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Com 37 anos de idade, Selton Mello celebra 30 anos de carreira

Sem barriga de tanquinho e nem status de galã, Selton prova que não é desses artistas fabricados em série, nas oficinas de interpretação da moda e nos reality shows da vida

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  • Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2010 às 14:50

 - Atualizado há 2 anos

Nilma Gonçalves|Redação CORREIO

Longe da televisão desde 2007, quando fez a série O Sistema, Selton Mello retorna agora como o misterioso e denso Dimas Bevilláqua, em A Cura. Na minissérie exibida às terças-feiras pela Globo/TV Bahia, ele exercita sua veia dramática, depois de uma sequência de personagens cômicos - provando que transita com desenvoltura entre os dois gêneros e entre o popular e o cult.

Nascido em Passos, Minas Gerais, Selton é tranquilo, fazendo jus à fama de mineiro, não sendo visto em festas badaladas da capital carioca, onde mora. Reservado também quando o assunto é relacionamento, o rapaz que namorou Danielle Winits e teve um affair com Luana Piovanni está solteiro já há um bom tempo.

Sem barriga de tanquinho e nem status de galã, Selton prova que não é desses artistas fabricados em série, nas oficinas de interpretação da moda e nos reality shows da vida. Com 37 anos de idade, ele faz parte de um seleto grupo de atores brasileiros que pode comemorar 30 anos de carreira. O currículo impressiona: são 30 papéis na TV, mais de 25 no cinema, além de peças de teatro, dublagens e direção de videoclipes e filmes. Daqui a cinco anos, poderia muito bem se aposentar por tempo de serviço, mas ao que tudo indica, isso está bemlonge de acontecer.

Inquieto, Selton já tem pela frente diversos projetos. Como diretor, atividade que lhe dá mais prazer do que atuar, se prepara para a estreia de O Palhaço, seu segundo longa (o primeiro foi Feliz Natal, de 2008), que chega aos cinemas no ano que vem. Além de dirigir, ele também protagoniza o drama, ao lado do veterano Paulo José.

Em entrevista ao CORREIO, Selton Mello reafirma porque é considerado - com o aval da atriz Fernanda Montenegro - o melhor ator de sua geração.

Em O Palhaço, o ator é Pangaré, um palhaço que entra em crise de identidade

Sabendo que você é um ator movido pela inquietude, acredito que tenha aceitado o papel de Dimas por ser um personagem diferente, denso... Como você descreveria ele?

Como um personagem ambíguo, instigante. Aliás, muitos personagens da série têm essa característica e isto torna a história ainda maisinteressante. A dúvida faz parte do enredo de A Cura.

Como foi voltar à TV, depois de três anos afastado dela e após afirmar que não tinha mais interesse em trabalhar na televisão? O que te fezmudar de ideia?

Esse afastamento não foi algo planejado. As coisas caminharam como minha intuição pediu. Não sei o que farei nos próximos tempos, mas estava com saudades da TV e ando muito afastado do teatro também. Às vezes, sinto vontade de mudar o rumo das coisas. Nunca disse que não voltaria para a TV, estou sempre interessado em bons personagens e boas histórias, seja em TV, cinema ou teatro. Estou bem feliz com a resposta que estamos tendo do público que está acompanhando A Cura.

Pode-se dizer que com A Cura você faz as pazes com a televisão? Existe a possibilidade de fazer uma novela ou esse tipo de produção não te interessa mais?

Pretendo sim, o que gosto na verdade é de poder variar sempre. Terminei de viver um palhaço em meu novo filme como diretor, que estreia em 2011, e entrei de cabeça na complexidade do Dimas de A Cura. É muito saudável poder mesclar os gêneros e veículos.

Em A Cura, você voltou às suas raízes mineiras. Como foi isso? Você preserva essa identidade mineira no seu dia a dia?

Foi maravilhoso começar a gravar A Cura em Diamantina e mergulharnaquela atmosfera de mistério. Minha família é toda mineira, sou bastante ligado às minhas origens.

Você acha que A Cura é uma série hermética, que atinge um público mais específico, ou é uma atração abrangente?

Acho uma história incrível, que tem capacidade de cativar todo tipo de público. Já consigo sentir isso nas ruas, a série tem se comunicado muito bem.

Você consegue fazer drama, comédia, ser popular e ser cult, tudo ao mesmo tempo agora. Como é ser tantos? O que mais te satisfaz entre todos esses?

(Risos) Como eu falei, gosto de variar. Mas o que mais tem me dado prazer ultimamente é ficar atrás das câmeras, dirigindo. Isso deve se acentuar cada vez mais nos próximos tempos.

O que acha do momento atual do cinema brasileiro? Que atores da sua geração você considera realmente talentosos?

Um belo momento de criatividade e um momento nem tão bom assim nacomunicação com o público. Esse foi um dos motivos da minha volta para a TV, poder me expressar para um número grande de espectadores. Fico triste de nossas produções serem tão pouco vistas. O preço do ingresso para filmes brasileiros poderia ser um caminho, mas não sei se resolveria. É um tema complexo, não sei a solução. Dos atores da minha geração que admiro destaco Wagner Moura, Caio Blat e Daniel de Oliveira.

Você é uma pessoa reservada e quase não se vê Selton Mello na mídia, a menos que seja para o lançamento de algum projeto. Como você consegue manter a privacidade? Se esforça muito para isso?

Sou um mineiro típico (risos). É a melhor resposta que posso te dar. Não faço esforço nenhum para me manter preservado. Está cravado no meu DNA o talento para não chamar a atenção quando não é preciso (risos).

Até por ser um cara mais low profile, como lida com o assédio dos fãs? Te incomoda?

O assédio que tenho dos fãs é algo muito bonito de se sentir. Não tem histeria e sim respeito e admiração pelas minhas escolhas. Tenho uma relação muito saudável com as pessoas que admiram o que faço. Sou muito grato, sobretudo pela atenção que o público oferece aos meus personagens. Muito grato mesmo.

Quando estreia o filme O Palhaço? Como foi atuar e dirigir neste filme? E como foi atuar ao lado de Paulo José?

Ainda tenho muito trabalho pela frente com o filme, meu segundo longa-metragem como diretor, que me proporcionou uma alegria imensa. Dirigir e atuar ao mesmo tempo foi algo bastante natural. Foram três meses de convivência com Paulo José, e essa experiência com um ator que tanto admiro, eu vou guardar para sempre. Estreia em 2011. Espero que muitas pessoas possam ver nosso filme, que está ficando lindo.

Tem algum ator com quem você ainda deseja trabalhar?

Sim! Ainda não tive o privilégio de atuar com Fernanda Montenegro. Adoraria fazer algo em teatro com a Mariana Lima, atriz que respeito muito.

É verdade que você vai fazer par romântico com Grazi Massafera em um filme que está a caminho? Como será a trama? Já começaram as filmagens?

Esse é um filme que ainda está em preparação e não posso falar sobre ele ainda.

Quais são os seus próximos projetos no cinema, no teatro e na TV?

Depois das gravações de A Cura, me dedico totalmente ao filme O  Palhaço. Quero que o filme fique à altura do público que curte o que faço e vou trabalhar com muita calma na finalização dele.