Tomar vinho todos os dias é seguro? Médicos revelam o que acontece com seu corpo

Você sabia que o vinho tinto, com moderação, pode trazer vantagens à saúde? A chave para esses possíveis benefícios não está no álcool, mas em compostos poderosos da uva, os polifenóis.

Esses antioxidantes naturais são responsáveis por grande parte dos efeitos positivos, oferecendo suporte ao coração, cérebro e sistema imunológico. Nutricionistas e nutrólogos destacam sua importância na prevenção de doenças.

É fundamental lembrar, porém, que os perigos do álcool em excesso superam amplamente qualquer benefício. A moderação é a bússola para aproveitar sem riscos.

Os polifenóis, como o famoso resveratrol, são os verdadeiros responsáveis pelos efeitos positivos do vinho tinto. Eles têm a capacidade de dilatar as artérias, evitando coágulos, e oferecem proteção valiosa ao cérebro. "Reduzem a oxidação do LDL, prevenindo aterosclerose", detalha à CNN Brasil Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia.

Daniela Cierro, nutricionista, reforça que esses compostos combatem inflamações e podem atuar na prevenção de alguns tipos de câncer. Taninos, flavonoides e antocianinas, outros polifenóis, agem como antioxidantes potentes. Uma revisão de 2019 relacionou o vinho tinto à diminuição de doenças coronarianas.

A uva é a fonte primária dos benefícios do vinho, mas a concentração de polifenóis varia entre os tipos. No vinho tinto, há uma maior quantidade de casca durante o processo de produção e, consequentemente, mais resveratrol. Por outro lado, o vinho branco possui menos polifenóis.

Alguns vinhos brancos, inclusive, podem conter açúcar adicionado, o que acaba por anular muitas das vantagens para a saúde. Portanto, para quem busca os efeitos positivos dos antioxidantes, a escolha ideal tende a ser o vinho tinto, com atenção à origem.

Apesar dos possíveis benefícios, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece limites claros para o consumo: no máximo uma taça (90 ml) por dia para mulheres e duas taças (180 ml) para homens. Exceder essa recomendação pode trazer sérios riscos à saúde.

O consumo excessivo de álcool eleva o perigo de desenvolver doenças hepáticas, certos tipos de câncer e hipertensão. "O álcool em excesso causa pancreatite, gastrite e até derrame", alerta Cierro. Os especialistas são unânimes: os benefícios vêm da uva, não do álcool.

É crucial estar ciente de que a ciência continua a investigar a fundo os efeitos do vinho. Uma análise recente, publicada no Journal of Studies on Alcohol and Drugs, revisou 107 pesquisas e identificou falhas metodológicas em muitos trabalhos. Isso sugere que os benefícios do vinho podem ser menores do que se pensava.

Diante disso, a mensagem final é clara: se você já consome vinho, faça-o com moderação e consciência. Não há justificativa para começar a beber apenas pelos supostos benefícios à saúde, pois uma dieta equilibrada e hábitos saudáveis são sempre a melhor opção.