São João: Aproveite o fim de semana para visitar Aracaju

Cidade terá seis dias de festa e a gente preparou um roteiro incrível para fazer enquanto espera o forró começar

  • Foto do(a) author(a) Daniel Silveira
  • Daniel Silveira

Publicado em 19 de junho de 2018 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Renato Santana/Divulgação

“Sergipe é o país do forró”, diz uma música de Rogério, popular cantor sergipano. E a capital, Aracaju, é o ponto central de uma das maiores festas juninas do estado. A cidade recebe, nos dias 22, 23, 24, 28, 29 e 30 de junho, mais uma edição do Forró Caju, com 130 atrações, do raiz ao Nutella. Tem Flávio José, Alceu Valença e Elba Ramalho, mas também tem Joelma, Michel Teló e Calcinha Preta. A programação acontece nos Mercados Centrais, na Praça General Valadão, no Centro Cultural de Aracaju e em palcos espalhados pela cidade em 19 bairros.  A orla Por do Sol em Aracaju é o ponto de partida para o passeio de catamarã no rio Vaza-Barris (Fotos de Renato Santana/Divulgação)  E já que o São João acontece no final de semana, sair de Salvador para curtir um forrozinho fora é uma tentação possível. Como Aracaju está toda se querendo nessa festa, aproveite a desculpa da festa junina para conhecer a capital vizinha, que é pequenininha, mas tem bastante coisa. 

Adianto que, de noite, a pedida é dançar, claro. Já durante o dia, a cidade oferece banho de mar, delícias do mar e do Sertão, rios e natureza exuberantes e até um museu multimídia sobre o estado, que já foi um pedacinho da Bahia. Isso sem falar no artesanato local, que é incrível e conta muito sobre sua história e sua gente.  Por conta desse visual é que a Orla por do Sol tem esse nome (Foto: Renato Santana/Divulgação) Arrumando as malas São 324 km de Salvador pela Linha Verde. De carro, dura umas quatro horas. Ônibus das empresas Rota Transportes e Águia Branca saem diariamente da rodoviária, com passagens entre R$ 65,68 (executivo) e R$ 99,90 (semi-leito), entre 6h e 23h30. De avião, há voo direto da Avianca, que dura cerca de 45 minutos e parte diariamente às 23h30. 

Para se hospedar, são mais de 38 hotéis e pousadas, o que significa mais de 3 mil leitos, 90% já ocupados para o período do São João, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Sergipe (Abih-SE). Para o segundo fim de semana de festas, não temos os dados exatos. Mas calma lá, ainda tem o Airbnb, lá dá para achar algumas das mais de 300 casas, apartamentos e quartos disponíveis na cidade. 

Agora com essas informações, confira nossas dicas e não perca um minuto. Essa é a Véia Fogosa, uma das sobremesas servidadas no restaurante Caçarola, que fica em cima do Mercado Central (Foto: Renato Santana/Divulgação) Aqui se come bem É uma afirmação pesada, mas pesado mesmo pode ficar você depois de experimentar todas as delícias da cidade. São cerca de 1.200 bares e restaurantes. Um deles é o Caçarola (@cacarola.aju) que fica no andar de cima do Mercado Central e serve, de segunda a sexta, bufê a quilo (R$ 41,90). Aos sábados é à la carte. A comida é sensacional com destaque para a carne do sol e a farofa de soja, que me fez arrepender de ter colocado apenas uma colher dela no prato. Uma mistura deliciosa. As sobremesas são outras maravilhosas. Tem a Moça Virgem, doce de banana flambado na cachaça com uma bola de sorvete de tapioca (R$ 8). Tem também a Véia Fogosa é uma cama de beiju com doce de fruta da estação em calda e uma bola de sorvete de tapioca (R$ 9,50). Ambas de lamber os beiços. Acrescente aí a possibilidade de almoçar com vista para o rio Sergipe, com uma brisa deliciosa que chega ao local. Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: Comida regional das boas tem também no Mangará (@mangaraaju), que fica na Av. Beira Mar. O restaurante abre para jantar (e no domingo também para almoço), tem bufê a quilo (R$ 59,90) com opções como cuscuz, carne do sol, ensopado e vários tipos de sopas e caldos, que aliás foram os primeiros pratos oferecidos pelo local, que nasceu como uma casa de sopa. A decoração do espaço é um show à parte que se inspira na rica cultura nordestina com chitas, palhas, cerâmica e madeira. O próprio restaurante, visto de fora, já chama a atenção por lembrar uma casa simples no meio da caatinga. Os garçons vestidos de Maria Bonita e Lampião dão mais um toque de regionalismo. A moqueca de filé de pescada com camarão é um dos atrativos do restaurante Parati (Foto: Renato Santana/Divulgação) Para quem está interessado em uma refeição praiana, o lugar ideal é o Praia Parati (@praiaparati), que fica em Mosqueiro. Lá, aconselhado pelo dono do restaurante, provamos a Moqueca Parati, com filé de pescada e camarão, que serve bem três pessoas e custa R$ 109, acompanhada de arroz e pirão de peixe. O restaurante fica à beira-mar e tem toda a estrutura para banhistas, como chuveiro e quiosques na areia. 

