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Agência Correio
Publicado em 4 de julho de 2025 às 10:30
Girar a taça de vinho antes de degustar é um gesto que revela muito mais do que refinamento: é uma etapa essencial para explorar ao máximo os aromas e sabores da bebida. >
Quem já participou de uma degustação de vinhos ou observou apreciadores experientes sabe que o giro da taça é quase um ritual. Longe de ser apenas um adorno elegante, esse movimento tem função sensorial e química.>
É ele que ativa a volatilização dos compostos aromáticos, permitindo que os sentidos se preparem para absorver as camadas de complexidade do vinho.>
Quando se gira a taça de vinho, cria-se uma superfície de contato maior entre o líquido e o ar. Isso não apenas libera aromas que estavam “presos”, mas também inicia reações que suavizam o sabor e revelam notas antes escondidas. >
Assim, esse hábito aparentemente simples transforma completamente a experiência de beber vinho, tornando-a mais envolvente e informativa.>
Vinho
Antes mesmo de cheirar ou saborear, girar a taça proporciona uma leitura visual do vinho. O tom da bebida, sua opacidade e a forma como escorre pelas paredes do copo ajudam a identificar pistas como envelhecimento, teor alcoólico e densidade. Esse primeiro contato já antecipa muito do que será percebido nos próximos passos.>
As famosas lágrimas ou “pernas” que descem lentamente pela taça são um indicativo do corpo do vinho. Quanto mais densas e lentas, maior tende a ser o teor alcoólico e a viscosidade da bebida. Observar esses detalhes enriquece a percepção e aumenta a conexão entre quem bebe e o que está sendo degustado.>
Com o giro, o vinho se movimenta e se mistura ao oxigênio presente no ar. Essa interação estimula a liberação dos compostos voláteis responsáveis pelos aromas, permitindo que o bouquet se manifeste de forma mais intensa e precisa. O nariz consegue captar notas florais, frutadas, terrosas ou amadeiradas com muito mais clareza.>
Cada tipo de vinho reage de maneira diferente à oxigenação. Os tintos mais encorpados costumam desenvolver aromas complexos após alguns segundos de giro. Já os brancos e espumantes revelam frescor e leveza. Esse processo é indispensável para uma avaliação sensorial completa e mais prazerosa.>
Além de ajudar no olfato, girar a taça também influencia diretamente o paladar. Ao ser oxigenado, o vinho tende a se tornar mais macio, especialmente se tiver taninos firmes ou acidez acentuada. Isso proporciona uma sensação mais equilibrada e agradável na boca.>
A melhora na textura da bebida também evidencia seus sabores escondidos. Notas que antes passariam despercebidas ganham destaque, tornando cada gole mais expressivo. Dessa forma, o giro não apenas prepara os sentidos, como também melhora o desempenho do vinho na boca.>
O segredo está na leveza e no controle. A taça deve ser segurada pela haste, e o movimento deve ser circular, suave e constante. Apoiar a base na mesa enquanto gira é uma boa dica para iniciantes, pois evita derramamentos e oferece mais segurança ao gesto.>
Não é necessário exagerar: um giro curto de cinco a dez segundos já é suficiente para alcançar os benefícios desejados. O importante é fazer com atenção e consciência, aproveitando cada aroma liberado para tornar a experiência do vinho mais rica e envolvente.>