Filho de Gal Costa sai da casa onde morava com a mãe e a viúva

Gabriel Costa Burgos fez 18 anos e contratou advogados para questionar direito de Wilma Petrillo à herança

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 24 de fevereiro de 2024 às 05:00

Gal Costa  conviveu com Wilma Petrillo por 30 anos, mas segundo Gabriel, filho da cantora, a relação delas não era mais de casal
Gal Costa conviveu com Wilma Petrillo por 30 anos, mas segundo Gabriel, filho da cantora, a relação delas não era mais de casal Crédito: reprodução

Parece que Gabriel Penna Costa Burgos, filho de Gal Costa, estava só esperando a maioridade chegar para tomar uma atitude com relação à herança deixada pela cantora e ao convívio com a ‘madrinha’ Wilma Petrillo, ex-companheira e empresária de Gal, que morava na mesma casa com ele e a mãe no Jardim Europa, bairro nobre da capital paulista. Há poucos dias, o rapaz de 18 anos entrou na justiça para contestar o direito de Petrillo a 50% da herança, já que ela alega ter união estável com a cantora.

Através de seus advogados, Gabriel afirma que elas não viviam como casal e, por isso, Petrillo não teria direito aos bens. Já livre da tutela provisória da “madrinha”, nesta última semana, ele saiu de casa e, segundo sua equipe jurídica, passará a viver sozinho em lugar não revelado. Segundo a advogada do rapaz, logo após a morte de Gal, ele encontrou um testamento nas coisas da mãe, em que ela deixava todo seu patrimônio para ele, eliminando o nome de Petrillo da herança. Wilma assinou o documento como testemunha.

A reação de Petrillo a essa contestação e à negativa dele em assinar um documento para retirada de direitos autorais junto à gravadora Biscoito Fino veio fulminante. Wilma se mostra irada e ameaçadora numa conversa cheia de xingamentos, registrada pelo próprio herdeiro - o áudio vem circulando pela internet desde meados de fevereiro. A gravação de cerca de oito minutos revela o que muitos já sabiam mas mantinham apenas no círculo mais íntimo: o caráter agressivo e abusivo de Wilma Petrillo.

“Porra, Gabriel, puta que pariu. Não vai assinar, por que? Porque é o dono da bola agora? Você só faz merda”, diz a viúva na gravação. “Era 75% para mim e 25% para você, só que não achei justo e dei 50% para você e 50% para mim. Pelo amor de Deus, vai. Não quer assinar? Não assina. Você não é testemunha. Você é herdeiro. Que sacanagem. Se você não assinar, a gente não recebe o dinheiro e a gente vai passar fome, você não pode fazer isso comigo não, Gabriel", declara Wilma, aos berros. Gabriel se mantém firme na decisão de não assinar o documento até o fim da gravação.

A revista Piauí já havia cantado a pedra menos de um ano após a morte da cantora, em setembro de 2022, na reportagem A Viúva de Gal Costa - As Astúcias da Misteriosa Wilma Petrillo e o Impacto na Carreira da Cantora, assinada pelo jornalista Thallys Braga. Na composição da matéria de 26 páginas, publicada em novembro de 2023, ele entrevistou 13 pessoas, entre amigos, funcionários e familiares, para traçar um perfil da relação que Gal e Wilma tiveram por 30 anos.

A Piauí afirma que Petrillo ofendia Gal, chamando-a de “velha” e “gorda”, que a separou dos seus amigos mais íntimos, além de relatar calotes que Wilma deu em diversas pessoas. A matéria apresenta depoimentos de quem sofreu os prejuízos e também de quem não conseguia mais se aproximar da cantora.

O produtor Marcus Preto, que trabalhou com Gal em estúdio diversas vezes e a quem a Piauí ouviu para a reportagem, qualificou como “abusiva” a convivência entre elas: "Entendi isso na última semana: quase ninguém faz ideia dos mecanismos perversos de uma relação abusiva. A vítima é sempre culpabilizada. E aparecem duas perguntas: 'Mas se sicrano era tão terrível assim, por que fulano não botava ele para correr?'. 'Mas a família não fez nada para ajudar? Nem os amigos?'. É preciso que as pessoas saibam (ou se lembrem) do que acontece de fato: fulano não consegue botar ninguém para correr. Até porque ele nem sabe que está em uma relação abusiva. Por mais que tentem, nem os amigos e nem a família têm força para tirá-lo dali".