E para quem, além de comer, gosta de explorar pontos da cidade mais frequentados por moradores, tem que ir no Seo Inácio Bistrô  (@seoinacio), que fica no bairro Inácio Barbosa que consegue unir boemia com calmaria. A comida é contemporânea com um toque regional. Para montar seu prato, escolha a proteína, duas guarnições e um molho. Combinamos filé com fritas e arroz à piamontese. Básico e delicioso. Custou R$ 49. O Seo Inácio foi o primeiro bar a chegar ao Inácio Barbosa, que vem recebendo atenção de empreendedores do ramo de bares e restaurantes nos últimos anos. 

Durante o mês de junho até 8 de julho, 21 restaurantes e bares da cidade, todos membros do Polo Gastronômico, participam do Circuito Gastronômico. Cada um deles pensou em um prato (novo ou repaginado de seus cardápios) com ingredientes facilmente encontrados no estado. O Parati, por exemplo, participa com a Tilápia à Sergipana (tilápia ao molho de abacate, acompanhado de abobrinha, abóbora, batata doce e arroz com castanhas), que custa R$ 34. Já o Seo Inácio apostou no Cordeiro Crocante (cordeiro crocante acompanhado de purê de abóbora e couve refogada na manteiga), que também custa R$ 34. Tem até espaço para a franquia baiana Beach Stop, que também está na cidade. Mantendo a linha do bar, eles oferecem a Costela de Pirarucu (costela de pirarucu acompanhada de moqueca de peixe com arroz branca), também por R$ 34. A Marinete do Forró circula pontos turísticos da cidade ao som do forró de raiz (Foto: Renato Santana/Divulgação) Pra dançar  Não é preciso esperar os shows à noite para começar o “rastapé”. O forró começa mais cedo na Marinete do Forró, um ônibus itinerante, com trio pé de serra, que circula pela cidade. Ele sai da Orla de Atalaia, quase em frente ao Oceanário, e passa por pontos turísticos da cidade, como o Largo da Gente Sergipana, o Mercado Central e o Centro de Turismo, onde o ônibus fica mais um tempinho, para compras e lanche. O passeio dura cerca de quatro horas com forró comendo no centro com direito a um casal fantasiado como em uma quadrilha junina, o tempo inteiro, tanto na ida quanto na volta. A marinete é quase um show particular e os turistas não pagam nada para fazer o passeio. Mas precisam chegar cedo. O ônibus sai às 14h30 e meia hora antes já tem fila. Durante o mês de junho a Marinete do Forró funciona de quinta a sábado. Nos demais meses do ano, apenas às sextas.  (Foto: Renato Santana/Divulgação) Quem não cansou ainda pode esticar a noite no Restaurante e Casa de Forró Cariri, bar que fica na Passarela do Caranguejo e tem música ao vivo todo dia e decoração cheia de referências ao povo nordestino e ao Sertão. O couvert artístico é R$ 10.

