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Gilberto Barbosa
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 06:00
Com o triunfo por 4x1 sobre o Confiança, na última quarta-feira (3), o Bahia colocou uma mão na taça da Copa do Nordeste. Além de se aproximar do pentacampeonato regional, o Esquadrão chega mais perto de igualar um feito que não acontece desde 2001: conquistar dois títulos em uma mesma temporada. >
Naquele ano, a equipe treinada por Evaristo de Macedo venceu o Campeonato Baiano e o Nordestão. Para levar o Baianão, o Bahia superou o Juazeiro em dois jogos, sendo o último fora de casa. Já a decisão do Nordestão foi em jogo único, na Fonte Nova, vencido pelo time baiano por 3x1. >
O tricolor também ficou entre as oito melhores do Brasileirão, que só foi igualado em 2024. Um dos pilares daquele elenco foi o goleiro Emerson Ferretti, que havia chegado ao clube no ano anterior. Para ele, os resultados tornam aquela temporada na melhor do Esquadrão no século. >
“O Evaristo era um técnico muito experiente e que já estava clube há um ano. Todos nós tínhamos muito respeito por ele e muita confiança no trabalho. Montamos um time muito competitivo, que acabou trazendo bons resultados. Foi um ano onde a torcida pôde bater no peito e dizer ‘o meu Bahêa brocou’”, afirmou. >
Um dos contratados para aquela temporada foi o meia Preto Casagrande. Com passagem anterior pelo Vitória, ele precisou superar a desconfiança da torcida para se firmar na equipe titular. “O início foi um pouco difícil até o momento em que o time começou a ganhar e a convencer. O Evaristo conseguiu armar um esquema bem definido, onde o time jogava para frente. Fomos evoluindo ao longo dos campeonatos, chegamos na final do Nordestão com muita confiança”, contou. >
O estadual foi disputado com uma fórmula diferente da utilizada atualmente. A dupla Ba-Vi entrou direto na segunda fase, disputada com dois grupos de quatro equipes. O Bahia fez uma campanha irregular, com quatro triunfos e quatro derrotas, ficou em primeiro lugar no seu grupo e recebeu o Colo-Colo na semifinal. Após duas vitórias por 3x0, o time se classificou para a final contra o Juazeiro, que havia superado o Vitória. >
Por ter a melhor campanha geral, a equipe do interior tinha a vantagem do empate e decidiu o título em casa. O empate em 1x1 na Fonte Nova aumentou as esperanças juazeirenses. No entanto, o Esquadrão fez valer a força da sua camisa no Estádio Adauto Moraes e venceu por 3x1, com gols de Vagner, Marcos Vinícius e Robgol. >
“Foi um campeonato diferente do habitual por conta da final no interior. Havia uma certa apreensão por conta do empate na primeira partida e o fato de decidir o título em um campo com condições bem ruins. Mas passamos por cima dessas adversidades e conquistamos o título”, recorda Emerson. >
Chamado na época de Campeonato do Nordeste, a competição contou com a participação de 16 equipes, que disputaram a primeira fase no formato todos contra todos. Após ter a segunda melhor campanha em 15 jogos, o Bahia se classificou para a semifinal, onde venceu o Fortaleza por 2x1, em Salvador. >
A final ocorreu diante de uma Fonte Nova lotada, com mais de 60 mil torcedores nas arquibancadas. Com gols de Preto e Nonato (duas vezes), o Esquadrão não deu chances ao Sport, ganhou por 3x1, e conquistou o seu primeiro título regional. Autor do golaço que abriu os trabalhos naquele dia, Preto conta que tinha o Nordestão como um objetivo naquele ano. >
“Era um campeonato que tinha um charme diferente e que nosso time rendia mais, já que o nível era mais elevado. É impossível esquecer o jogo, que mudou minha história no clube. O estádio estava lotado, meu pai estava presente e era um título inédito para o Bahia. A partida era difícil, estávamos com dificuldade em criar chances e, quando eu acertei o chute, fiquei eufórico e sem saber para onde correr. É uma sensação indescritível”, falou. >
Além das conquistas estadual e regional, o tricolor teve uma campanha de destaque no Brasileirão, ficando entre os oito melhores na primeira fase e sendo eliminado pelo São Caetano nas quartas de final. Ao final do torneio nacional, dois jogadores do elenco baiano foram escolhidos para a seleção do campeonato: o goleiro Emerson Ferretti e o meia Preto Casagrande. >
“Me sinto muito orgulhoso de entrar para a história do Bahia, em um ano tão importante. Todo jogador precisa de títulos para ser lembrado e criei um vínculo muito forte com o clube e com a torcida muito rapidamente. Todo mundo que eu encontro na rua lembra dessa época com muito carinho”, disse Emerson. >
“O que fica é a nossa história. O dinheiro acaba e a fama vai embora, mas a história está lá para ser contada. O que ficam são as lembranças, as amizades e quando você tem memórias como essas fica um sentimento de que valeu a pena o esforço, a dedicação e a possibilidade de recordar tantos momentos felizes que eu passei com a camisa do Bahia”, concluiu Preto. >
O Bahia volta a campo neste sábado (6), quando enfrenta o Confiança pela segunda partida da decisão regional. A expectativa é de Fonte Nova lotada, pois mais de 45 mil ingressos foram vendidos para o duelo. Diante da sua torcida, o Esquadrão poderá perder por até dois gols de diferença para levantar o troféu e se isolar como o maior campeão da competição. Caso o Confiança vença por três tentos de vantagem, o título será decidido nos pênaltis.>
*Com orientação do editor Miro Palma>