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Gabriela Cruz
Publicado em 17 de maio de 2025 às 19:09
O terceiro dia do DFB Festival 2025, realizado na sexta-feira (16) no Centro de Eventos do Ceará, reforçou o papel do evento como plataforma de visibilidade e reflexão para a moda autoral brasileira. Com acesso gratuito, o público pôde acompanhar painéis do DFB Summit e uma sequência de desfiles que valorizaram a diversidade criativa e o pensamento sustentável, reunindo tanto nomes consolidados quanto estudantes em formação.>
A programação começou com a palestra de André Carvalhal sobre propósito pessoal e empreendedorismo criativo. Em seguida, o autor e consultor participou da mesa-redonda “Negócios de impacto: importância e diferencial”, ao lado de Sidarta Cabral e Gizelle Reis, discutindo caminhos sustentáveis no mercado da economia criativa.>
À noite, os desfiles começaram com o tradicional Concurso dos Novos, que reuniu trabalhos de estudantes do IFRN, SENAI RN, UCS (RS) e UFCA (CE). A competição integra a agenda oficial do Festival e tem como foco revelar e estimular novos talentos da moda brasileira.>
Na sequência, quatro estilistas apresentaram coleções autorais em dois espaços simultâneos. O pernambucano Melk Zda levou à passarela “A Praia”, uma homenagem à Boa Viagem e à relação afetiva com o Recife, com peças que mesclam alfaiataria e moda esportiva, em parceria com a Track&Field. >
Já Bruno Olly apresentou “Linha de Vento”, inspirada nas vivências de um menino preto nos anos 1990, em uma celebração potente da cultura preta e do streetwear como ferramenta de construção identitária. De forma criativa e extremamente precisa, o estilista ampliou o desejo pelo underground através de um streetwear contemporâneo - modelagens atuais, sofisticadas e nada óbvias.>
O potiguar George Azevedo encantou o público com “Grande Hotel”, uma coleção que traduz com sensibilidade e apuro estético a efervescência de Natal nos anos 1940. Inspirado no período em que a cidade recebeu milhares de militares norte-americanos, o estilista reconstrói esse capítulo histórico com leveza, bom humor e um olhar contemporâneo. >
O desfile chamou atenção pela combinação equilibrada entre referências militares, o imaginário das pin-ups e elementos boêmios da época, costurados por uma narrativa afetiva e visualmente impactante. Azevedo reafirma sua assinatura autoral ao transformar memória em estilo, trazendo para a passarela uma moda que emociona, provoca e celebra a identidade potiguar com originalidade.>
David Lee encerrou a noite com o desfile da coleção “Diagonais”, que parte do simbólico e do cotidiano nordestino — como os panos de prato transformados em camisaria — para refletir sobre conexão, memória e pertencimento. Entre fibras naturais, crochês florais e bordados com palavras como “força” e “crença”, o estilista reafirmou a essência da marca como expressão do Nordeste contemporâneo. >
O DFB Festival 2025 encerra neste sábado (17). Os desfiles podem ser assistidos ao vivo no canal do evento no YouTube. >
A jornalista viajou a convite do evento.>