O abusado Tyler, The Creator

Hagamenon Brito | Redação CORREIO

O mais polêmico rapper da temporada 2011 chama-se Tyler, The Creator (nascido Tyler Okonma), é californiano, tem 20 anos, lidera o coletivo Odd Future Wolf Gang Kill Them All e tem seu segundo disco, Goblin, lançado no Brasil pelo selo Lab 344.O moleque  magrelo e alto, que também é produtor musical, tem sido acusado de estimular a misoginia, a homofobia, a violência e o sexo com gente morta em suas letras, repletas de palavrões e narradas com voz abusada ou de filme de terror.

Tyler, The Creator faz barulho com seu segundo e polêmico disco, no qual ataca Bruno Mars e Chris BrownPorém, os politicamente corretos não precisam se descabelar, porque Tyler, The Creator avisa logo na abertura da música Radicals: “Não faça nada do que digo nesta canção. É ficção. Se alguma coisa acontecer, não me culpe, América branca”. Ele também xinga personalidades do showbiz: de Michael Jackson ao queridinho do momento Bruno Mars, passando por Chris Brown. Nada é intocável para Tyler, como ele mostra em videoclipes como Yonkers.Sombrio  A Rolling Stone americana disse que “as letras de Tyler soam como um Eminem precoce do mal”. Faz sentido, mas controvérsias verbais à parte, o rap sombrio e seco que ele faz é bem interessante. Goblin é um trabalho virulento, super confiante, urgente em sua energia adolescente e que tem pouquíssima semelhança com o rap feito atualmente nos EUA ou em qualquer lugar.Tem mais a ver com o rap independente, violento e denso de meados da década de 90. Para cada rima ácida existe uma base melancólica e suave que a acompanha. “Sou apenas um adolescente que admite ser propenso ao suicídio. A vida está correndo bem, portanto essa data está adiada”, afirma Tyler na faixa-título.Tal como na mixtape Bastard (2009), as 15 faixas do novo disco são ligadas por interlúdios nos quais o rapper discute seus problemas com um psicanalista, que é ele mesmo. Além de ter uma atitude punk, mas ligada ao hip hop, com rebeldia e um modo de agir cru, Tyler, The Creator também é esperto na sua estratégia de divulgação. Ele começou seu trabalho através da criação de um vídeo na internet, onde foi o produtor, o músico, o diretor, o designer gráfico e o divulgador. Resultado: foi parar como entrevistado no programa de Jimmy Fallon na NBC.