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Larissa Almeida
Publicado em 10 de agosto de 2025 às 11:52
O boxeador japonês Shigetoshi Kotari, de 28 anos, morreu na noite de sexta-feira (8), vítima de um hematoma subdural agudo, lesão cerebral grave causada por traumatismo craniano sofrido durante sua luta pelo cinturão peso-super-pena da OPBF, contra Yamato Hata em 2 de agosto, em Tóquio. A condição foi identificada logo após o combate. >
O hematoma subdural agudo ocorre quando sangue se acumula entre o crânio e o cérebro, comprimindo o tecido cerebral e elevando a pressão intracraniana. Esse tipo de lesão pode ser imediatamente fatal se não tratado de forma rápida. Nos esportes de contato como o boxe, esse trauma é uma das causas mais comuns de mortes no ringue. >
Após a luta, que terminou empatada, Kotari saiu consciente do ringue e foi aplaudido pela plateia. Pouco depois, porém, desmaiou e foi levado às pressas a um hospital. Lá, passou por cirurgia de emergência (craniotomia) para aliviar a pressão em seu cérebro. O boxeador permaneceu em coma até falecer dias depois. >
A Organização Mundial de Boxe (WBO) e o Conselho Mundial de Boxe (WBC) lamentaram a morte de um "guerreiro no ringue" e expressaram condolências à família e à comunidade do esporte. >
Em resposta ao ocorrido, a Federação de Boxe Oriental e do Pacífico (OPBF) anunciou a redução dos títulos profissionais de 12 para 10 rounds, como medida emergencial para melhorar a segurança dos atletas e evitar tragédias semelhantes. >
O caso reacende o alerta sobre os riscos neurológicos no boxe. Mesmo com assistência médica e intervenção rápida, hematomas subdurais agudos têm alta taxa de mortalidade – estimada entre 50% e 90% dos casos. >
Neste ano, o esporte já havia perdido um boxeador brasileiro, o curitibano Lucas Felipe Alves Lazarini, de 28 anos, que morreu após não resistir às complicações de uma hemorragia cerebral sofrida após um nocaute. O caso aconteceu em uma luta no Campeonato Paranaense de Boxe Amador, no dia 12 de abril. >