Ubaque Musical planeja ampliar o alcance de cantores da cena baiana

Iniciativa é fruto da parceria entre as produtoras Join, Macaco Gordo e Virgin Music

  • L
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 05:00

Cantora e compositora Carla Victoria
Cantora e compositora Carla Victoria Crédito: Tácio Moreira

Unidos pelo desejo de amplificar o alcance da música produzida por novos talentos baianos, as produtoras Join, Macaco Gordo e Virgin Music lançam a Ubaque Musical. A iniciativa promove conteúdo audiovisual de cantores e compositores explorando o melhor de suas sonoridades em EP autorais e Coletâneas e pretende impulsioná-los na cena nacional através de uma campanha de comunicação. Os lançamentos mais recentes do projeto são a Coletânea Vol. 2 da Ubaque com os cantores Rafa Chagas, Yans Cloud, Diggo e Felipe Barros e o primeiro projeto solo de Carla Victoria, destacando o talento de novos compositores baianos em uma produção de altíssima qualidade.

Fazer a música baiana se tornar novamente uma das protagonistas no mercado nacional, além de alçar novos ouvintes no mundo também são missões da Ubaque, afirmou Camila Rebouças. A produtora cultural e sócia da Join Entretenimento é idealizadora e diretora do Hub Ubaque Musical e destaca que o empenho e qualidade técnica são os elementos essenciais para descobrir e divulgar os artistas, promovendo um intercâmbio musical. A produtora revela que que as metas da Ubaque são ambiciosas e dá um pequeno spoiler: serão lançados mais de quarenta vídeos e fonogramas, além de da produção do 1º Festival Ubaque.

“Atualmente, o mundo digital permite que uma artista como Letícia, que lançou seu 1º projeto audiovisual através do Ubaque, seja ouvida não apenas pelo público de Salvador, como também pelo público do Japão (país que está em 2o lugar no ranking dos seus ouvintes mensais.) Esse é só um exemplo que comprova que com as estratégias certas, a música produzida na Bahia pode ir cada vez mais longe. Vem daí a importância de investir nessa cena que tem como principal diferencial a percussão e é justamente esse som da batida percussiva que dá nome ao projeto: Ubaque”, declara Camila Rebouças.

Coletânea Vol. 2

Em suas 4 faixas o segundo volume da coletânea com cantores da cidade une percussão, estilo e uma levada dançante mesclando influências de pagode, R&B e mpb. As músicas são acompanhadas de clipes com os artistas e banda, uma bela produção que tem consultoria artística assinada por Elísio Lopes Júnior. “A Coletânea vol. 2 reflete a diversidade do projeto, cada artista com uma identidade própria mostrando quanta música boa e de estilos completamente diferentes está sendo produzida na Bahia hoje em dia”, aponta Camila Rebouças. O EP especial apresenta quatro cantores:

Yan Cloud

 Na cena musical desde 2015, o cantor é dono do EP “Alívio”, seu primeiro trabalho solo, que ficou em oitavo lugar entre os melhores álbuns baianos do ano, em votação popular no site Elcabong. Durante sua trajetória já se apresentou no carnaval e no Festival da Virada de Salvador, realizou turnê pelo Sudeste com Faustino Beats, participou do trio do Psirico e Pablo Vittar e acumula mais de 198 mil ouvintes mensais no Spotify. No EP ele apresenta uma nova versão do hit “Garota de Salvador” (música com mais de meio milhão de execuções no Spotify).

Diggo

Diggo tem 23 anos e vem ganhando destaque na cena musical. O compositor e cantor soteropolitano é autor de grandes sucessos, como “Hipnotizou” (Harmonia do Samba feat. Léo Santana), “Eu te Amo Putaria”, “Avisa” (Léo Santana) e “Contatinho” (Léo Santana feat Anitta). Diggo começou na música aos 15 anos entre composições e participações como vocalista em bandas de samba. Em 2019 o artista foi consagrado quando sua composição“Abaixa Que é Tiro” estourou no Carnaval de Salvador e ganhou melhor música. Em 2019, ele lançou sua primeira música “Sou Eu” misturando ritmos trap e pagode e atualmente possui mais de 3 milhões de plays nos seus lançamentos no Spotify. No EP ele apresenta a música “Colocadinha”.

