Ótimo drama, Straight Outta Compton conta a história do N.W.A., o grupo mais famoso da história do gangsta rap

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 00:05

- Atualizado há um ano

Violência, racismo, tráfico e música compõem o Straight Outta Comton: A História do N.W.A (Foto: Reprodução) Produção modesta de US$ 28 milhões que arrecadou US$ 161 milhões nos EUA (e mais US$ 38 milhões no mundo até agora) e se transformou no sucesso inesperado do Verão americano este ano, Straight Outta Compton: A História do N.W.A. levou o diretor F. Gary Gray, 46 anos, a desejar numa entrevista em Hollywood: “Quem me dera que este fosse apenas um filme de época!”.

É que o filme, com suas 2 horas e 27 minutos, não combina com o escapismo do Verão. Sem estrelas no elenco, o drama cinebiográfico espelha não só um grupo fundamental do hip hop e do gangsta rap, mas também um dos temas mais quentes dos EUA de hoje: as relações raciais.

Conhecido por vídeos do Cypress Hill, OutKast, Queen Latifah e Jay Z, Gary Gray  sabe o que diz - é negro também e filmou uma parcela da cultura urbana que conhece bem.

A trajetória do grupo nascido no bairro central decadente de Los Angeles serve como uma mostra do que eram as relações de poder entre polícia e jovens negros na virada dos anos 1980/1990, com falta de perspectiva social, tráfico de drogas e gangues de rua.

Assim, têm-se uma noção melhor de por que negros como Ice Cube (vivido por O’Shea Jackson Jr., seu filho), Dr. Dre (Corey Hawkins), Easy-E (o ótimo Jason Mitchell), MC Ren (Aldis Hodge) e DJ Yella (Neil Brown) criaram uma música tão agressiva.

Um tipo de som que, ao lado de outras vertentes do gênero, colocaria o hip hop no topo do showbiz americano no século 21 e influenciaria a cultura pop mundial numa escala alcançada anteriormente apenas pelo rock. 

Financiado pelo dinheiro que o vocalista Easy-E conseguiu traficando, o N.W.A. (Niggaz Wit Attitudes - ‘Negros Com Atitude’) escandalizou a sociedade dos EUA com suas rimas narrando a situação dos jovens negros nos bairros mais pobres das grandes cidades e também, por vezes, fazendo apologia à violência. Uma revolução sonora que bateu de frente com a polícia (a sequência do show em Detroit é sensacional), claro, e chamou a atenção até do FBI.

Com Dr. Dre (empresário bilionário e produtor responsável por lançar Snoop Dogg e Eminem), Ice Cube (ator e produtor) e Tomica Woods-Wright (viúva de Easy-E, que morreu de Aids em 1995) na produção executiva, Straight Outta Compton foca bem na ascensão dos rappers, sua intervenção social e brigas internas, com o sucesso servido em cenas de orgias sexuais e inebriação.

Com tais biografados na produção executiva, o filme atenua ou deixa de lado as faces mais polêmicas das letras do N.W.A., como racismo, homofobia e misoginia, incluindo a lista de agressões de Dr. Dre a mulheres.

Nada disso, entretanto, tira a força de Straight Outta Compton, que ainda mostra rapidamente dois personagens importantes na etapa posterior do gangsta rap: Snoop Dogg e o lendário Tupac Shakur, assassinado em 1996.   

Cotação: 

Horários da semana de estreia (de 29/10 a 04/11):  UCI Orient Shopping da Bahia 11 (dub)  19h10   UCI Orient Shopping da Bahia 11   22h10  Cinépolis Bela Vista 5 (dub)  17h10  Cinépolis Bela Vista 5  20h30