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Moyses Suzart
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 14:52
A corrida eleitoral no Esporte Clube Vitória ganhou novos contornos, com a oficialização de uma aliança entre os principais grupos de oposição à atual gestão de Fábio Mota. A Frente Vitória Popular (FVP) anunciou, em comunicado, a formação da chapa “Aliança Vitória SAF”, que será encabeçada pelo ex-jogador e deputado estadual Marcone Amaral, ainda com vice em definição. A nova composição reúne, além da FVP, os movimentos Vitória SAF (MVSAF), Novo Vitória (MNV) e Vitória de Verdade (MVV). As eleições acontecem no final do ano. >
De acordo com a nota da FVP, o objetivo da união é “pensar acima de tudo no futuro do clube”, deixando de lado diferenças internas para consolidar uma frente ampla pela reconstrução rubro-negra. O grupo, que se coloca como o maior polo de oposição às gestões de Fábio Mota e Paulo Carneiro, defende uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) “responsável, que proteja o patrimônio e respeite a história do Vitória”.>
Dentro do acordo, a Frente Vitória Popular ficará responsável por 40% das vagas no Conselho Deliberativo, além da presidência do colegiado, que será ocupada por Vagner Santana, e de três nomes na lista do Conselho Fiscal. O ex-candidato ao Conselho Gestor pela FVP, José Guerra, abrirá mão da disputa executiva para ocupar a primeira posição na lista do Conselho Deliberativo.>
“Essa união é um gesto de maturidade política e amor ao clube. Dessa convergência de propósitos nasce a chapa Aliança Vitória SAF, que tem como objetivo devolver o Vitória ao lugar que merece”, diz o comunicado.>
Críticas>
Poucas horas antes do anúncio da nova aliança, o Movimento Vitória SAF divulgou uma nota oficial em que anunciou o desligamento de seus representantes Daniel Barbosa e Ney Campello do Grupo de Trabalho para Estruturação da SAF do clube, além do declínio do mandato ofertado a Marcone Amaral, agora candidato à presidência pela nova chapa.>
O texto, aprovado por quinze líderes do coletivo, alega que o projeto da SAF não tem sido tratado como prioridade pela atual diretoria. Segundo o movimento, o presidente Fábio Mota nunca participou das reuniões quinzenais do grupo, criado em setembro, e as atas dos encontros nunca foram publicadas oficialmente pelo clube. “Coube ao MVSAF manter a torcida informada, sem o respaldo institucional necessário”, diz o comunicado.>
Outro ponto de crítica foi a divulgação recente de um novo projeto de Arena, feita sem diálogo com o grupo de trabalho ou com a torcida. O movimento considera que a proposta carece de transparência e não apresenta integração com o projeto de SAF, o que “gera dúvidas legítimas sobre prioridades e compatibilidade entre as duas iniciativas”.>
A nota também aponta que o mandato de Marcone Amaral para representar o clube em tratativas com investidores estrangeiros foi concedido “somente seis meses após o primeiro pedido, e às vésperas do processo eleitoral”, o que, segundo o grupo, comprometeu a articulação com potenciais investidores qataris.>
“O Movimento Vitória SAF optou por declinar de sua participação no Grupo de Trabalho, reforçando seu compromisso de seguir independente, vigilante e atuante na busca por uma SAF com investidor majoritário e visão de longo prazo para o futuro do Esporte Clube Vitória”, conclui o texto.>
Cenário eleitoral aberto>
Com o lançamento da “Aliança Vitória SAF”, o cenário eleitoral do Vitória se desenha em um momento decisivo para o clube, que busca estabilidade política e financeira após anos de turbulência administrativa. O atual presidente Fábio Mota, que conduz o clube desde 2021, deve confirmar nos próximos dias sua candidatura à reeleição.>
A disputa promete colocar frente a frente dois projetos distintos de gestão: de um lado, a continuidade da atual administração; de outro, uma proposta que defende a transformação do Vitória em SAF sob novos parâmetros de governança e transparência.>
Barradão
Comunicado da Frente Vitória Popular (FVP) >
