Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elis Freire
Publicado em 17 de julho de 2025 às 23:00
Pouco conhecidos, os sarcomas ganham atenção no mês de julho, durante campanha de conscientização chamada de Julho Amarelo. Mas, você sabe o que significa "sarcoma"? O nome é dado para tumores malignos que podem afetar tecidos de suporte do corpo, como ossos, cartilagens, músculos, gordura, vasos sanguíneos e nervos. >
Com diversos tipos e comportamentos nos corpos, esse tipo de câncer é preocupante e possui causas pouco conhecidas. "Existem mais de 50 subtipos de sarcomas, que podem atingir os ossos ou as partes moles e acometem pessoas de todas as idades, inclusive crianças e adolescentes. Eles são tumores raros e de apresentação e comportamento variados, o que dificulta o diagnóstico e a indicação do tratamento mais adequado", explica a oncologista Daniela Barros, da Oncoclínicas na Bahia. >
Diagnóstico de câncer
Em relação ao diagnóstico, a especialista alerta para a necessidade de atenção com os sinais do corpo. "É fundamental não ignorar sintomas como nódulos palpáveis, que inicialmente podem ser indolores, perda de peso sem causa aparente, dor persistente e aumento de volume desses nódulos", ressalta a médica.>
As dores no corpo e até vômitos também podem ser um sintoma, segundo André Bacellar, oncologista baiano. "Nos casos de sarcomas no Sistema Digestivo, o paciente pode apresentar dor abdominal, vômitos, sangramento digestivo, e fezes escuras", explica o oncologista André Bacellar, da Oncoclínicas. >
Estudos estimam que os sarcomas correspondam a 1% dos tumos. Eles podem ocorrer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns em pernas e braços. >
Mesmo com causas pouco conhecidas, já se sabe que o desenvolvimento de sarcomas pode ser associado a fatores como síndromes genéticas hereditárias, radioterapia prévia (pessoas que receberam o tratamento para tratar outro câncer anteriormente), linfedema, infecções virais e exposição a produtos químicos. >
Além de sua raridade, os sarcomas possuem muitas características que diferem os subtipos da doença, como tecido de origem, comportamento molecular, taxa de crescimento, agressividade e resposta ao tratamento. “A sua heterogeneidade e raridade tornam o sarcoma um desafio para a oncologia”, destaca André Bacellar.>
De acordo com Daniela Barros, o tratamento da doença é sempre individualizado e, geralmente, a remoção cirúrgica do tumor é feita inicialmente. "Além da cirurgia, o tratamento pode envolver radioterapia, quimioterapia e imunoterapia e também essas técnicas de forma combinada", destaca a médica. A imunoterapia também pode ser indicada em alguns casos. >
“Os tratamentos realizados em centros oncológicos de referência e com equipes multidisciplinares fazem a diferença para a abordagem do paciente diagnosticado com sarcoma”, acrescenta o oncologista Marco Lessa, também da Oncoclínicas.>