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Policial se disfarça de cadeirante com dinheiro para testar pessoas e acaba se surpreendendo

Policial em cadeira de rodas esperava flagrar furtos e encontrou cuidado, oração e carteiras fechadas

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 20:53

Missão não teve prisões, mas expôs uma rede de proteção a pessoas vulneráveis no centro de Vancouver
Missão não teve prisões, mas expôs uma rede de proteção a pessoas vulneráveis no centro de Vancouver Crédito: Freepik

Para conter furtos contra pessoas em cadeiras de rodas, a polícia de Vancouver, no Canadá, realizou uma operação disfarçada no bairro Downtown Eastside. O sargento Mark Horsley circulou por cinco dias em uma cadeira de rodas, simulando lesão cerebral e vulnerabilidade.

Disfarce gerou várias reações por Reprodução | Redes Sociais

A estratégia foi planejada após uma sequência de ataques contra usuários de cadeira de rodas, com mais da metade dos casos no Downtown Eastside. A intenção era identificar autores e entender dinâmicas de risco em áreas com concentração de pessoas em situação de rua.

Em campo, Horsley manteve dinheiro visível numa pochete e relatava dificuldade para contar valores. Em vez de golpes, registrou alertas, ajuda espontânea e cuidado. Ao final, não houve prisões, mas a equipe reuniu evidências relevantes sobre o cotidiano local.

Como foi a operação

O sargento integrou uma ação iniciada na primavera, após alta de relatos de furtos e agressões. Em cinco dias, percorreu trechos do Downtown Eastside, bairro marcado por vulnerabilidade social, presença de drogas, criminalidade e prostituição.

O procedimento padronizado incluía carteira à mostra, fala pausada e narrativa de “lesão cerebral”. A abordagem simulava situações comuns a potenciais vítimas. O objetivo era medir o risco em transações simples e observar tentativas de exploração.

A equipe registrou as interações em vídeo, preservando evidências e contexto. O protocolo previa intervenção imediata em caso de ameaça. Não foi necessário. O material coletado passou a compor um relatório interno de segurança comunitária.

O que foi registrado em vídeo

As imagens mostram moradores avisando sobre a pochete aberta e sugerindo cautela. Em um trecho, um jovem fecha o zíper para evitar perda de dinheiro. Em outro, um homem pede permissão para orar pela recuperação do “ferido”, reforçando amparo social.

Horsley relatou que ninguém tentou subtrair valores nem manipular troco durante compras. Em coletiva, afirmou: “Ninguém se aproveitou da minha vulnerabilidade”. Em seguida, resumiu a avaliação sobre o bairro: “Esta comunidade tem alma”.

Segundo o policial, a conduta observada contrariou a expectativa inicial de flagrantes. “A generosidade e a preocupação foram inspiradoras”, disse. Os vídeos serviram para orientar equipes e informar moradores sobre comportamentos protetivos.

Resultados e implicações

A operação terminou sem prisões, mas não foi considerada fracasso pelo comando. O inspetor Howard Chow avaliou que o exercício trouxe lições de prevenção e evidenciou redes informais de cuidado com pessoas em maior exposição ao risco.

Horsley destacou que a experiência ajusta estratégias de policiamento, priorizando presença visível, escuta e parcerias locais. “Os moradores do centro da cidade estão atentos. Eles se importam e cuidam das pessoas vulneráveis”, afirmou.

Para a polícia, os achados ajudam a calibrar ações futuras no Downtown Eastside. O foco passa a incluir práticas educativas, rotas seguras e suporte a grupos sensíveis, além de monitoramento contínuo de incidentes envolvendo usuários de cadeira de rodas.