Sem seu artilheiro, Rogério Ceni terá que modificar o ataque do Bahia no Ba-Vi

O Bahia vem enfrentando há algum tempo uma série de desfalques, especialmente por conta de lesões. Para o clássico contra o Vitória, na próxima quinta-feira (16), às 21h30, no Barradão, pela 27ª rodada do Brasileirão, o técnico Rogério Ceni deve contar com o retorno de alguns jogadores recuperados e de outros que voltam de suspensão. No entanto, peças importantes como Juba, Caio Alexandre, Everton Ribeiro e Pulga seguem como dúvidas ou ausências confirmadas. Entre elas, a mais sentida deve ser a de Willian José, que não tem um substituto natural no elenco.

Autor do gol decisivo na vitória por 1x0 sobre o Flamengo na última rodada da Série A, o camisa 12 tricolor se isolou como artilheiro do time na temporada, com 14 gols em 50 jogos. Porém, ao receber o terceiro cartão amarelo, ele está suspenso e não poderá atuar no Ba-Vi. A situação se complica porque o elenco já não conta mais com Lucho Rodríguez, que se transferiu para o futebol árabe, deixando Ceni sem um centroavante de ofício para o clássico.

Embora o Bahia já tenha atuado sem um “camisa 9” típico sob o comando de Rogério Ceni, essa estratégia tem sido rara em 2024. Desconsiderando as quatro partidas em que o time sub-20, dirigido por Leonardo Galbes, representou o elenco principal, o Bahia disputou 64 jogos na temporada — e em 62 deles começou com um centroavante de origem: Willian José, Lucho Rodríguez ou Everaldo (negociado com o Fluminense em fevereiro).

Nas duas partidas em que o Bahia iniciou sem um centroavante, Rogério Ceni escolheu Tiago para atuar como atacante mais centralizado. Em ambas as ocasiões, o jovem formado na base respondeu bem: marcou gols e teve boas atuações, desempenhando o papel de um “falso 9” — movimentando-se fora da área e se aproximando dos meio-campistas para participar da construção das jogadas.

Além dessas partidas, Tiago também brilhou quando atuou mais centralizado na vitória por 5x0 sobre o Confiança, na final da Copa do Nordeste. Na ocasião, ele marcou três gols e foi o destaque da partida, mesmo com Lucho em campo, que atuou mais aberto pelo lado direito. Com esse histórico, é natural esperar que Tiago seja o escolhido de Rogério Ceni para substituir Willian José no comando do ataque no Ba-Vi.

• Bahia 2x0 Juazeirense, pela primeira fase do Baianão: um gol marcado
• Bahia 3x1 Náutico, pela fase de grupos da Copa do Nordeste: dois gols marcados
• Bahia 5x0 Confiança, jogo de volta da final da Copa do Nordeste: três gols marcados

Outra alternativa seria escalar Cauly como falso 9, função que ele já desempenhou em algumas oportunidades desde a chegada de Ceni, em 2023. No entanto, o momento do camisa 8 não é dos melhores: ele completou apenas duas partidas inteiras no ano, está há três meses sem dar assistências, cinco sem marcar, participou de apenas um dos últimos cinco jogos e foi titular somente uma vez nas últimas 15 rodadas da Série A.

Vale lembrar que atuar sem um centroavante fixo não seria exatamente uma novidade. Desde a saída de Lucho, Willian José foi titular em todas as sete partidas seguintes, mas sempre acabou sendo substituído. Em quatro delas, Tiago entrou em seu lugar, e nas outras três, Cauly foi quem terminou o jogo mais adiantado.

Diante dos desfalques e da ausência do seu principal homem de área, Rogério Ceni terá de aproveitar a pausa da Data Fifa para encontrar alternativas ofensivas para o clássico. Neste sábado (11), o elenco tricolor completou o terceiro dia seguido de treinamentos no CT Evaristo de Macedo, dando sequência à preparação para o Ba-Vi.