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Ministério Público investiga se o PCC se infiltrou no Corinthians

Apuração começou com uso de cartões e agora inclui suspeitas sobre hospedagem de jogadores em imóvel ligado a investigado

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 08:17

O Corinthians tem 7 títulos do Campeonato Brasileiro (Imagem: Vinicius Bacarin | Shutterstock)
Corinthians Crédito: Imagem: Vinicius Bacarin | Shutterstock

O Ministério Público de São Paulo investiga o uso de cartões corporativos e relatórios de despesas da presidência do Corinthians e também eventuais conexões do clube com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A apuração ganhou novo fôlego após declarações de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube, que relatou em depoimento em 14 de agosto que "o crime organizado se infiltrou" na instituição e afirmou estar sofrendo ameaças por sua atuação. As informações foram divulgadas pelo GE.com.

O promotor Cássio Roberto Conserino suspeita que jogadores do elenco tenham se hospedado em um apartamento pertencente a José Carlos Gonçalves, o Alemão, apontado em outras investigações como figura de destaque na facção paulista. Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno foram questionados se viveram no imóvel localizado no bairro Anália Franco e se a negociação da locação contou com intermediação do clube. Os atletas foram ouvidos como testemunhas.

As suspeitas não são inéditas. Segundo Polícia Civil e MP, contratos da antiga patrocinadora VaideBet teriam irrigado empresas ligadas ao PCC. Em 2024, o clube também foi mencionado em uma investigação que apontou a atuação de Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC, na intermediação de transferências de jogadores como Du Queiroz e Igor Formiga. 

A diretoria corintiana afirma ter entregue ao MP toda a documentação requisitada, referente ao período de 2018 a 2025. Primeiro, foram enviadas as faturas dos cartões de crédito corporativos; depois, os relatórios de despesas da presidência.

O MP também busca esclarecer a emissão de notas fiscais suspeitas em gestões anteriores. O depoimento de João Clóvis, dono de um restaurante suspeito de fornecer notas frias, estava marcado para segunda-feira, mas foi adiado após habeas corpus impetrado pela defesa. O promotor já ouviu o presidente Osmar Stabile e outros dirigentes, e marcou para a próxima segunda-feira a oitiva do vice-presidente Armando Mendonça.

O Procedimento Investigatório Criminal aberto em 30 de julho apura possíveis crimes como apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. A apuração começou centrada em supostas irregularidades nos cartões de crédito das gestões de Andres Sanchez e Duilio Monteiro Alves, mas foi ampliada para incluir despesas da presidência durante o mandato de Augusto Melo.

No dia 21 de agosto, antes mesmo da eleição indireta que levou Stabile ao comando até o fim de 2026, o MP pediu à Justiça o afastamento dos últimos três presidentes do clube. A solicitação, assim como o pedido de quebra de sigilo dos cartões, ainda não foi apreciada pelo Judiciário.