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Gilberto Barbosa
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06:00
Cachoeira se transforma na capital da literatura para a 13ª edição da Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que segue até domingo (26). Com o tema Ler é Massa, o evento recebe mais de 60 autores, e conta com atividades espalhadas em 10 espaços pelo município. Entre os nomes que passarão pela Flica nos próximos dias estão o jornalista Vanderson Nascimento, que participa da mesa Infância, A Semente das Histórias, neste sábado (25), às 9h. A mesa acontece no espaço Fliquinha, localizada no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo. >
A programação também terá a pedagoga Bárbara Carine, que se apresenta na mesa Desafiar, hoje (24), às 10h, além da jornalista Aline Midlej, na mesa Nossas Vozes Como a Noite Estrelada, no sábado, às 15h. Ambas na Tenda Paraguaçu. Já o Palco dos Ritmos recebe show de Lazzo Matumbi e Márcia Short, hoje, a partir das 20h30. No dia seguinte, Adão Negro faz dobradinha com Sine Calmon.>
No primeiro dia, a Flica recebeu nomes como a atriz Nanda Costa, o radialista Mário Kertész, a autora Mariana Paiva e o apresentador Ricardo Ishmael . Destaque para a mesa Ler é Massa, composta pelo cantor Russo Passapusso e pela jornalista Rita Batista, que comentaram sobre como os livros influenciaram suas trajetórias. A programação completa da Flica está no site oficial do evento.>
Rita se prepara para o lançamento do livro A Vida é Massa 2, continuação do volume em que apresentou 111 mantras que a ajudaram durante a vida. O lançamento está previsto para dezembro, com a pré-venda iniciando no final deste mês. Após a mesa, Rita falou com o CORREIO. Confira.>
Você é jornalista, filha de professora e autora publicada. Qual a importância da literatura na sua vida?>
A literatura me coloca nesse lugar de ter a capacidade de sonhar, vislumbrar ambiências, conhecer coisas que não estão ao nosso alcance e de viajar pelas palavras. É importante apreender o conhecimento daquelas pessoas que chegaram antes da gente. A literatura me deu esse lugar de saber ler, interpretar, ver as minúcias nas palavras e de se apropriar do texto, que definem o que é ser jornalista. É uma gama de possibilidades e um grande aprendizado, que nunca acaba.>
Seu livro apresenta 111 mantras importantes na sua vida. Como surgiu a ideia de compilar isso e como eles te ajudaram?>
Foi por pressão dos meus seguidores (risos). Comecei a falar os mantras no meu perfil e as pessoas começaram a sugerir que escrevesse um livro. Nunca tinha pensado nisso e a Planeta (de Livros, editora) me convidou. Pensei em reunir 365 mantras, um para cada dia do ano, mas reduzi para 111, aqueles que já uso há muito tempo. Esse segundo livro tem os mantras que ficaram de fora, além de exercícios com orações e lembretes para deixar o ego de lado e se trabalhar mais o espírito, se conectar mais consigo.>
A pesquisa Retratos da Leitura de 2024 apontou que 53% dos brasileiros não leem livros de nenhum tipo. O que fazer para que o leitor mantenha o interesse na leitura? Você acha que todo tipo de leitura é válida?>
Toda leitura é válida. Às vezes, queremos trazer uma leitura mais específica, títulos mais robustos ou autores mais difíceis de ler por conta da nossa escolaridade. Quando temos esse percentual de pessoas que admitem que não leram nenhum livro, temos que fazer um recorte interseccional de quantas delas concluíram seus estudos ou tiveram que parar de estudar. É preciso que observemos o todo, porque, às vezes, achamos um absurdo ter um país que não lê, mas é um país com 5 milhões de pessoas que não têm banheiro e 11 milhões que ainda não sabem ler, nem escrever o próprio nome. >
Os seus mantras são uma forma de aproximar o público da literatura?>
Meus mantras são uma forma das pessoas se aproximarem delas. Não são meus, são do universo. Eu só os reuni e os testei. Eu sou uma pessoa do pensamento positivo, sem ter essa positividade tóxica, porque sei dos problemas que a gente tem na vida e em um país como o nosso. Mas, os mantras são uma forma de nos reconectar, de nos aproximar e ter mais certeza sobre si e menos certezas sobre os outros.>
Você é uma mulher negra que ocupa espaços de referência, como a TV Globo, e hoje está em Cachoeira, que possui uma herança africana muito forte. Como é estar nesses lugares e levar sua experiência?>
Eu acho bom ter essa possibilidade de amplificar meu trabalho. Toda vez que participo de um evento como esse ou faço meu trabalho no É de Casa, estou amplificando essas vozes, jogando luz nas nossas questões e tratando daquilo que me preparei para fazer na vida. São 22 anos de carreira. Então, acho que vou cerejando o bolo da minha existência com esses locais que alcanço e tentando ser espelho. >
Qual o mantra para atrair dinheiro?>
Tem o mantra da minha vida, que uso para tudo e que me foi ensinado por um ancestral: “Eu sou corajosa, destemida e forte/ Eu sou alegre, expansiva e cheia de vida/ Tudo me corre bem/ Eu sou um ímã para atrair tudo que há de bom e útil/ Eu gozo da mais perfeita saúde”. Faça e depois me conte.>