O Processo Penal de Jesus de Nazaré

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  • Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2023 às 11:40

- Atualizado há um ano

Era quase meia-noite, quando por detrás das árvores do monte chamado Getsêmani, surge Judas Iscariotes, acompanhado por guardas de Roma e grande multidão de pessoas, armados com espadas e archotes, vindos por ordem do Sumo Sacerdote Caifás, para efetuar a prisão de Jesus.  Levaram-no, primeiramente, à presença de Anás, que não tinha jurisdição sobre ele. Anás, então, remete Jesus à presença de José Bem Caifás, sumo sacerdote em exercício. Ocorre que, para se formular uma acusação no processo penal judaico, era obrigatória a presença de duas testemunhas e seus testemunhos deveriam ser concordantes (Deuteronômio 19:15).

Para obter as testemunhas necessárias ao libelo, Caifás e seus seguidores passaram a forjar uma acusação por meio de testemunhas falsas e que receberam dinheiro para mentir perante as autoridades.

Mas as arbitrariedades não pararam por aí... Perante Caifás, improvisaram uma sessão extraordinária do Conselho, durante à noite, o que era inadmissível no direito judaico até mesmo no julgamento de causas de natureza civil. Mas tentavam com este expediente, preparar o processo de culpa, sem qualquer interferência, e da forma que pudessem conduzir a uma condenação.

Jesus chega à presença de Pilatos, agora com uma nova acusação: a antiga acusação de blasfêmia é modificada para a acusação política no curso do processo acusatório. Jesus, agora, não é mais aquele que se diz o Filho do Homem, que é igual a Deus, mas é um conspirador que vai destruir o Império de César na Judeia.

Neste momento, Pilatos lhe perguntou: “És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: ... vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Pilatos pergunta-lhe: O que é a verdade? Ora, Jesus já teria dito: “eu sou o caminho a verdade e a vida”, porém Pilatos não conseguiu enxergá-la.

O ato de lavar as mãos era um costume judaico que, quando usado legitimamente, era símbolo de absolvição de um homem inocente. Pilatos quando lava suas mãos com água límpida, suja-as, pela sua omissão, com o sangue de um homem inocente.

Jesus foi então levado à morte de forma mais vergonhosa possível: morte na cruz.

O processo de Jesus foi um mar de injustiças. Uma acusação baseada em testemunhas falsas e argentárias; julgamentos noturnos, inadmissíveis na Lei Judaica; ausência de juízes; interrogatórios realizados por agentes incompetentes, que não tinham jurisdição sobre Jesus; tribunais singulares; mudança da acusação no curso do processo, foram algumas das arbitrariedades perpetradas contra o Filho do Homem.

Jesus, no fim da sua vida disse: “tenho sede”, hoje, ainda temos sede de Justiça... ao receber os pecados do mundo, Jesus disse: Eloí, Eloí, lamá sabactâni (Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?), hoje, esta frase ainda é ouvida por muitos homens que se encontram desamparados pela Justiça.