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Você também? O que significa odiar o Natal, segundo a psicologia?

Entenda os fatores de isolamento na festa

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 11:00

Nem todos se animam como as crianças pela chegada do Papai Noel
Nem todos se animam como as crianças pela chegada do Papai Noel Crédito: Imagem: Freerange

Enquanto o mundo se veste de luzes e celebração, o Natal pode ser um período de grande dificuldade, gerando sentimentos de aversão e até ódio em diversas pessoas. Longe da imagem idealizada de união, a data é um catalisador de fatores psicológicos, sociais e culturais que transformam a alegria em estresse, sendo a solidão e o isolamento um dos pilares desse desconforto.

Essa aversão é alimentada por uma combinação de exclusão social, a pressão esmagadora por presentes e reuniões, o consumismo desenfreado, a solidão intensificada e os conflitos familiares que se manifestam de forma mais intensa durante o período festivo. O contraste entre a expectativa e a realidade pessoal é um forte indutor de angústia e infelicidade.

O ódio ao Natal não é, portanto, uma questão de simples antipatia, mas sim a resposta a um conjunto de pressões e vulnerabilidades que a época festiva traz à tona. É essencial examinar as causas desse desgosto para que se possa construir um ambiente de festas mais inclusivo e menos impositivo para todos.

Natal no Shopping Bela Vista por Divulgação

A intensificação da solidão 

Um dos aspectos mais dolorosos do Natal para quem o detesta é o fato de que a época festiva tem o poder de acentuar drasticamente sentimentos de solidão e isolamento. Em contraste com a alegria e as reuniões amplamente difundidas, pessoas que já enfrentam dificuldades emocionais ou estão sozinhas podem ter seus sintomas depressivos e sua sensação de abandono intensificados.

A obrigação social de "ser feliz" e a onipresença de imagens de famílias unidas funcionam como um contraste cruel para quem não está vivendo essa realidade, transformando a data em um período de dor. A solidão no Natal, portanto, não é apenas a ausência de companhia, mas a percepção de um isolamento em meio a uma celebração global.

Conflitos familiares 

Paradoxalmente, as reuniões familiares, o cerne da celebração natalina, são uma importante fonte de aversão ao período. A necessidade de confraternizar pode reavivar tensões e conflitos antigos que estavam latentes, elevando o nível de desconforto e ansiedade. O "espírito natalino" se choca com a realidade das dinâmicas familiares complexas e, muitas vezes, disfuncionais.

Para muitas pessoas, a obrigatoriedade de passar tempo com parentes com quem há desentendimentos históricos torna o Natal um evento estressante e, por isso, profundamente indesejado. O medo de reviver disputas ou ser forçado a manter a aparência de harmonia é um motivo legítimo para a aversão à data, pois a pessoa associa a festa ao peso das relações difíceis.

Exclusão social e a pressão da conformidade

O sentimento de exclusão social e religiosa também é um forte fator de aversão. Aqueles que não são cristãos ou que optam por não celebrar o Natal são confrontados com a onipresença dos seus símbolos e rituais. Essa exposição constante a uma cultura celebratória que não os inclui prejudica o bem-estar psicológico e reforça o sentimento de marginalização.

Além disso, a época impõe uma série de normas e obrigações sociais, como a compra de presentes e a organização de eventos, que geram estresse e uma sensação de fracasso em quem não consegue cumprir as expectativas. A pressão para participar e parecer feliz é esmagadora, e a incapacidade de fazê-lo, seja por motivos financeiros ou logísticos, é um fator de aversão à data.

Materialismo e diferenças de valores

O materialismo e o consumismo exacerbado, centrado na troca de presentes e no gasto, também são catalisadores do desgosto natalino. O foco excessivo no consumo pode gerar ansiedade e insatisfação, especialmente em indivíduos com dificuldades financeiras ou com valores menos materialistas. A data é vista como uma celebração vazia e comercial, o que gera repulsa.

Adicionalmente, pessoas com diferenças profundas de identidade e valores em relação à celebração dominante, como ateus, secularistas ou outras minorias religiosas, rejeitam o Natal por não se identificarem com seus significados. A festa é vista como alheia aos seus princípios, e a imposição cultural de celebrá-la é uma fonte de aversão. A rejeição é uma afirmação de identidade própria e distinta.

Personalidade e impacto emocional da data

A influência da personalidade na aversão ao Natal também é notável. Traços como o neuroticismo e a baixa extroversão estão associados a um menor envolvimento nas festividades e a um maior desconforto durante a época. O perfil individual é decisivo na forma como o estresse social e a obrigação de socializar são processados, levando à rejeição do período.

O significado pessoal atribuído ao Natal — familiar, religioso ou materialista — influencia diretamente o impacto emocional da data. Para quem tem uma visão mais crítica ou menos envolvida, o peso da celebração se torna um fardo. 

Em suma, a aversão ao Natal é um fenômeno complexo, que se manifesta pela exclusão, o peso social, o consumismo e, principalmente, pela amplificação da solidão e dos conflitos internos.