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Estúdio Correio
Publicado em 27 de julho de 2023 às 12:26
Conhecida por suas praias e pela famosa Ponte Hercílio Luz, que liga a ilha e a zona continental, Florianópolis, capital de Santa Catarina, que também já foi chamada de “Ilha da Magia”, acaba de ganhar o título de 1ª Cidade Mais Inovadora e de Capital Humano, além de 2ª Mais Empreendedora do Brasil, conforme o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, ficando atrás só para São Paulo. >
O ranking, lançado recentemente, foi criado pela Endeavor e produzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), como objetivo de estudar e comparar ecossistemas empreendedores no Brasil. Na edição deste ano, foram pesquisadas 101 cidades mais populosas do país, com avaliação de sete determinantes para desenvolvimento de um negócio: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. Além de aumentar a autoestima da população, a notícia entrou no radar de quem respira inovação e, claro, na programação do Agenda Bahia, que acontece no dia 11 de agosto, e terá um talk com o tema “Ponte para a Inovação: O Futuro e todos juntos - O Case de Florianópolis”. >
Para ajudar o público do evento entender como Florianópolis passou de uma ilha baseada em serviços públicos e um turismo considerado fraco para um polo de inovação e empreendedorismo, o palestrante será Daniel Leipnitz, Diretor Corporativo e de Relações Humanas na Visto Sistemas, presidente do Conselho Deliberativo da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia), vice-presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e, entre muitas outras atividades, coautor e organizador do livro “A Ponte para Inovação”. >
Caminho de Crescimento >
Leipnitz conta que a transformação da cidade não foi de uma hora para a outra. Ao contrário, existe toda uma história, que revela um cenário de conexão em rede até gerar essa potência. “Foi o desejo de pessoas de não quererem sair de sua cidade. Tinha uma universidade muito boa na área de engenharia aqui e, lá atrás, oito estudantes formaram quatro empresas, pois queriam encontrar alguma forma para conseguir sobreviver na cidade que amavam. A partir daí, eles começaram a empreender, vender coisas e criar equipamentos muito baseados em hardware. Essas quatro empresas, que no primeiro ano faturam R$ 50 mil somadas (de forma corrigida hoje), se transformaram em mais de cinco mil empresas e R$ 12 bilhões de faturamento”, explica. >
Desde então essa cultura se espalhou e Floripa precisou aprender a se manter em evolução. O crescimento só foi possível, porque a cidade passou a viver como um ecossistema. Assim como uma plantinha que se tem em casa, que precisa tomar sol, ser regada e adubada, os atores do desenvolvimento foram monitorados, com constantes avaliações e correções de pontos fracos. “Por exemplo, a cidade está precisando de mais fundos de investimentos, vamos fazer uma ação para puxar mais fundos de investimentos através de eventos, captação direta etc. Ou então, a cidade está precisando de mais mão de obra, vamos começar a investir constantemente na formação de pessoas. Para manter a evolução crescente, obrigatoriamente, é preciso pensar como um ecossistema da natureza”, explica o palestrante. >
Cada modelo de crescimento é único >
Em um país da extensão do Brasil, as discrepâncias de desenvolvimento entre estados e cidades são latentes e toda vez que um case de sucesso ganha notoriedade, é comum pensar que o modelo pode ser replicado para outros lugares e resolver todos os problemas. Mas a verdade é que isso não é possível. Mesmo com muito dinheiro, já se investiu muito na tentativa de implantar a cultura do Vale do Silício em outras partes do mundo, e não deu certo. >
“Nenhum ecossistema é replicável. Cada ecossistema tem a sua característica própria. Em Florianópolis, nós aprendemos com muitos lugares do mundo, mas tudo foram insights. A gente veio e criou as nossas próprias políticas púbicas para que dessem certo”, enfatiza Daniel Leipnitz. >
Considerando suas características próprias, cada cidade pode elaborar condições para gerar novos empreendedores, oferecendo programas de mentorias, incubadoras de projetos, orientação para abertura de novos negócios, opções de captação de recursos e qualificação de mão de obra. >
Florianópolis levou 40 anos para estabelecer um ecossistema para inovação, mas hoje isso já pode ser feito em menos tempo, por outros lugares. O que mais importa para que uma cidade cresça e seja próspera, de acordo com Daniel Leipnitz, é a mudança na forma de pensar dos cidadãos, é a educação cidadã. Ao ter isso, todos começam a colaborar. Onde existe um plano de futuro no qual todo cidadão se sinta participante, pertencido e tenha orgulho de ser daquela cidade, as coisas mudam. Quando as pessoas sabem que fazem parte da construção deste futuro, a cidade voa. >
Curiosidades sobre Florianópolis >
Agenda Bahia completa 14 edições>
Tecnologia, games, afro empreendedorismo e economia criativa serão o foco de palestras, painéis e talks na 14ª edição do Agenda Bahia, evento anual realizado pelo Jornal CORREIO, visando discutir inovação, relações interpessoais e sustentabilidade. Com o tema central “Conectados”, o encontro será no dia 11 de agosto, das 8h às 19h45, no SENAI CIMATEC, no bairro de Piatã. As inscrições gratuitas podem ser feitas através do site: www.agendabahiacorreio.com.br, plataforma que também fará a transmissão ao vivo.>
O Agenda Bahia 2023 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Unipar, apoio institucional da FIEB e Sebrae, apoio da Wilson Sons, Salvador Bahia Airport, Suzano, Sotero, Solví e 4events e parceria da Braskem e Rede+.>
Por Márcia Luz, para o Estúdio Correio.>