de roupas. A queima desses materiais sintéticos libera fumaça tóxica na atmosfera. Gerson Ramos, do governo regional, alerta para a BBC que "a fumaça pode provocar doenças cardiorrespiratórias", representando um risco direto para a população local.>
O impacto ambiental no deserto do Atacama é multifacetado. A contaminação por microplásticos altera a composição do solo e afeta a flora e fauna, enquanto a poluição do ar compromete a saúde humana. É um ciclo de degradação que desafia a sustentabilidade e a preservação dessa região única.>