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Maysa Polcri
Publicado em 9 de novembro de 2025 às 20:14
Uma reunião realizada na última sexta-feira (7) debateu a proposta de atualização das contribuições do Planserv, o plano de saúde dos servidores estaduais baianos. O encontro contou com a presença de entidades sindicais e representantes do Governo da Bahia. Os servidores têm demonstrado temor em relação à proposta de reestruturação da assistência, como mostrou o CORREIO. >
De acordo com informações do Governo do Estado, a proposta apresentada "tem como base a justiça contributiva, mantendo o equilíbrio financeiro do plano e a proteção às faixas de menor renda". "O modelo reafirma o princípio da solidariedade e assegura a continuidade da assistência, sem alteração na cobertura, nos direitos dos beneficiários ou na rede credenciada", diz o governo, em nota. Os detalhes não foram divulgados. >
Audiência pública por melhorias no Planserv
O coordenador-geral do Planserv, Luiz Perez, já havia sinalizado aos servidores que haveria aumento das mensalidades dos beneficiários. Segundo ele, a medida é essencial para o equilíbrio das contas do Planserv. As contas do plano fecharam em 2024 no vermelho pelo segundo ano consecutivo. De acordo com os dados do Portal da Transparência da Bahia, o rombo no ano passado foi de R$ 198 milhões (veja os detalhes aqui).>
Na reunião da última sexta-feira (7), Luiz Pérez disse que o objetivo do Governo é ampliar os atendimentos. Ele citou ações como a expansão da rede de prestadores no interior, o reajuste dos honorários médicos, a ampliação da telemedicina e o fortalecimento dos programas de atenção ao idoso, às doenças crônicas e ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente o Planserv atende cerca de 500 mil beneficiários e conta com aproximadamente 1.500 prestadores credenciados em toda a Bahia. >
O receio dos servidores é que o aumento do valor pago pelos trabalhadores não seja acompanhado de melhorias efetivas na assistência. O descredenciamento de unidades de saúde e a dificuldade em achar vagas para exames e consultas são algumas das principais reclamações dos servidores.>
"Nos últimos anos houve episódios de suspensão ou restrição de atendimentos em grandes hospitais, além de relatos de diminuição de cobertura, situações que impactam diretamente quem está no interior e precisa se deslocar para centros maiores. É inadiável reverter esse quadro com contratos estáveis, atratividade aos prestadores e regulação que garanta acesso real", afirmam os sindicatos em nota divulgada na semana passada.
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Os sindicatos cobram que a contribuição do Estado seja de 5%. "A defesa sindical é pela recomposição da cota patronal ao patamar historicamente praticado quando da implantação do Planserv (5%), e não por novas elevações de contribuição do servidor", dizem.>
Beneficiários apontam como um dos principais pontos do histórico de crises do Planserv o ano de 2018, quando o então governador Rui Costa (PT) reduziu o repasse de verba do Estado de 4% para 2%. Na época, o governo defendeu que a mudança traria economia de R$ 200 milhões por ano nas transferências ao plano. >
No mês passado, uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) declarou inconstitucional a cobrança da chamada “parcela de risco” nas contribuições do Planserv. A sentença foi proferida no dia 13 de outubro e determina a suspensão da cobrança pelo Estado da Bahia. Ainda cabe recurso.>