Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

O que aconteceu com as mansões de luxo que viraram fantasma na China?

Agricultores ocupam vilas de luxo na China, revelando a bolha imobiliária e o sonho que virou ruína

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 24 de julho de 2025 às 08:16

De mansões milionárias a celeiros: a surpreendente realidade das
De mansões milionárias a celeiros: a surpreendente realidade das "cidades fantasmas" chinesas Crédito: Reprodução Youtube

A China, conhecida por seu rápido crescimento, revela um paradoxo urbano chocante: condomínios de luxo abandonados que, antes sonhados para a elite, hoje abrigam agricultores e seus animais. Essa realidade em Shenyang e outras cidades ilustra as profundas cicatrizes de uma bolha imobiliária monumental.

Projetos grandiosos, pensados para serem símbolos de status, como as "Mansões de Hóspedes do Estado", jazem incompletos, com suas fachadas em ruínas e terrenos invadidos pelo mato. A visão de riqueza desmoronou, cedendo lugar a um cenário inusitado de sobrevivência e adaptação.

Esta transformação não é um evento isolado, mas um reflexo da supervalorização do setor imobiliário chinês, onde a especulação superou a demanda real. Assim, milhões de imóveis permanecem vazios, evidenciando uma desconexão preocupante com as necessidades da população.

Do glamour à terra arada

As vilas, idealizadas pelo Greenland Group, ostentavam colunas de mármore e lustres de cristal, com arquitetura inspirada na Europa. No entanto, a construção foi paralisada bruscamente, apenas dois anos após o início. Agora, o luxo prometido deu lugar a estruturas inacabadas e a uma paisagem de abandono.

A ausência de compradores transformou esses empreendimentos em alvos de ocupação, não por criminosos, mas por agricultores locais em busca de moradia e terra para cultivo. Essas residências, antes destinadas a milionários, agora servem de lar para pessoas que dependem da agricultura e do pastoreio.

Porsche Cayenne E-Hybrid (2025) é custa em torno de R$ 835 mil por Reprodução/Porsche Brazil

O cenário é de contrastes marcantes, onde o passado de ostentação encontra a dura realidade do presente. "Entre colunas neoclássicas, pastam vacas. Onde antes havia carros importados, agora há tratores, enxadas e ferramentas de cultivo", descreve a situação em Shenyang.

Casos emblemáticos pelo país

A China enfrenta uma proliferação de cidades fantasmas, um sintoma claro de um modelo de crescimento insustentável baseado na especulação imobiliária. Existem cerca de 65 milhões de imóveis vazios no país, um número impressionante que se aproxima da metade da população brasileira, segundo a revista americana AD magazine.

Além de Shenyang, outras cidades exibem o mesmo destino, como Thames Town, perto de Xangai, que replicava Londres e hoje está quase desabitada. Kangbashi, em Ordos, projetada para um milhão de habitantes, nunca atingiu sequer um décimo desse número, permanecendo em grande parte vazia.

A crise que derrubou a confiança 

Diversos fatores contribuíram para essa crise, incluindo a falta de compradores, o envelhecimento da população e o crescente custo de vida. Construtoras endividadas e projetos paralisados são as consequências diretas, alimentando a expansão das vilas abandonadas. Este cenário mina a confiança chinesa no setor imobiliário.

A ocupação informal, embora improvável, trouxe algum propósito a essas áreas que de outra forma estariam em total degradação. Contudo, o fenômeno sublinha a vulnerabilidade de um planejamento urbano que se distancia das reais demandas da sociedade.