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Gabriela Cruz
Publicado em 31 de dezembro de 2025 às 05:00
Para 2026, a ideia não é fazer mais. É viver melhor o que já foi construído. Trocar a lógica do acúmulo pela da permanência, do cansaço pela presença. Menos tarefas empilhadas, mais tempo para sustentar projetos, relações e escolhas que já existem. Um ano menos ansioso e mais consciente sobre onde e em quem se coloca energia.
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Sabemos que sempre rola uma preguiça quando o assunto é pensar na nossa própria vida. Mas essa dificuldade de movimentar o que é preciso pode ter outro significado. No Japão, essa letargia não é vista como falha moral, mas como resposta do corpo e da mente à sobrecarga. Um sinal de alerta, não de culpa. A partir dessa leitura surgem métodos simples: começar pequeno, organizar o ambiente, agir mesmo de forma imperfeita, criar rituais de foco. Não se trata de vencer o sentimento, mas de escutá-lo antes que vire esgotamento.>
De tudo que eu vejo
A preguiça muitas vezes esconde o medo de falhar. O chamado Kintsugi Mindset propõe outra lógica: falhas não são erros, são parte do processo. Assim como na técnica japonesa que repara cerâmicas quebradas com ouro, as marcas fazem parte da história. A psicologia mostra que o impulso vem da conclusão, não da perfeição. Portanto, a dica é: termine e ajuste depois. Seguir em movimento também é progresso.>
Nesse momento de nos reconectarmos e pensarmos em nossos desejos, o Vision Board entra como ferramenta de foco. Colocar intenções no papel, transformar desejos em imagens e dar direção ao olhar ajuda a evitar o ciclo de metas vagas que se repetem ano após ano. A ideia aqui não é controlar o futuro, mas organizar escolhas no presente.>
Criar um Vision Board pode ser simples: papel, caneta, recortes, palavras-chave. Metas pessoais, profissionais, afetivas e financeiras — escritas com clareza. As imagens ajudam porque o cérebro responde ao estímulo visual. Ver com frequência ativa o sistema de recompensa a não perder de vista o que importa.>
No fim do ano, escolher uma agenda vira quase um gesto de intenção: é ali que a rotina, os projetos e os desejos começam a tomar forma. Para 2026, uma proposta se destaca por entender o planejamento como experiência e não apenas como organização. O Miranda Estúdio, com loja no Rio Vermelho, lançou duas versões de sua agenda anual, Chama e Sonho, ambas datadas e inspiradas no Ano do Cavalo de Fogo. Com formato livro e acabamento sofisticado, trazem artes exclusivas abrindo cada mês. A pré-venda acontece no site mirandaestudio.com.br, com envio a partir do fim de dezembro.>
Antes de definir metas, vale organizar o terreno. A faxina digital é um gesto prático de cuidado: apagar arquivos inúteis, fotos duplicadas, prints esquecidos, PDFs acumulados. Rever aplicativos, cancelar assinaturas que não fazem mais sentido, fazer backup do que importa. Menos ruído digital cria mais clareza mental. Planejamento também é esvaziamento.>
O Vision Board não precisa ser solitário. Fazer esse exercício com família ou amigos transforma o processo em troca. Reunir pessoas de idades diferentes, ouvir metas diversas, perceber o que muda e o que se repete amplia o repertório e tira peso da cobrança individual. Desejar junto também é forma de pertencimento. Fiz isso com minhas irmãs e sobrinhos no Natal e foi uma experiência enriquecedora.>
Para encerrar, um convite possível. Um desafio de sete dias criado pelo jornal New York Times a partir de sugestões de psicólogos e cientistas do comportamento que garante ser a felicidade um projeto possível, conquistada a partir de uma sequência de gestos singelos:>
1) Fazer um balanço honesto dos relacionamentos.>
2) Ligar para alguém do seu convívio e conversar amenidades.>
3) Puxar conversa fiada.>
4) Agradecer alguém de verdade.>
5) Reconhecer a importância dos amigos de trabalho.>
6) Marcar um encontro na agenda e não furar.>
7) Transformar conexão em hábito para o ano inteiro.>
Talvez o novo ano não precise de grandes viradas. Talvez precise apenas de mais presença, mais foco e mais cuidado com o que já existe. Que venha 2026!>