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Tharsila Prates
Publicado em 7 de novembro de 2024 às 13:46
O escritor angolano José Eduardo Agualusa estará em Salvador no dia 17 deste mês para o lançamento do livro Mestre dos Batuques, que narra a trajetória da formação de Angola como uma nação e explora questões de identidade e pertencimento.>
O bate-papo, mediado pelo livreiro Heider de Assis e seguido por uma sessão de autógrafos, ocorrerá a partir das 16h, na Livraria LDM do Vitória Boulevard, no Corredor da Vitória. O livro, com elementos de realismo fantástico, é publicado pelo selo Tusquets, da Editora Planeta. >
Com obras traduzidas para mais de 30 idiomas, o escritor passará ainda por cidades como São Paulo, Maricá, Tiradentes, Santos, São Luís e João Pessoa, algumas delas acompanhado do escritor Mia Couto, que assina a orelha do livro.>
De acordo com a editora, Mestre dos Batuques confronta os dilemas e contradições da modernidade, revisitando reflexões sobre a formação da identidade. Mais do que o testemunho de uma mulher africana ou um relato sobre o nascimento e a perda de um país, a obra de Agualusa examina meticulosamente como fronteiras simbólicas – como raça, nação, cultura e gênero – são construções que moldam a percepção da realidade. Apesar de parecerem sólidas, essas fronteiras limitam a compreensão autêntica do que significa ser humano.>
Agualusa é autor também de 'O terrorista elegante e outras histórias', escrito com o moçambicano Mia Couto; 'A sociedade dos sonhadores involuntários'; 'O vendedor de passados', com o qual venceu o prêmio Independent Foreign Fiction Awards e, no Brasil, inspirou filme com Lázaro Ramos; 'Os vivos e os outros'; 'As mulheres do meu pai'; 'A rainha Ginga'; e 'Teoria geral do esquecimento, finalista do Man Booker International Prize.>
No ano passado, o escritor não se furtou de escrever, em uma crônica, ao baiano Itamar Vieira Júnior, que havia jogado no terreno do racismo a crítica que recebeu de uma especialista sobre o best seller Torto Arado. Agualusa disse, na ocasião, que Itamar estava apenas sendo criticado. Sobre o assunto, Mia Couto admitiu que há um preconceito contra autores que têm sucesso, mas que não tem simpatia pela ideia de que só pode entender um certo texto o identitário de onde partiu esse texto, seja por classe, gênero, sexual ou qualquer outro grupo. >