As chapas de oposição que vinham dialogando nas últimas semanas decidiram se unir em torno de um só propósito: o melhor para o Esporte Clube Vitória.>
Com espírito de responsabilidade e pensando acima de tudo no futuro do nosso clube, deixamos de lado diferenças para construir uma união sólida e representativa. A Frente Vitória Popular (FVP), maior grupo de oposição aos mandatos de Fábio Mota e Paulo Carneiro, precisou ceder e o fez com grandeza porque entendemos que o Vitória precisa, neste momento, de união, seriedade e comprometimento com a reconstrução.>
Essa união é um gesto de maturidade política e amor ao clube. Dessa convergência de propósitos nasce a chapa Aliança Vitória SAF, que tem como objetivo devolver o Vitória ao lugar que merece através de uma SAF responsável, que proteja o patrimônio e respeite a história do clube.>
Dentro desse entendimento, ficou definido que a Frente Vitória Popular (FVP) ficará responsável por 40% das vagas no Conselho Deliberativo, além da Presidência do Conselho Deliberativo, com Vagner Santana e de três nomes para a lista da chapa do Conselho Fiscal, reforçando o reconhecimento pela nossa trajetória, capacidade de articulação e compromisso com a transparência.>
Juntos, seguimos firmes na missão de resgatar o orgulho rubro-negro e de colocar o Vitória no caminho certo.>
? Composição da Aliança Vitória SAF:>
Frente Vitória Popular (FVP)>
Movimento Vitória SAF (MVSAF)>
Movimento Novo Vitória (MNV)>
Movimento Vitória de Verdade (MVV)>
O candidato à presidência do Conselho Gestor pela composição será o ex-jogador e deputado estadual Marcone Amaral, com vice em definição nas articulações políticas.>
Com isso, José Guerra, até então nosso candidado ao CG que, com grandeza, abriu mão da vaga, irá para a primeira posição da lista do Conselho Deliberativo.>
A Frente Vitória Popular continuará como um grupo único como sempre foi. Esta união se dá em torno apenas da chapa para compor as eleições 2025, afim de termos todos os grupos e movimentos concorrendos juntos.>
Pelo Vitória, vem pra Frente!>
NOTA OFICIAL – MOVIMENTO VITÓRIA SAF>
No dia 10 de novembro de 2025, o coletivo de quinze líderes do Movimento Vitória SAF, reunido para deliberar sobre os próximos passos do movimento, decidiu, de forma unânime, pelo desligamento dos seus representantes Daniel Barbosa e Ney Campello do Grupo de Trabalho para Estruturação da SAF do Esporte Clube Vitória, bem como pelo declínio do mandato ofertado ao membro do movimento e ex-atleta Marcone Amaral, pelos motivos a seguir expostos:>
1) O Grupo de Trabalho, criado em 16/09/2025, realizou reuniões quinzenais que nunca contaram com a participação do Presidente do Clube, o que demonstrou que o projeto da SAF ainda não ocupa lugar prioritário na agenda da atual gestão. As notas conjuntas das reuniões nunca foram publicadas oficialmente pelo Esporte Clube Vitória, o que transferiu ao MVSAF a responsabilidade de manter a torcida informada — algo que sempre foi feito com compromisso e transparência, porém sem o respaldo institucional necessário.>
2) Sem qualquer diálogo com o Grupo de Trabalho, com o MVSAF ou com os torcedores, o clube voltou a divulgar um projeto de Arena. A iniciativa, embora possa parecer positiva, carece de transparência e integração com o projeto de SAF, o que gera dúvidas legítimas sobre prioridades e compatibilidade entre as duas iniciativas.>
3) O mandato conferido ao ex-atleta do Vitória, Marcone Amaral foi entregue somente seis meses após o primeiro pedido, e apenas após intensa mobilização do movimento e da torcida, às vésperas do processo eleitoral. O gesto não foi acompanhado de nenhum convite à construção conjunta de estratégias voltadas ao diálogo com investidores qataris, o que dificulta o êxito na aproximação com esses investidores.>
Na expectativa de um processo mais ágil e assertivo na condução da estruturação da SAF, o Movimento Vitória SAF optou por declinar de sua participação no Grupo de Trabalho, agradecendo a oportunidade de ter contribuído e reforçando seu compromisso de seguir independente, vigilante e atuante na busca por uma SAF com investidor majoritário e visão de longo prazo para o futuro do Esporte Clube Vitória.>