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'Vilão pode ser pedófilo', diz Porchat sobre polêmica envolvendo filme de Gentili

Pronunciamento aconteceu após ministro da Justiça falar sobre o caso; humoristas foram acusados de pedofilia por internautas

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  • Da Redação

Publicado em 14 de março de 2022 às 17:15

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução

O humorista Fábio Porchat falou, nesta segunda (14), sobre a polêmica que envolveu o filme "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", que tem como protagonistas ele e Danilo Gentili. O longa, de 2017, atraiu a atenção de internautas no domingo (13), após figuras do meio político acusarem a produção de fazer apologia ao abuso sexual infantil.

O trecho da comédia que ganhou atenção foi publicado pelo secretário especial da Cultura do governo, Mario Frias. Nele, o personagem de Porchat pede que dois garotos menores de idade parem de discutir e o masturbem. As crianças se surpreendem, e negam o pedido.

"O que é isso, preconceito nessa idade? Isso é supernormal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês", diz o personagem do humorista. Ele abre a braguilha da calça e puxa a mão de uma das crianças em direção a ela.

Frias apontou que a cena é "uma afronta às famílias", e acusou a produção de usar a pedofilia como forma de humor. Ele disse que tomará medidas cabíveis para que as crianças não sejam "contaminadas por esse conteúdo sujo e imoral".

O ministro da Justiça, Anderson Torres, também escreveu sobre o assunto. "Assim que tomei conhecimento de detalhes asquerosos do filme 'Como se tornar o pior aluno da escola' atualmente em exibição na Netflix, determinei imediatamente que os vários setores do Ministério da Justiça adotem as providências cabíveis para o caso!".

Resposta de Porchat

Em nota enviada à coluna da jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo, Porchat afirma que vilões podem assumir papeis de racistas, pedófilos e nazistas, uma vez que são ficcionais. Aponta que, quando o vilão faz algo de errado no filme, não quer dizer uma apologia ou incentivo à prática, mas é "uma revelação do mundo perverso daquele personagem".

"O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente? Essas pessoas na vida real não são assim. Temas super pesados são retratados o tempo todo no áudio visual", disse.

"Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha", finalizou.

Ontem, Danilo Gentili se pronunciou sobre o assunto. Disse sentir "orgulho" de ter conseguido "desagradar" em um mesmo nível de intensidade tanto os petistas quanto os bolsonaristas, e falou em "falso moralismo".

"Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento vieram fortes contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo", escreveu.

"Como se Tornar o Pior Aluno da Escola" está disponível no catálogo da Netflix, com a classificação indicativa para maiores de 14 anos.