VLI pode construir dois novos trechos ferroviários na Bahia

Malha do estado ganharia mais de 200 quilômetros de ferrovia para atender o agronegócio

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  • Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2023 às 09:05

. Crédito: Imagens/divulgação

A VLI – controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – já iniciou uma série de estudos técnicos de engenharia, socioambiental e análises de viabilidade, para, com os resultados, dar andamento aos contratos que já foram assinados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os trechos autorizados somam mais de 200 quilômetros e para a implantação estima-se investimentos de cerca de R$ 5 bilhões para ligar as cidades de Correntina a Arrojolândia e Barreiras a Luís Eduardo Magalhães, todas no oeste da Bahia. As autorizações foram planejadas para se conectar a grandes projetos estruturantes em curso: os trechos I e II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), possibilitando o escoamento da carga da região de forma eficiente e sustentável ao porto de Ilhéus ou uma alternativa portuária.“Com as possibilidades trazidas pelo novo marco legal das ferrovias, além de garantir a continuidade dos serviços já prestados pela FCA durante o contrato atual de concessão, comprovamos o objetivo de auxiliar o desenvolvimento da logística baiana e de todo o Brasil”, afirma Anderson Abreu, gerente-geral de Relações Institucionais da VLI.Uma vez executados, os projetos entre Correntina-Arrojolândia e Barreiras-Luís Eduardo Magalhães terão 83 e 141 km, respectivamente, ambos em bitola larga. O oeste da Bahia é uma referência no agronegócio nacional, sendo que a soja ocupa cerca de 65% da área total cultivada na região. O volume corresponde a 5% da produção nacional e 58% da produção da região Nordeste. As culturas de milho e algodão também se destacam. Produção agrícola baiana contaria com ferrovia para alcançar o litoral FIOL é a solução

Para Edeon Vaz, diretor executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), a produção agrícola baiana tem um grande desafio logístico.

“Os grãos precisam chegar aos portos por ferrovia.” Na visão do especialista, a demanda por infraestrutura está endereçada com a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL). “Se for feita parte da FIOL 3 (que ligará Barreiras a Figueirópolis – TO), até Roda Velha, na BR-020, com extensão de 70 km a partir de Barreiras, seria possível transportar toda produção dos principais municípios da região para Ilhéus ou ainda passar pela FIOL, FCA e alcançar o Complexo Portuário de Aratu, que hoje, por meio do Porto de Cotegipe, exporta cerca de 5 milhões de toneladas de soja e milho”.

Novo olhar para o futuro

Para Rafael Vasconcelos, engenheiro civil com especialização em Gestão de Transporte Urbano e em Logística de Transporte, os desdobramentos do Regime de Autorização do Novo Marco Regulatório e as discussões sobre a renovação da malha FCA na Bahia podem proporcionar um momento de virada para a infraestrutura do estado. “Um Planejamento Estadual Estratégico Ferroviário (PEEF) é a melhor forma de vender as potencialidades da região”. O especialista acredita que há alternativas como divisão da malha e trechos shortlines que garantam novas conexões. “A Bahia é maior que apenas esses dois traçados (FCA e Fiol) e precisa ser discutida de forma plural”, pontua.

Renovação FCA

Atualmente, a renovação antecipada da FCA, segue em análise pela ANTT. A expectativa é que por meio da renovação sejam endereçadas as soluções para gargalos históricos para a Bahia e a infraestrutura ferroviária brasileira.

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