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Portal Edicase
Publicado em 25 de outubro de 2025 às 07:43
A paixão dos brasileiros por animais de estimação é inquestionável, especialmente quando se trata de peixes ornamentais. Conhecida como aquarismo, a criação desses bichinhos é tão popular no país que, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 11 milhões de pessoas mantêm aquários em casa. >
Um dos fatores para esse fenômeno, segundo a médica-veterinária Tatiane Aranha, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, é a combinação de beleza, aprendizado prático e baixo esforço de manutenção. Ela explica que, mesmo precisando de cuidados específicos, um aquário bem equilibrado demanda menos trabalho do tutor que um cão ou gato. >
“Um peixe bem cuidado pode viver muitos anos, alguns até mais de dez, além de que com cuidados adequados, eles exibem comportamento natural e se desenvolvem de forma mais saudável, com cores mais vivas”, acrescenta. >
Além disso, é uma experiência enriquecedora para adultos e crianças. “Ter peixes ornamentais pode ser uma ótima forma de aprender sobre ecossistemas, química da água e biologia. Para crianças, é uma introdução à responsabilidade e ao cuidado com seres vivos”, diz a veterinária. >
Os egípcios antigos podem ser considerados os pais do aquarismo . Para estudar o nado e o comportamento dos peixes, e assim prever cheias ou secas no Rio Nilo, esse povo construía uma espécie de tanque de argila e vidro e, assim, foi criada a base para os aquários modernos. >
Com o passar do tempo, a prática se desenvolveu na China e no Japão, chegando depois à Europa, e o aquarismo virou um hobby , sendo espalhado pelo mundo. Os amantes dos peixes passaram a realizar o cruzamento de espécies para chegar às diversas cores e formas dos peixes ornamentais que vemos hoje. >
A seguir, Tatiane Aranha elenca algumas curiosidades sobre os peixes ornamentais. Confira! >
Os peixes se alimentam na natureza conforme a fome e a disponibilidade de alimento. Quando há comida em abundância, podem se alimentar várias vezes ao dia, dependendo do hábito alimentar da espécie, seja ela herbívora, onívora ou carnívora. >
A alimentação em excesso dos peixes ornamentais pode causar problemas de saúde, assim como o acúmulo de sobras de ração no fundo dos aquários. Essa sobra de alimento pode modificar a química da água, aumentar os níveis de toxinas e ser muito prejudicial à saúde dos peixes. Por isso, o tutor deve tomar cuidado em não oferecer alimento em excesso ao animal. >
A maioria dos peixes não têm pálpebras. É por isso que existe a lenda de que eles não dormem: sem pálpebras, eles não podem fechar os olhos, parecendo estar sempre acordados. Para descansar, eles buscam um local mais “aconchegante”, que pode ser uma estrutura de pedras na natureza; ou uma determinada parte do aquário. >
Outra curiosidade é que eles não dormem profundamente como os mamíferos terrestres. Parecem mais reduzir sua atividade e metabolismo enquanto permanecem em estado de alerta, tendo funções restauradoras similares à atividade de dormir dos humanos. >
Esses animais também não têm um pavilhão auditivo externo (orelha externa), mas, em compensação, possuem orelha interna que os torna capazes de captar sons e vibrações vindos da água. No ambiente doméstico, o barulho da casa pode irritá-los, deixando-os estressados, o que pode atrapalhar seu apetite, crescimento e reprodução. >
Assim como acontece conosco, humanos, os peixes precisam trocar oxigênio com o ambiente. O betta, por exemplo, possui um órgão chamado labirinto que permite a respiração fora da água. Assim, ele pode subir até a superfície para respirar. Caso a água do aquário esteja com pouca disponibilidade de oxigênio ou encontre algum empecilho para emergir, ele pode, sim, morrer sufocado. Por isso, é importante que os tutores fiquem atentos com a troca de água. >
Os peixes absorvem água através da pele e das brânquias em um processo chamado de osmose ou osmorregulação. Assim, regulam a quantidade de sais no interior de seu organismo. É uma espécie de troca de fluidos com o ambiente. Um peixe sem essa capacidade, se for colocado no mar, perderia água de seu corpo por osmose, podendo desidratar e morrer. Isso também ocorreria se um peixe de água doce fosse colocado em água salgada. >
Assim, o peixe de água doce tem mais sais em seu organismo do que a água do meio externo: a água entra em seu corpo naturalmente, e ele não precisa beber água. Já os peixes de água salgada precisam absorver muita água para garantir o equilíbrio do organismo, pois eles têm menos sais do que o ambiente externo e a água sai continuamente do seu corpo. >
Outra curiosidade é que esses animais urinam bastante, e a urina do peixe de água salgada é mais concentrada do que daquele de água doce. Além disso, eles também produzem fezes, por isso é importante manter a limpeza do aquário. >
Os peixes são animais ectotérmicos, cuja regulação da temperatura do corpo depende de fontes externas, como a luz do sol ou superfícies quentes. Dependendo da espécie envolvida, os aquários precisam ter fontes térmicas. Expostos a temperaturas baixas, o metabolismo desses animais pode desacelerar, reduzindo até o apetite dos bichinhos. >
Por Camila Souza Crepaldi >