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Roberto Midlej
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 10:37
Foi no sufoco, mas os fãs do festival Radioca podem se preparar: nos próximos sábado e domingo, o público vai acompanhar no MAM (Museu de Arte Moderna) novidades da música brasileira , como Sophia Chablau (de São Paulo) e Anne Carol (de Sergipe). Mas também vai reencontrar artistas já consagrados como BNegão e Josyara. >
Luciano Matos, um dos curadores do evento, diz que a edição deste ano ficou ameaçada de não ocorrer e a confirmação só aconteceu há pouco mais de dois meses, depois que uma cervejaria confirmou o patrocínio através do programa Fazcultura. >
Luciano Matos
cocurador do RadiocaSegundo o curador, o compromisso original do evento, que é trazer novidades para o público, está mantido: “A gente deu uma boa crescida nas duas últimas edições, mas não queremos crescer tanto a ponto de, por exemplo, trazer um grande headline [atração principal] que concentrasse o público. Queremos que as pessoas estejam lá para ver todas as atrações”.>
A edição deste ano segue o lema do evento: “A música que você ainda vai ouvir”. Portanto, a ideia é revelar as tendências à plateia. Segundo Luciano, Sophia Chablau, da cena indie de São Paulo, é pouco conhecida até mesmo dentro de seu nicho.>
Anne Carol é uma artista que faz muito sucesso em Sergipe. “Estive num show dela e está bombada lá. O público canta com ela as músicas. Faz um som que tem um pouco de reggae e afrobeat. Mas tem também um pouco de R&B. Em Sergipe, ela gera uma comoção lá”. A paulista Bebé, que faz um som baseado em trap e R&B, também tem se apresentado em festivais e já foi apontada pela CNN como uma das 10 cantoras que vão mudar o cenário da Música Brasileira. Em seus álbuns, já contou com a participação de artistas como Ana Frango Elétrico, Fabriccio, Vitor Milagres e Lello Bezerra.>
Uma “regra” do Radioca é trazer todo ano artistas que nunca se apresentaram em Salvador ou, ao menos, que tragam um show que nunca foi apresentado na cidade. Neste ano, é o que acontece com BNegão, que, embora seja bem conhecido do público de Salvador, vai trazer um show inédito, baseado em seu primeiro álbum solo. “Na verdade, ele nem diz que é um show de lançamento do álbum, porque isso só acontecerá em breve. É um pré-lançamento”, diz Luciano.>
Segundo o curador, a ideia de apresentar novidades ao público costuma dar um bom retorno: “O público que vai para o Radioca, em geral, já entendeu nossa proposta. Muita gente diz que vai para conhecer os artistas. Lembro bem de uma apresentação da banda Quartabê [em 2017], que era uma banda instrumental pouco conhecida e estão pessoas ficavam quietas, atentas ao show. Aquilo me chamou a atenção e lembro que comentei com Ronei”. Luciano se refere a Ronei Jorge, que também integra a curadoria, junto com Roberto Barreto e Carol Morena.>
O Radioca já aconteceu em locais diferentes da cidade, como a Chácara Baluarte e no Pelourinho. Pela primeira vez, está sendo realizado no MAM, que tem capacidade para receber duas mil pessoas por dia. O local impõe algumas limitações, por isso não haverá a feira de acessórios e roupas que vinha acontecendo nas últimas edições. >
A produção, no entato, fez questão de manter uma loja onde o público poderá comprar produtos relacionados aos artistas que se apresentam, além de livros sobre música.>
Josyara>
Três artistas que já estiveram em edições anteriores do Radioca estarão de volta, no sábado: os baianos Giovani Cidreira, Jadsa e Josyara. Desta vez, no entanto, o trio vai estar junto no no palco, o que nunca aconteceu. O repertório exclusivo para o festival terá canções próprias e releituras de outros artistas.>
Josyara observa que ela já tem uma parceria antiga com Giovane. “Sempre tivemos afinidade, ele faz canções excelentes e nós bebemos da mesma fonte, que é a canção”, revela a cantora. Juntos, os dois gravaram o álbum Estreite, em 2020.>
Josyara ressalta a importância de um festival que prestigie a música independente, como o Radioca: “É um espaço de resistência, porque sabemos a dificuldade que é manter um lineup autêntico, original, autoral e corajoso. E gosto de participar de festivais, porque é uma chance de conhecer novos artistas, um nome que ainda não veio a mim”.>
Festival Radioca. MAM (Museu de Arte Moderna). Avenida Contorno. Sábado (2): Giovani Cidreira, Jadsa e Josyara (BA) + Bebé (SP) + Cidade Dormitório (SE) + Fogo Pagô (BA); Domingo (3): BNegão (RJ) + Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (SP) + Anne Carol (SE) + Vírus (BA). Ingressos: R$ 90 | R$ 45 (para um dia); R$ 150 | R$ 75 (para os dois dias)>