Mais de mil casos de discriminação são registrados durante o Carnaval

Do total, 461 casos foram referentes à violência contra a mulher, 308 de situações de vulnerabilidade social, 182 de discriminação contra LGBT

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  • Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 15:18

- Atualizado há um ano

Mais de mil casos de discriminação já foram registrados durante o Carnaval de Salvador pelo Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra a Mulher. De quarta-feira (4) até ontem (7), foram 1.078 casos. Do total, 461 casos foram referentes à violência contra a mulher, 308 de situações de vulnerabilidade social, 182 de discriminação contra LGBT, 84 casos de discriminação racial e 21 referentes à Lei Antibaixaria, que condena divulgação, por parte do artista, de mensagens homofóbicas, de discriminação racial e LGBT e de desqualificação da figura da mulher.

VEJA TUDO O QUE ESTÁ ROLANDO NO CARNAVALTambém foram registrados 22 casos de desacato ao Estatuto do Carnaval, que contém dentre as determinações a aplicação de adesivo nos trios e carros de apoio mensagem de orientação para o Disque 100. Caso o trio seja flagrado sem o adesivo, pode levar uma multa no valor de R$ 4 mil. (Foto: Divulgação)De acordo com a secretária da Semur, Ivete Sacramento, o trabalho do Observatório vem se consolidando gradativamente a cada ano. "Todo o nosso trabalho é pautado nos elementos que compõem o cenário do Carnaval, mas que também estão presentes no cotidiano. Apesar de ainda termos registros, as pessoas pelo menos já saem com a ideia de que essas práticas são crime, e que o trabalho do Observatório é sério. Por exemplo, a partir do nosso relatório, o Ministério Público notificou um determinado bloco por práticas racistas", salientou.

BAIXE O FAROL: O APLICATIVO QUE VAI TE GUIAR NO CARNAVALA secretária também afirmou que o trabalho tem observado as condições dos blocos, principalmente os afros, afoxés e de índio que desfilam na cidade. "Queremos saber o que motivam os horários de saída e patrocínio, por exemplo, em comparação com os demais blocos. Precisamos fazer o resgate dessas agremiações e a Prefeitura pode verificar essa questão através do Observatório", complementou Ivete Sacramento.O trabalho do Observatório este ano na folia conta com 120 observadores, sendo 40 com foco na discriminação racial, 40 para discriminação contra LGBT e 40 para violência contra a mulher. A atuação conta com cinco postos, sendo três no Circuito Osmar (Centro), localizados na Piedade, Castro Alves e Casa de Itália, e dois no Circuito Dodô (Barra/Ondina), no Barra Center e Largo do Camarão). Além dos observadores, as denúncias também podem ser encaminhadas diretamente pelos foliões para o site www.reparacao.salvador.ba.gov.br ou pelo aplicativo WhatsApp no número (71) 98622-5494.

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