Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Aos 73 anos, Charles, enfim, é rei

Após anos de preparação, filho da Rainha Elizabeth II toma primeiras medidas como monarca

  • Foto do(a) author(a) Ivan Dias Marques
  • Ivan Dias Marques

Publicado em 10 de setembro de 2022 às 05:00

. Crédito: theroyalfamilychannel/Reprodução

O meme não deixa de ter um fundo de verdade. Charles, ex-príncipe e agora rei, começa a trabalhar com 73 anos. É o monarca mais velho na história do Reino Unido a assumir o trono. Foram anos de preparação para a tarefa, mas talvez ele não contasse com a longevidade da Rainha Elizabeth II, que morreu aos 96 anos na última quinta-feira (8). 

Já não era lá um exemplo de príncipe encantado por conta da (ausência de) beleza, se compararmos à idealização das histórias de livros e filmes, já estava um tanto estranho um príncipe de cabelos brancos e com netos. 

Havia uma possibilidade, remota, é verdade, de que Charles abdicasse do trono por conta de sua idade, dando a vez ao filho William, de 40 anos. Não há sinais de que isso possa acontecer, ainda que a coroação definitiva só deva ocorrer em três ou quatro meses. Por enquanto, haveria apenas a proclamação oficial pelo conselho de autoridades, prevista para sábado (10).

Na sexta-feira (9), o Rei Charles III ‘bateu o cartão’ e assumiu como monarca na prática. Num discurso de 10 minutos, transmitido pela TV, falou sobre a mãe, sobre o comprometimento com os súditos e as mudanças na família real britânica (confira o discurso na íntegra abaixo).

“A Rainha Elizabeth teve uma vida bem vivida; uma promessa cumprida com o destino, e ela é lamentada profundamente por sua morte. Essa promessa de serviço ao longo da vida eu renovo a todos vocês hoje”, disse Charles III. 

O rei falou das mudanças vividas pelo Reino Unido durante o reinado de Elizabeth II e das que terá que fazer para cumprir suas novas obrigações. “É claro que minha vida mudará à medida que assumo minhas novas responsabilidades. Não será mais possível dedicar tanto do meu tempo e energia a instituições de caridade e questões pelas quais me importo tão profundamente. Mas sei que este importante trabalho continuará nas mãos de outros”.

Conforme discurso do monarca, os postos familiares sofrem mudanças. William se torna o Príncipe de Gales, posto que era do pai, e Kate Middleton, sua esposa, assume o título que um dia foi de Diana: Princesa de Gales. Camilla Parker Bowles, esposa de Charles que nunca assumiu o posto e, como desejado por Elizabeth, agora é rainha consorte. 

O rei também desejou felicidades ao filho mais novo Harry e à esposa dele Meghan Markle, que renunciaram aos títulos reais e foram viver nos Estados Unidos. 

Chegada O rei e a rainha consorte chegaram cedo a Londres vindo do castelo de Balmoral, na Escócia, onde a rainha morreu. Ele foi recepcionado com afeto por uma multidão de súditos do lado de fora do Palácio de Buckingham. Afeto até demais. Uma mulher beijou o rosto de Charles, que até se incliou para receber o gesto. “Eu não podia acreditar e eu disse a ele, ‘posso te beijar?’ E ele disse, ‘bem, sim.’ Então eu o agarrei e estou muito feliz”, disse Jenny Assiminios à CNN.

Após parar para ver as flores depositadas por britânicos e turistas do portão do palácio, Charles III se encontrou com a primeira-ministra Liz Truss, última a estar com a rainha Elizabeth II em um ato oficial, na terça (6). “O momento que eu temia, como eu sei que muitas pessoas temiam”, Charles disse à primeira-ministra enquanto eles se reuniam, de acordo com o g1. Ela deu as condolências oficiais ao novo rei.

Antes de Charles III chegar a Londres, houve uma salva de tiros com 96 disparos (um para cada ano de vida da rainha) e os sinos de três locais importantes para Elizabeth II tocaram: na catedral de Saint Paul, no castelo de Windsor e na abadia de Westminster.

À noite, na Catedral de St. Paul, na capital inglesa, aconteceu O Culto de Oração e Reflexão sobre a morte da rainha Elizabeth II. A primeira-ministra compareceu à missa, onde houve ainda a primeira vez em que a nova versão do hino nacional foi cantada. A mudança traz “Deus Salve o Rei”, em vez de “Deus Salve a Rainha”.

Discurso do Rei Charles III

"Falo com vocês  hoje com sentimentos de profunda tristeza. Ao longo de sua vida, Sua Majestade, a Rainha – minha amada mãe – foi uma inspiração e um exemplo para mim e para toda a minha família, e devemos a ela a dívida mais sincera que qualquer família pode ter para com sua mãe; por seu amor, carinho, orientação, compreensão e exemplo.

A rainha Elizabeth teve uma vida bem vivida; uma promessa cumprida com o destino, e ela é lamentada profundamente por sua morte. Essa promessa de serviço ao longo da vida eu renovo a todos vocês hoje.

Juntamente com a dor pessoal que toda a minha família está sentindo, também compartilhamos com muitos de vocês no Reino Unido, em todos os países onde a Rainha foi Chefe de Estado, na Commonwealth e em todo o mundo, um profundo sentimento de gratidão pelos mais de 70 anos em que minha mãe, como rainha, serviu o povo de tantas nações.

Em 1947, em seu aniversário de 21 anos, ela prometeu em uma transmissão da Cidade do Cabo para a Commonwealth dedicar sua vida, curta ou longa, ao serviço de seus povos. Isso foi mais do que uma promessa: foi um profundo compromisso pessoal que definiu toda a sua vida. Ela fez sacrifícios pelo dever.

