Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Pisada, preço e distância: saiba como escolher o tênis de corrida ideal

O CORREIO conversou com especialistas para entender quais aspectos levar em conta na hora de comprar um tênis

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Foto do(a) author(a) Pedro Carreiro
  • Alan Pinheiro

  • Pedro Carreiro

Publicado em 22 de junho de 2025 às 06:15

Clube de corrida é o novo Tinder?
O tênis certo faz a diferença Crédito: Divulgação

Comprar o tênis certo para a prática de exercícios, especialmente para quem está começando, pode ser uma tarefa desafiadora diante da infinidade de modelos, tecnologias e especificações no mercado. Mas a escolha inadequada, além de comprometer o conforto, pode trazer sérias consequências para a saúde dos pés e das articulações. Por isso, o CORREIO conversou com cinco especialistas para entender quais aspectos analisar na hora de comprar um tênis.

O impacto do tênis na saúde do corredor 

A dúvida sobre a relação entre o calçado e o risco de lesões é comum. Thiago Alvim e David Sadigursky, ortopedistas e traumatologistas do esporte, explicam que pesquisas científicas atuais indicam que as lesões relacionadas à corrida resultam de múltiplos fatores, sendo o calçado apenas um deles.

Um tênis que não proporciona suporte, amortecimento e estabilidade adequados pode contribuir para o aumento da carga sobre estruturas como os pés, tornozelos, joelhos e quadris, elevando o risco de problemas como fasciíte plantar, tendinites, síndrome da banda iliotibial, dores nos joelhos e até fraturas por estresse. As evidências mais recentes sugerem que o conforto pessoal deve ser o principal critério na escolha do calçado. Por isso, optar por um modelo que se ajuste bem ao formato do seu pé, ao seu estilo de corrida e ao tipo de treino praticado é essencial para a prevenção de lesões.

Amador X Profissional: detalhes que fazem a diferença 

A escolha do tênis ideal varia bastante de acordo com o nível e o objetivo do corredor. Para o amador, o foco deve estar no conforto e na proteção. Alexandre Meirelles, presidente da SBOT-BA, destaca que um tênis para amadores precisa "propiciar conforto, amortecimento adequado para reduzir o impacto nos quadris, joelhos e tornozelos, suporte adequado para o arco do pé e tornozelo, boa ventilação para evitar o acúmulo de suor e reduzir o risco de bolhas".

Já para o corredor profissional, que geralmente tem uma técnica mais apurada e um volume de treino mais intenso, a busca é por performance. O tênis deve ser projetado para melhorar o desempenho e a eficiência na corrida. A leveza é crucial, assim como o amortecimento personalizado, suporte avançado de acordo com o tipo de pisada e tecnologias avançadas com sistemas de amortecimento e suporte dinâmico, além da possibilidade de personalização para necessidades específicas.

Nike Pegasus por Reprodução

Entenda os tipos de pisada: pronada, supinada e neutra 

A pisada se refere ao movimento natural dos pés durante a corrida. Camilo Tavares, ortopedista especialista em Pé e Tornozelo do Hospital Mater Dei Salvador, explica que a diferença está na forma como o pé encosta no chão durante a corrida. “Pronada: O pé gira mais para dentro na passada. Supinada: O pé gira pra fora. Neutra: O pé fica bem alinhado, com apoio mais central", diz.

Essas diferenças podem influenciar o desempenho e até causar lesões. No entanto, nem toda alteração de pisada precisa ser corrigida, sendo fundamental avaliar se está causando dor, queda de rendimento ou algum tipo de sobrecarga. Além disso, a divisão de calçados para “pronador, supinador ou neutro" vem sendo cada vez mais questionada. Ainda assim, para pessoas com pisada muito pronada ou supinada que geram desconforto, podem ser indicados tênis com mais estabilidade (para pronadores) ou com bom amortecimento e flexibilidade (para supinadores). Quem tem pisada neutra geralmente se adapta bem à maioria dos modelos.

A estrutura dos tênis: sola e cabedal 

Não há um único material que determine a qualidade da sola do tênis. Segundo o ortopedista e médico do esporte Marcos Lopes, materiais como borracha de carbono e EVA são boas opções, especialmente por oferecerem amortecimento durável.

A espessura da sola também varia conforme o objetivo: modelos com sola mais grossa são indicados para corridas longas, pois oferecem maior absorção de impacto, enquanto solas mais finas são recomendadas para treinos de velocidade, por favorecerem maior leveza e resposta.

Em relação ao cabedal, a parte superior do calçado, o ideal é que seja leve, respirável e proporcione um bom ajuste ao pé, evitando pontos de pressão ou atrito. Essas características influenciam diretamente tanto no conforto quanto no desempenho durante a corrida.

Testes simples na loja e o ajuste perfeito 

Para identificar se o tênis é realmente adequado, a experiência prática é a melhor forma de avaliação, enquanto o conforto é o principal critério. O ideal é calçar os dois pés, caminhar pela loja e, se possível, fazer uma leve corrida para testar como o calçado se comporta em movimento. Observe atentamente se há pontos de pressão, folgas ou qualquer incômodo. O tênis deve se ajustar bem ao formato dos pés, oferecendo firmeza sem apertar e espaço suficiente para os dedos se moverem livremente, garantindo conforto imediato.

Outros testes também podem ajudar na escolha do calçado ideal. Um deles é o teste de flexão, no qual o tênis deve dobrar na mesma região em que o pé naturalmente se flexiona. Outro é o teste de torção: o calçado não deve torcer com facilidade, pois isso pode indicar falta de suporte estrutural. Além disso, é importante observar o ajuste geral ao pé. O calcanhar deve permanecer firme, sem escapar, e os dedos precisam de espaço suficiente para se moverem livremente. O conforto deve ser percebido desde o primeiro momento.

Horário da compra e a vida útil dos tênis 

A recomendação popular de comprar tênis no fim do dia tem base científica. Isso porque, ao longo do dia, os pés tendem a inchar levemente devido às atividades realizadas. Escolher o calçado no fim da tarde ou à noite ajuda a refletir melhor o tamanho real dos pés durante o uso, evitando a compra de um modelo muito apertado, que pode gerar desconforto ou até lesões.

Em relação à durabilidade, substituir o tênis no momento certo é essencial para manter a segurança e prevenir lesões. Os sinais de que é hora de trocar incluem desgaste visível na sola, redução no amortecimento, deformações na entressola, sensação de instabilidade no calcanhar ou o surgimento de dores incomuns. Além disso, há uma estimativa de quilometragem útil: em média, um tênis de corrida tem vida útil entre 500 e 800 km, variando de acordo com o modelo, o tipo de solo, o estilo de treino e o peso do corredor.

Um tênis para cada terreno e atividade 

A diversidade de modelos de tênis acompanha as diferentes exigências de cada tipo de atividade e terreno. Para corridas em esteira ou asfalto, o mais indicado são calçados leves, com bom amortecimento e retorno de energia, priorizando o conforto e a absorção de impacto durante a passada.

Em trilhas, é fundamental optar por tênis com solado robusto e aderente, que ofereçam boa tração, proteção contra pedras e obstáculos, além de resistência à água e durabilidade em terrenos irregulares.

Na praia, a recomendação é correr descalço na faixa de areia mais firme, próxima ao mar, ou utilizar tênis extremamente leves e bem ventilados, já que o esforço e o desgaste são maiores nesse tipo de solo.

Para atividades na academia, o ideal são modelos com maior estabilidade, sola mais reta e menor amortecimento, proporcionando segurança para movimentos laterais e exercícios de força, como agachamentos e levantamento de peso.