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Estúdio Correio
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 06:00
Imagine seu filho engasgar durante o almoço. Ou acordar de madrugada com febre alta e convulsão. Situações assim são o pesadelo de qualquer pai ou mãe — e também fazem parte da rotina dos serviços de emergência. >
No Brasil, os acidentes e emergências estão entre as principais causas de morte em crianças de 0 a 9 anos, segundo o Ministério da Saúde. Engasgos, quedas, afogamentos, queimaduras e crises respiratórias lideram as estatísticas.>
Dra. Diana Serra,
médica da Vitalmed.Crianças em momentos do cotidiano
1. Engasgo com alimento ou objeto pequeno>
É uma das principais causas de morte acidental em bebês e crianças pequenas.>
O que observar: criança não consegue chorar, falar ou tossir; fica roxa ou imóvel.>
O que fazer >
· Em bebês de até 1 ano: segure de barriga para baixo, apoiado no braço, com a cabeça mais baixa que o tronco, e dê 5 tapas firmes nas costas, entre as escápulas. Se não resolver, alterne com 5 compressões torácicas (no peito).>
· Em crianças maiores: faça a manobra de Heimlich — fique atrás, abrace a criança na altura do abdômen e pressione com força para dentro e para cima, repetidas vezes.>
· Se perder a consciência, inicie RCP (reanimação cardiopulmonar) se souber.>
· Nunca tente retirar o objeto às cegas com os dedos, pois pode empurrá-lo ainda mais.>
2. Crise respiratória (asma, bronquiolite, alergia)>
Muito comum em crianças, especialmente no inverno.>
O que observar: falta de ar, chiado, respiração rápida, esforço para expandir o peito, coloração azulada nos lábios.>
O que fazer>
· Coloque a criança sentada e inclinada para frente, apoiando os braços.>
· Se já tiver bombinha prescrita pelo médico, use imediatamente.>
· Afaste a criança de poeira, fumaça ou odores fortes.>
· Mantenha o ambiente arejado.>
· Não ofereça líquidos até a estabilização, para evitar risco de aspiração.>
3. Febre alta com convulsão (convulsão febril)>
Geralmente assusta, mas é comum entre 6 meses e 5 anos.>
O que observar: corpo rígido, tremores, olhar fixo ou virado, perda de consciência.>
O que fazer: >
· Deite a criança de lado, em superfície segura.>
· Não coloque nada na boca — não impede a convulsão e pode causar sufocamento.>
· Afaste objetos ao redor para evitar lesões.>
· Observe a duração da convulsão (se passar de 5 minutos, é emergência absoluta).>
· Após a crise, a criança pode ficar sonolenta — mantenha vigilância.>
4. Queda com suspeita de fratura ou trauma>
Muito frequente em casa (camas, cadeiras, escadas).>
O que observar: dor intensa, deformidade, incapacidade de apoiar o membro, sangramento ou perda de consciência.>
O que fazer:>
· Não mova se houver suspeita de trauma na coluna.>
· Se for braço ou perna, imobilize com o que tiver disponível (um lenço, pedaço de madeira ou até revista enrolada).>
· Se houver sangramento, faça compressão direta com pano limpo.>
· Se houver perda de consciência após queda na cabeça, mantenha a criança deitada e não ofereça líquidos.>
5. Intoxicação (medicamentos, produtos de limpeza, plantas, venenos)>
Um dos maiores riscos domésticos para crianças.>
O que observar: vômitos, sonolência, salivação excessiva, convulsão, alteração da cor da pele.>
O que fazer:>
· Não provoque vômito.>
· Não dê leite nem nenhum outro líquido.>
· Se possível, leve a embalagem do produto ingerido ao hospital.>
· Lave apenas a pele ou olhos se houve contato externo.>
6. Afogamento (piscina, banheira, balde)>
O risco maior está em casa: até baldes com água podem ser fatais para bebês.>
O que observar: criança inconsciente, pele arroxeada, ausência de respiração.>
O que fazer:>
· Retire imediatamente da água.>
· Se não respira, inicie reanimação cardiopulmonar (RCP) se souber fazer.>
· Se respira, mantenha em posição lateral de segurança, aquecida com cobertor.>
7. Queimaduras>
Comum em cozinha ou banho com água muito quente.>
O que observar: bolhas, vermelhidão intensa, dor ou carbonização da pele.>
O que fazer:>
· Resfrie a área com água corrente em temperatura ambiente por 10 a 20 minutos.>
· Não use gelo, pasta de dente, manteiga ou óleo.>
· Cubra levemente com pano limpo ou gaze.>
· Se a área for extensa ou em rosto/genitália, é emergência absoluta.>
Tenha sempre em mãos os números de emergência:>
· Vitalmed Associados: 2202-8888 | 3450-8888>
· Associe-se à Vitalmed: 2202-8686>
· Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): 192>
· Bombeiros: 193>
Mantenha uma farmacinha básica, mas nunca medique sem orientação médica. Faça um curso básico de primeiros socorros para pais e cuidadores. Oriente babás, avós e responsáveis sobre como agir em emergências. Emergências pediátricas são imprevisíveis. Mas estar preparado pode transformar um desespero em uma resposta rápida e eficaz.>
“Pais preparados salvam vidas. Reconhecer sinais, saber o que fazer e acionar rapidamente a equipe de emergência é o maior gesto de amor e proteção que alguém pode ter por uma criança”, finaliza a Dra. Diana.>
Este conteúdo não reproduz a opinião do Jornal Correio e é responsabilidade do autor. >