Kiputaria é essa? Sorveteria na Barra vende waflles em formato de pênis e vagina

Tem para todos os gostos. Fomos conferir estas delícias eróticas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 5 de março de 2022 às 11:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Paula Fróes

Ao chegar na pauta, o motorista que pilota o carro da reportagem indagou: “Preciso esconder o carro, vocês vão fazer matéria investigativa, né?”. Logo em seguida, emendou: “Vocês vão denunciar um brega chamado KiPutaria aqui na Barra?”. É assim que nasce um mal-entendido.  O assunto não é bem um brega, mas também nasceu para dar prazer ao cliente de forma, digamos, provocante. Foi inaugurada recentemente, em pleno Porto da Barra, uma sorveteria bem exótica. A KiPutaria vende, além de sorvete, waffles em formato de pepeka e piroka para todos os gostos e sabores. Com o devido ‘lá ele’, o CORREIO caiu de boca nessa novidade gastronômica.  

A primeira reação do cliente que entra no local é aquele riso safado de canto de boca e uma vergonha inicial de quem nunca pediu um órgão sexual comestível. “Meu Deus, como vou pedir um pênis grande desse todo recheado de chocolate? No começo fiquei sem jeito, mas depois achei engraçado e agora tô comendo. É bem gostoso e ousado. Vou postar no Instagram”, disse Jéssica, soltando uma gargalhada. “É enooooorme”, completou a turista de Belo Horizonte, apontando para o waffle roliço de 17 cm, coberto de calda de morango e bolinhas coloridas de chocolate. Quem preferir, ainda pode fazer um combo com um sorvetinho de manga.  

A ideia de abrir a KiPutaria surgiu do empresário português Fernando Pinheiro. Ele queria ficar perto dos dois filhos brasileiros, decidiu largar tudo em Portugal, mas precisava criar um negócio em Salvador para se manter. “Chega de tanta gente abrindo pizzaria aqui, né? Queria algo diferenciado", conta Fernando. “Também queria fazer algo com muito amor, carinho e safadeza. E, acima de tudo,  alegria”, disse.

O problema é que a novidade já está sendo acusada de plágio. Não aqui, mas em Portugal, que tem uma loja bem semelhante, chamada LaPutaria, com as mesmas cores da baiana, inclusive. Fernando não comentou o assunto, mas a loja portuguesa alega que já o procurou para esclarecimento. Moradores da Barra também estão incomodados, pois dizem  que é um produto destinado para adultos, mas no local  circulam  crianças e idosos.

Pollas da Europa A ideia surgiu das viagens de Fernando pela Europa, onde  waffles em formatos eróticos são comuns e viraram febre, principalmente na Espanha, onde são conhecidos como ‘pollas’. É uma gíria para, em tradução livre, ‘pau’. (ou piroka). Já existem algumas franquias na Europa, como o La Pollería. Em Salvador, Fernando lançou moda.

“Tem um ano que estou aqui e o baiano é um povo muito alegre, pensei em fazer alguma safadeza. No início, a galera passava, olhava, tirava foto, mas saia sem comprar. Agora virou ponto turístico da Barra. O casal chega, come uma piroka ou uma perereca e já está pronto para a cama”, brinca Fernando, enquanto tirava uma nova fornada de piroka quentinha. “Pensei em algo com um cenário bem exótico, mas primeiro preferi ver a reação do público. Já estou pensando em redecorar e trazer novidades para a loja”.

Os waffles são vendidos como Sugar Daddy e Sugar Mommy. O combo simples custa R$ 22, mas pode aumentar, dependendo  da gula. O sorvete, por exemplo, custa  R$ 6 a mais. Os clientes asseguram que vale cada centavo pela delícia, também chamada de crepiroka. Fernando também tem  trabalhado em festas particulares.

Robertinho é de Salvador e adorou a ideia. Já tinha ido na sorveteria comer a piroka e agora estava na pepeka. “Os dois são deliciosos, mas vale mais a pena o pênis, pois é maior. É muita besteira achar que alguém vai sair do armário só porque experimentou uma piroka de crepe, né? Tem que entrar na brincadeira”, disse. Leinane também gostou da ideia, principalmente quando o assunto é quebra de tabu. “É uma ideia muito interessante e queria ver pessoalmente. Nosso Brasil é fechado quando o assunto é sexualidade. Tem muito tabu e este lugar é uma boa maneira de acabar com isso, com um toque de humor. Chega a ser uma sátira curiosa. Além de ser leve e doce, né?”, questiona  a soteropolitana, enquanto um casal entrava na loja.  Eles fotografaram, riram do cardápio, a mulher fez menção de  pedir uma crepiroka, mas o marido reprimiu o desejo. Saíram sem levar nada. “Ainda tem gente com medo de pedir uma piroka e sair do armário. Uma bobagem. Aqui não se define ninguém, é apenas uma brincadeira gostosa”, assegurou Fernando, oferecendo uma piroka e uma pepeka para a  equipe do CORREIO.

A fotógrafa Paula Fróes experimentou a pepeka e mal conseguia falar. Para este repórter, sobrou a piroka de 17 centímetros, com chocolate de cacau cobrindo o instrumento e uma pequena faixa de chocolate branco, além do granulado . “Se conseguir comer tudo com uma só bocada, ganha outro”, gritou Fernando. De fato, a guloseima é atrevida, ousada e gostosa. Contudo, o melhor recheio da piroka foi outro: entrar no clima da brincadeira erótica e deixar de bobagem. Pensei até em comer só a cabecinha e oferecer o restante para nosso motorista investigativo. Não deu. Comi tudo. Sobre a sorveteria Endereço:   Rua Barão de Itapuã, número 60, Porto da Barra Produtos:  Waffles com formatos de pênis ou vagina. O cliente escolhe a cobertura, como chocolate branco e  morango, além de granulados diversos. Também vende sorvete. Valor:   R$ 22, podendo variar, a depender de sua gula.