Sua dedicação e devoção como Soberana nunca cederam, em tempos de mudança e progresso, em tempos de alegria e celebração, e em tempos de tristeza e perda. Em sua vida de serviço, vimos aquele amor permanente pela tradição, junto com aquele abraço destemido do progresso, que nos torna grandes como nações. O carinho, admiração e respeito que ela inspirava tornaram-se a marca registrada de seu reinado.

E, como todos os membros da minha família podem testemunhar, ela combinou essas qualidades com cordialidade, humor e uma capacidade infalível de sempre ver o melhor nas pessoas.

Presto homenagem à memória de minha mãe e honro sua vida de serviço. Eu sei que a morte dela traz grande tristeza para muitos de vocês e compartilho esse sentimento de perda, além da medida, com todos vocês. Quando a rainha subiu ao trono, a Grã-Bretanha e o mundo ainda estavam lidando com as privações e as consequências da Segunda Guerra Mundial, e ainda vivendo de acordo com as convenções de tempos anteriores.

Nos últimos 70 anos, vimos nossa sociedade se tornar uma entre muitas culturas e muitas crenças. As instituições do Estado, por sua vez, mudaram. Mas, através de todas as mudanças e desafios, nossa nação e a família mais ampla de Reinos – de cujos talentos, tradições e realizações estou tão inexprimivelmente orgulhoso – prosperaram e floresceram. Nossos valores permaneceram e devem permanecer constantes.

O papel e os deveres da Monarquia também permanecem, assim como o relacionamento e a responsabilidade particular do Soberano para com a Igreja da Inglaterra – a Igreja na qual minha própria fé está tão profundamente enraizada. Nessa fé e nos valores que ela inspira, fui educado para nutrir um senso de dever para com os outros e para manter o maior respeito pelas preciosas tradições, liberdades e responsabilidades de nossa história única e nosso sistema de governo parlamentar.

Como a própria rainha fez com tanta devoção inabalável, eu também agora solenemente me comprometo, durante o tempo restante que Deus me conceder, a defender os princípios constitucionais no coração de nossa nação. E onde quer que você viva no Reino Unido, ou nos Reinos e territórios em todo o mundo, e qualquer que seja sua  origem ou crenças, eu me esforçarei para servi-lo com lealdade, respeito e amor, como tenho feito durante toda a minha vida.

É claro que minha vida mudará à medida que assumo minhas novas responsabilidades. Não será mais possível dedicar tanto do meu tempo e energia a instituições de caridade e questões pelas quais me importo tão profundamente. Mas sei que este importante trabalho continuará nas mãos de outros.

Este também é um momento de mudança para minha família. Conto com a ajuda amorosa da minha querida esposa, Camilla. Em reconhecimento ao seu próprio serviço público leal desde nosso casamento há 17 anos, ela se torna minha rainha consorte.

Sei que ela atenderá às exigências de seu novo papel a devoção inabalável ao dever em que confio tanto. Como meu herdeiro, William agora assume os títulos escoceses que tanto significaram para mim.

Ele me sucede como Duque da Cornualha e assume as responsabilidades pelo Ducado da Cornualha, que assumi há mais de cinco décadas. Hoje, tenho orgulho de criá-lo Príncipe de Gales, Tywysog Cymru, o país cujo título tive o privilégio de ostentar durante grande parte da minha vida e dever.

Com Catherine ao lado dele, nosso novo príncipe e princesa de Gales, eu sei, continuarão a inspirar e liderar nossas  conversas nacionais, ajudando a trazer os marginais para o centro, onde uma ajuda vital pode ser dada.

Também quero expressar meu amor por Harry e Meghan, enquanto eles continuam construindo suas vidas no exterior.

Em pouco mais de uma semana, nos reuniremos como nação, como Commonwealth e, de fato, como comunidade global, para descansar minha amada mãe. Em nossa dor, lembremo-nos e nos fortaleçamos na luz de seu exemplo.

Em nome de toda a minha família, só posso oferecer os mais sinceros agradecimentos por suas condolências e apoio. Eles significam mais para mim do que eu jamais poderia expressar.

E para minha querida mamãe, quando você começa sua última grande jornada para se juntar ao meu querido e falecido papai, eu quero simplesmente dizer isto: obrigado. Obrigado por seu amor e devoção à nossa família e à família das nações que você serviu tão diligentemente todos esses anos.

Que os voos dos anjos cantem para o seu descanso"  

Próximos passosSábado (10) Um conselho de autoridades se reunirá durante a manhã no Palácio de St. James de Londres e proclamará Charles III como novo rei. O Parlamento promete lealdade e expressa condolências. Domingo (11)  O caixão da rainha é levado ao Palácio de Holyroodhouse em Edimburgo, a residência oficial dos monarcas na Escócia.  Segunda (12)  O caixão deve ser levado em procissão para a catedral de Saint Giles, com uma cerimônia religiosa na presença de membros da família real. Terça (13)  O caixão com o corpo da rainha chega de avião a Londres e segue para o Palácio de Buckingham. Quarta (14)  Procissão pelo centro de Londres para transportar o caixão do Palácio de Buckingham até Westminster. O corpo da monarca permanecerá no local por quatro ou cinco dias e recebrá visita da população para apresentar condolências. Segunda (19)  Possível funeral de Estado na Abadia de Westminster com autoridades de todo o mundo. Após a cerimônia, a rainha será enterrada em um evento particular na Capela de St. George do Castelo de Windsor, ao lado do marido, o príncipe Philip. Onde acompanhar: TVs fechadas como BBC News e no YouTube da Família Real