Cadastre seu e-mail e receba novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, tecnologia, bem-estar, pets, decoração e as melhores coisas de Salvador e da Bahia: Do teleférico da cidade têm-se uma vista incrível (Foto: Renato Santana/Divulgação) Pelo rio e pelo ar Para quem curte natureza, Aracaju é um destino dos bons. Dá para apreciar um pedaço de Mata Atlântica conservada, tomar banho de mar, de rio, que são navegáveis, entre outras possibilidades. De início, faça um passeio no teleférico para ver a cidade de cima e ainda passear por cima da mata, que fica no Parque da Cidade, uma reserva com cerca de 930.000 m², no Bairro Industrial. Dá para ver o parque de cima, passando perto de copas de árvores e atravessando o zoológico. Ainda lá, dá para ter uma vista bonita da cidade no mirante natural. Depois de desembarcar no teleférico, no final do primeiro trecho, pegue uma trilha quase ao lado dele. O passeio custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e funciona de terça a domingo.  O catamarã leva os tuiristas para a Ilha dos Namorados para um banho de rio ou de mar, caso a pessoa prefira (Foto: Renato Santana/Divulgação) Do outro lado da cidade, na Orla Pôr Do Sol, no povoado Mosqueiro, quem quiser curtir banho de rio, pode fazer o passeio para a Ilha dos Namorados e a Crôa do Goré, ambas no rio Vaza-Barris. A Ilha dos Namorados fica quase no encontro do rio com o oceano Atlântico, a cerca de meia hora de barco. Ao chegar, encontramos uma estrutura com redes semisubmersas, brinquedos aquáticos, pranchas de Stand Up Padle e um bar. O catamarã que nos leva até lá fica atracado por duas horas, tempo suficiente para tomar banho de rio e, se a maré tiver mais alta, caminhar até o outro lado da ilha para um banho de mar. Com a maré baixa, o oceano fica mais distante e é preciso andar muito, mas muito mesmo.  Na Crôa do Goré, os quiosques ficam submersos quando a maré sobe (Foto: Renato Santana/Divulgação) Logo depois o catamarã parte para a Crôa do Goré, um banco de areia no meio do Vaza-Barris que tem um bar flutuante.  À medida que a maré sobe a água toma conta e cobre toda a faixa de areia submergindo os quiosques até a metade. Além de encher tudo de água, o visual é de encher os olhos. Não se preocupe se não quiser sair quando a maré subir. O bar, que é flutuante, permanece por lá atendendo os mais resistentes. O catamarã fica por uma hora na ilhota. O passeio para as duas custa R$ 80 por pessoa. Para a Crôa apenas, é R$ 40. Crianças até 4 anos não pagam e de cinco a nove pagam meia. A vista do por do sol nas águas do rio Sergipe fazendo SUP é uma experiência quase transcendental (Foto: Renato Santana/Divulgação) Aos fãs de esportes Também no rio Vaza-Barris, quem curte esportes pode fazer Stand Up Paddle (SUP). Melhor ainda se for no final da tarde, com a vista do sol se pondo sobre o manguezal que fica no meio do rio. A atividade é facilitada pelo SUPAmigos (@_supamigos), que fica no Mosqueiro e aluga e guarda pranchas, além de funcionar como bar. Para quem já sabe remar, o aluguel custa R$ 40, se precisar de instrução, R$ 50. Funciona todo dia. A casa também promove a Remada com Café todo sábado às 7h, primeiro o SUP e depois um café da manhã coletivo.  No Mosqueiro, amantes do Kite Surf podem praticar o esporte, mas tudo depende de como estará o vento e a maré (Foto: Renato Santana/Divulgação) Voltando para o centro da cidade, mas ainda no Mosqueiro tem o  KitePoint Aju&Cia(@kitepointajuecia), onde os interessados em fazer kite surf podem aprender e os apaixonados podem se juntar para praticar. O local também oferece uma quadra para prática de Beach Tennis (um frescobol com rede e regras), além de voo de paramotor. Remar nas águas do rio Poxim até o rio Sergipe pode garantior, com sorte, a observação de golfinhos (Foto: Renato Santana/Divulgação) Um pouco mais próximo do centro, à beira do rio Poxim, no Parque