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Linda Bezerra
Publicado em 4 de setembro de 2014 às 19:28
- Atualizado há 2 anos
É pra comer suando, como se tivesse numa cozinha da velha Bahia. A receita tem origem na pokeka paulista, espécie de cozido de peixe com pirão, mas a cozinheira e pesquisadora Leila Carreiro jogou dendê e fez uma moqueca de camarão assada na palha de banana. Junto com os camarões frescos e defumados, pedacinhos de licuri surpreendem no meio do cremoso pirão de farinha de guerra (R$ 100/duas pessoas).>
Chega quente na mesa, mas não borbulha, tem ardor equilibrado de duas pimentas e o dendê é bem suave. Leila, do Dona Mariquita, no Rio Vermelho, faz gastronomia de memória. Então, para acompanhar o resgate paulista, ela serve acaçá, esse sim bem baiano, um bolinho doce feito de milho branco triturado, depois de três dias de molho.>
O acaçá tem registro de venda, segundo o pesquisador da comida baiana de raiz Manuel Querino (1851-1953), em 1926, quando escravos mercavam nas ruas. Feito com leite de coco, o bolinho tem cor e a consistência de um manjar branco.>
Outros dois pratos renovam o cardápio: o suave pastel de palmito de jaca verde (R$ 22, porção com 6), servido com geleia de pimenta, e o Latipá, um tipo de caruru sem quiabo, feito com folha de mostarda, camarão e castanha (R$ 15), até hoje servido nos terreiros de candomblé.>
Seja para conhecer esses pratos ou para comer um caruru de Cosme e Damião (R$ 38), servido durante todo esse mês, ir no Mariquita é se encontrar com a memória. Pense num prato bom: moqueca de camarão assada na palha. Foto: Angeluci Figueiredo>
Serviço:Rua do Meio, 178, Rio Vermelho/ 3334-6947. Func.: ter. a sáb. (11h/17h), dom. (12h/17h). Visa.>