Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Agência Correio
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 19:00
Um simples furto em um bar dos Estados Unidos deu início a uma das histórias mais improváveis da internet: a de um jornalista que seguiu o rastro do próprio celular até a China e voltou de lá com uma amizade para a vida toda. >
Entre selfies inesperadas, redes sociais e uma viagem de milhares de quilômetros, o caso de Matt Stopera mostrou como a tecnologia pode transformar um contratempo em um encontro inesquecível.>
Internet nos óculos - o fim do celular?
O desaparecimento do iPhone aconteceu de forma banal, durante uma saída com amigos em um bar de Nova York. Sem pistas do paradeiro do aparelho, o caso parecia encerrado, como tantos outros roubos do dia a dia das grandes cidades.>
Cerca de um ano depois, a história ganhou um rumo inesperado. Fotos que Matt não havia tirado começaram a aparecer automaticamente na nuvem ligada ao antigo aparelho. Nas imagens, um homem desconhecido posava sorridente ao lado de uma laranjeira, em um cenário totalmente diferente do urbano americano.>
Intrigado, Matt decidiu investigar. À época, ele escrevia para o site internacional BuzzFeed e publicou um post perguntando quem era o homem das selfies. O que parecia apenas curiosidade pessoal rapidamente se transformou em um fenômeno nas redes.>
A pergunta cruzou fronteiras digitais e foi compartilhada no Weibo, a maior plataforma social da China. Em poucas horas, o mistério viralizou e se tornou um dos assuntos mais comentados entre os usuários chineses.>
Logo, internautas identificaram o protagonista das fotos: Li Hongjun, dono de um restaurante no sul do país. Por causa da árvore que aparecia ao fundo das imagens, ele ganhou o apelido carinhoso de “Brother Orange”, o “irmão laranja”.>
Os dois começaram a trocar mensagens com ajuda de tradutores automáticos. Entre curiosidade e bom humor, a conversa evoluiu para algo mais ousado: um convite para que Matt fosse pessoalmente conhecer o homem que havia, sem saber, se tornado parte da sua rotina digital.>
No fim de março, Matt desembarcou em Meizhou, cidade onde Li vivia. Recebido no aeroporto com a presença de repórteres, fotógrafos e curiosos, ele virou uma pequena celebridade local, acompanhado de perto pela imprensa.>
Com a ajuda de um intérprete, os dois reconstruíram a trajetória do aparelho roubado: após sair dos Estados Unidos, o celular passou por Hong Kong, foi revendida em Shenzhen e acabou comprado por um primo de Li, que o deu de presente. Assim, o iPhone completou uma longa viagem até encontrar o novo dono.>
Durante cerca de dez dias, Matt ficou hospedado na casa de Li, conheceu a família, visitou escolas, fazendas de chá, montanhas e até cantou em karaokês locais. Juntos, ainda viajaram para Pequim e plantaram uma laranjeira para simbolizar o início da amizade.>
Ao final da jornada, apesar da barreira do idioma, o vínculo era evidente. “Somos irmãos agora”, escreveu Matt, emocionado com a despedida. O encontro improvável mostrou que, mesmo em um mundo movido por tecnologia, são os laços humanos que transformam histórias comuns em experiências extraordinárias.>
Para o jornalista, a lição ficou clara: nunca é possível prever até onde um pequeno acaso pode levar. O que começou como um furto terminou como uma celebração espontânea da amizade entre culturas separadas por oceanos.>