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Por que algumas pessoas não gostam de abraços, segundo a psicologia?

Rejeitar o toque pode ter origem na infância e na cultura e deixa marcas para a vida toda

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 16 de junho de 2025 às 07:30

Evitar o toque pode estar ligado à criação e traumas antigos
Evitar o toque pode estar ligado à criação e traumas antigos Crédito: Freepik

Se você conhece alguém que foge de um simples abraço, saiba que isso pode ter razões mais profundas. A ciência aponta que criação, traumas e até fatores biológicos explicam por que o contato físico incomoda tanta gente.

Além da educação recebida, questões hormonais, emocionais e culturais influenciam a forma como cada pessoa lida com gestos de afeto físico, como o toque ou o abraço.

Apesar de o abraço ser comum no Brasil, muitas pessoas o evitam por sentirem desconforto. Isso pode vir de uma criação distante, de dificuldades emocionais ou até da forma como o cérebro responde ao carinho.

Infância sem carinho reflete na vida adulta

Um estudo publicado na Comprehensive Psychology mostrou que crianças criadas com afeto tendem a reproduzir esse comportamento no futuro. Já quem cresceu sem demonstrações de carinho costuma rejeitar o toque, mesmo inconscientemente.

A cultura do país também influencia. Em lugares onde o contato físico é frequente, como Brasil ou França, evitar um abraço chama atenção. Mas em regiões onde o toque é menos comum, como EUA ou Coreia do Sul, essa postura é vista com naturalidade.

A combinação entre traços familiares e o ambiente cultural molda a relação com o toque. Algumas pessoas simplesmente não aprenderam a se sentir seguras com esse tipo de aproximação física.

A falta de toque altera até hormônios

Segundo a pesquisadora Darcia Narvaez, a ausência de contato físico pode prejudicar o sistema nervoso e comprometer a liberação de ocitocina — o hormônio responsável por criar vínculos e gerar sensação de bem-estar.

Estudos com crianças órfãs mostraram que a produção de ocitocina era bem mais baixa nas que não receberam carinho constante. Isso faz com que o toque, mesmo quando bem-intencionado, não traga a sensação de acolhimento esperada.

O nervo vago, responsável por regular emoções e empatia, também pode ser prejudicado. Isso dificulta a criação de laços emocionais e reforça a aversão ao toque físico.

Insegurança emocional bloqueia o contato físico

Para alguns, o toque não é só físico — é emocional também. Quem tem autoestima baixa ou vive com ansiedade social pode interpretar um abraço como algo desconfortável, pois isso os deixa vulneráveis ou fora de controle.

A professora Suzanne Degges-White reforça que o toque pode causar insegurança: “Para alguns, ser tocado física ou emocionalmente provoca grande insegurança”, disse em entrevista à Times.

Com ajuda profissional ou pequenas exposições ao toque, é possível superar essa barreira. Muitos que tentam, depois relatam surpresa por terem se privado tanto tempo de um gesto simples e poderoso como o abraço.

Um olhar fixo e intenso, sem piscadas, pode ser um sinal de tentativa de dominância ou de um desafio por Freepik