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Qual o segredo das misteriosas pedras vivas que engordam e mudam de lugar?

Rochas que aumentam de volume, mudam de posição e apresentam variações internas seguem intrigando cientistas e turistas

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 17:30

Após chuvas intensas, moradores afirmam que pequenas saliências surgem nas superfícies dessas rochas, como se algo estivesse se formando
Após chuvas intensas, moradores afirmam que pequenas saliências surgem nas superfícies dessas rochas, como se algo estivesse se formando Crédito: Reprodução/Youtube

No vilarejo de Costești, no sul da Romênia, existe um dos fenômenos geológicos mais curiosos do planeta: os trovants. À primeira vista, eles parecem apenas pedras arredondadas espalhadas pelo solo.

Mas basta observar um pouco mais para perceber por que chamam tanta atenção, essas formações têm a capacidade de crescer, deslocar-se e exibir processos internos que lembram um tipo de atividade orgânica.

Pedras vivas por Reprodução

Após chuvas intensas, moradores afirmam que pequenas saliências surgem nas superfícies dessas rochas, como se algo estivesse se formando de dentro para fora. A ciência ainda não desvenda totalmente o fenômeno, e isso alimenta o fascínio ao redor dessas estruturas há muitos anos, inclusive dando margem a teorias místicas.

Como essas rochas conseguem “crescer” ao longo do tempo

Pesquisas sugerem que os trovants se formaram há cerca de 6 milhões de anos a partir de pequenos núcleos que, com o tempo, se expandiram lentamente.

Algumas dessas rochas chegaram a atingir quase 10 metros de diâmetro. A evolução é extremamente lenta: estima-se que levem milênios para aumentar poucos centímetros.

A explicação começa na sua composição. Cada trovant possui um núcleo sólido envolto por camadas de arenito consolidado. A região onde eles surgiram era, no passado remoto, uma extensa bacia sedimentar, compactada posteriormente por ações tectônicas, formando as estruturas que vemos hoje.

O crescimento acontece quando águas carregadas de carbonato de cálcio penetram no arenito após períodos de chuva. Esse material acaba pressionando as camadas externas e formando protuberâncias, o que dá a impressão de que a pedra está “engordando”.

Deslocamento e pulsação: comportamentos que surpreendem

Além do crescimento, há outro fenômeno que divide opiniões: alguns trovants parecem se mover lentamente, aproximadamente 2,5 milímetros a cada duas semanas.

Esse deslocamento ocorre devido a um desenvolvimento desigual das camadas, que combinado com a gravidade, faz a rocha deslizar gradualmente pelo terreno. O comportamento lembra o das famosas pedras deslizantes do Vale da Morte, nos Estados Unidos.

Outro ponto intrigante registrado por instrumentos de medição é uma espécie de variação interna, um “pulso” que pode levar até três semanas entre uma alteração e outra. Quando cortados para análise, os trovants apresentam camadas internas semelhantes aos anéis das árvores, permitindo estimar suas idades.

Mistério geológico que virou patrimônio

Como em quase todo fenômeno pouco compreendido, há quem atribua os trovants a origens extraterrestres, mas nenhuma hipótese desse tipo foi comprovada. Ainda assim, o fascínio é tanto que as formações se tornaram um patrimônio natural reconhecido pela UNESCO e são a principal atração do Museu Trovant, no condado de Vâlcea.

Estruturas semelhantes também aparecem em regiões da Rússia, da República Tcheca e das estepes do Cazaquistão, atraindo visitantes e estudiosos em busca de respostas.