dos Cajueiros, fica o Canoa Raiz (@canoaraiz_aracaju), uma escola de remo. O passeio permite outra perspectiva da cidade, a partir do rio, ver de perto o manguezal e admirar garças. Tive sorte de ver golfinhos de perto, no encontro dos rios Sergipe e Poxim. A aula experimental custa R$ 50, se nunca remou de Canoa Havaiana/Polinésia. O treino avulso em dia útil, R$ 30. Sábado é R$ 50. O passeio/treino dura cerca de uma hora. Dá para comprar artesanato e outros produtos locais no Mercado, inclusive hortifrutii (Foto: Renato Santana/Divulgação) Aqueles quase obrigatórios Como toda cidade, Aracaju tem uns passeios quase obrigatórios. Não dá para dizer que visitou a cidade se não foi ao Mercado Central, um complexo com três mercados que vendem desde o artesanato regional, como cerâmica, palha e renda à culinária regional com produtos como requeijões, rapadura, beijus de tapioca, biscoitos e doces. Também lá funciona uma feira livre com produtos de hortifruti.  O Museu da Gente Serrgipana é interativo e permite conhecer a história de Sergipe com os olhos de seu povo (Foto: Renato Santana/Divulgação) Outro local bem legal de ir é o Museu da Gente Sergipana, que fica na Avenida Ivo Prado, à beira do rio Sergipe. Trata-se de um museu interativo que abusa da tecnologia para mostrar a história do estado contada, principalmente, a partir da cultura popular. Este ano, foi inaugurado o Largo da Gente Sergipana em frente a ele, com oito esculturas representando manifestações folclóricas do estado: Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso. As esculturas são de autoria dos artistas Félix Sampaio e Tatti Moreno. Tatti também é responsável pelas esculturas do Dique do Tororó. O Palácio do Governador virou um museu e também conta um pouco a história do estado com uma visão política (Foto: Renato Santana/Divulgação) Outro local para os que gostam de história e querem conhecer melhor um pouco da formação do estado, dessa vez vista pelo aspecto político é o Palácio Museu Olímpio Campos, onde funcionou o Palácio do Governador até os anos 1990. Dá para passear pelos salões e quartos que já foram frequentados por grandes nomes da política do estado.  Museu do artesanato é um local para conhecer a produção artesanal e popular do estado, dá também para comprar renda e outros itens (Foto: Renato Santana/Divulgação) Tem também o Centro Cultural de Aracaju (Praça General Valadão, Centro), que recebe exposições e possui uma sala de cinema e um teatro com capacidade para 100 pessoas. Ali perto tem o Museu do Artesanato de Sergipe (Praça Olímpio Campos, Centro) com uma exposição de peças de artesanato regional com nomes importantes da arte do estado. Lá também é possível comprar algumas peças, principalmente, de renda e, ainda curtir um forrozinho, no Forró de Quinta, que acontece toda quinta-feira.  O Oceanário mantido pelo Projeto Tamar tem diverasas espécies animais marinhos e alguns de rios, a maioria encontrado na região de Aracaju (Foto: Renato Santana/Divulgação) Aproveite que está na cidade para visitar o Oceanário do projeto Tamar. Além das diversas espécies de peixes, crustáceos e outros animais marinhos, o local possui tartarugas e tubarões. A depender da hora, dá até para assistir aos bichinhos comendo (tartarugas e outros animais, às 10h30 e tubarões às 16h30, diariamente) ou acompanhar a liberação de tartarugas que acontece todos os sábados de manhã. O local funciona diariamente das 09h às 21h com passes custando R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia para estudantes com carteira, crianças acima de 1m e idosos acima de 60 anos). Portadores de necessidades especiais e crianças até 1 metro não pagam. O passe vale para o dia inteiro, com direito a retorno livre. Isso permite que a pessoa possa acompanhar uma atividade pela manhã, sair e voltar mais tarde para outras atividades.

 *O repórter viajou a convite da SEMICT-Aracaju