Rafa Chagas

Rafa Chagas tem 28 anos e nasceu em berço musical. Na adolescência, participou do projeto Lactosamba, encabeçado por jovens pretos do Candeal, onde teve seu primeiro contato com a composição. O talento de Rafa chamou de Carlinhos Brown, que o convidou para assumir os vocais da extinta Mukindala, fazendo diversos shows e aparições na TV. Em 2017, passou a integrar a Timbalada compondo canções como 'Sou Timbaleiro, Sou', 'Sagrado Mar'. Rafa Chagas é o compositor por trás de “Zona de Perigo”, sucesso na voz de Léo Santana, que alcançou o Top 1 Brasil e Top 11 Mundo no Spotify, além de se consagrar como Música do Carnaval 2023 e levar o Prêmio Multishow, na categoria Axé/Pagodão. Atualmente o artista alça voo solo e se aproxima de ritmos afro percussivos e do afrobeats, combinação refletida na canção “Luanda” que integra a coletânea.

Felipe Barros

Enquanto compositor e intérprete soteropolitano, com raízes no recôncavo, Felipe Barros diz propor música de sonoridade pensada a partir da Bahia, da raiz da música brasileira e na universalidade de suas referências artísticas. O músico vem há dez anos maturando sons, palavras, instrumentos e casando novas combinações. Desde então, foram 12 singles gravados por ele e outros artistas como Mesasonora, Adão Negro, Andrea laís, Tiri e Lutte. em 2019, felipe ficou entre os 50 selecionados no Festival da Educadora com a canção autoral “Outra Metade”. Dono dos singles “Sobre Cuidar” e “Aceito” , Felipe Barros apresenta no EP o single “BABY”.

EP Carla Victoria

Um dos talentos que integra a iniciativa Ubaque e recentemente lançou seu primeiro EP pelo projeto é Carla Victoria. A cantora e compositora de 20 anos explora na sua música sonoridades do rock, samba e, recentemente, tem se debruçado mais sobre a MPB em seus trabalhos, destacando influências como Erasmo Carlos, Cazuza e Gal Costa. Carla começou na música aos 8 anos quando aprendeu a tocar violão sozinha e escreveu suas primeiras músicas autorais, seguiu a vocação na adolescência participando de apresentações musicais e aos 18 anos começou a produzir suas músicas profissionalmente.

Carla tem uma relação muito pessoal com a composição, descrevendo-a como uma forma de trazer significado à sua vida, expor seus sentimentos e deixar as pessoas felizes. Ela explica um pouco do seu processo criativo: “Foi quando eu comecei a escrever sobre o que eu sentia que eu percebi que aquilo era poesia e que aquilo poderia se tornar música, sabe? Sempre que eu estou sentindo algo eu escrevo sobre isso. Eu escrevo sobre isso e eu já vou logo pensando na harmonia. Ou, muitas e muitas vezes, eu estou pensando na harmonia, digamos no meio da rua, eu estou pensando numa linha de baixo ou numa linha de bateria. Eu penso nisso, eu gravo no meu gravador de áudio, chego em casa e escrevo em cima disso”.

O EP Carla Vitoria, lançado neste mês pela Ubaque, explora os vocais, violão e letras da artista em 5 faixas: Navegação Perdida, Boa Notícia, Cheiro de Laranja, Mundo de Fantasias e Ela me Deixou, todas disponíveis nos streams de música. O convite para gravar suas obras veio como uma surpresa e foi recebido com muita alegria por Carla: “Uma oportunidade! Nesse processo, a gente fez a gravação, quando eu cheguei lá no lugar, foi tudo lindo, as pessoas super receptivas e foi muito divertido participar disso. Quando eu fui na Macaco Gordo assistir os vídeos, eu não acreditei. Eu chorei de imediato. Foi muito emocionante para mim ver meu primeiro projeto, minha primeira gravação.”

A cantora também integra a Coletânea Vol. 1 de artistas da Ubaque ao lado de Rafa Chagas, Tiri de Cardoso, Metendo Dança e Nova Era. “Estar fazendo parte desse projeto, com essa galera super talentosa, é um privilégio pra mim. Porque eu me imagino nesse cenário com eles, nesse cenário em que estamos juntos e unidos, trabalhando em prol de uma música boa”, afirma.