Sambista Aline Calixto recebe Zeca Pagodinho, Emicida e Arlindo Cruz em novo CD

A carioca está na estrada com a nova turnê e garante estar louca para voltar a Salvador

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  • Camila Botto

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 11:25

- Atualizado há um ano

 A cantora carioca Aline Calixto, 34 anos, não abandona seu samba de raíz, mas amplia o leque com composições mais populares em seu terceiro álbum Meu Ziriguidum, lançado de forma independente e com produção assinada por Paulão 7 Cordas e Thiago Delegado.“O samba é samba. Eu entendi que as músicas escolhidas para esse momento são de uma linguagem mais popular. Escolher repertório é sempre complexo, pois recebo muita coisa boa. É um disco alegre, mas com momentos românticos”, pontua Aline, radicada em Minas Gerais. (Foto: Henrique Gualdirei/ Divulgação)Em Meu Ziriguidum, ela interpreta canções de veteranos como Arlindo Cruz, Moacyr Luz e Serginho Beagá, além de novos nomes a exemplo de Rogê, João Martins e Leandro Fregonese. Os convidados especiais do trabalho são Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e o rapper paulistano Emicida.“Zeca e Arlindo são parceiros antigos. Gravo músicas deles desde o meu primeiro trabalho. Agora tenho um presentão de ter eles como convidados. Ambos são  generosos e queridos”, afirma. Com Zeca, ela interpreta No Pé Miudinho, assinada por Moacyr Luz e Délcio Luiz. Já com Arlindo, Aline divide Toda Noite. Composta por Maurição, a música fala daquele amor que não está mais presente, mas não sai da cabeça.

Já com Emicida, ela divide o clássico Conto de Areia, em homenagem à sambista Clara Nunes (1942-1983). “Eu já tinha cantado com ele em shows e resolvemos materializar isso de outra forma. Falei da música Conto de Areia e ele super topou. Admiro muito o trabalho dele. Acho um cara esforçado e trabalhador”. O álbum conta ainda com Musas (Arlindo Cruz e Rogê), que exalta as mulheres; Lenda das Matas (João Martins e Raul Dicaprio), samba com referência a Umbanda; Papo de Samba (Carlos Caetano, Moisés Santiago e Flavinho Silva), já gravada pelo Fundo de Quintal; e Entre Você e Eu (Leandro Fregonesi), que retrata o fim de um romance. Radicada em MinasA carioca está na estrada com a nova turnê e garante estar louca para voltar a Salvador. “Sempre me acolheu muito bem, sempre com muita festa. Que as forças do universo conspirem para logo eu estar ai”, diz, entre risos.O fato de morar fora do eixo Rio-São Paulo não a atrapalha. Apesar de reconhecer que o berço do samba moderno está em sua terra natal, Aline acredita que os tempos são outros. “Antigamente deveria até me atrapalhar, mas nos tempos atuais é bem tranquilo. Os meios de comunicação e deslocamente evoluíram muito. A internet super facilita a vida. Passagem de avião hoje é bem acessível também, portanto é perfeitamente possível”, acredita ela, ressaltando a importância de estar perto de sua família em Minas. Sobre o ritmo que a revelou em 2009 e que está completando 100 anos, ela fala em respeito. “O samba é respeitado e é genuinamente brasileiro. Ele cresceu muito e se estabilizou. De uma forma geral, as coisas estão complicadas  na indústria fonográfica. A forma de vender o trabalho está mudando. E isso afeta também nosso mercado. Já o processo criativo, vejo de maneira positiva. Cada vez mais uma galera jovem entrando no samba e contribuindo. É um momento que está frutificando bem. Estamos colhendo bons frutos na seara dos compositores”, diz. O álbum de estreia de Aline, lançado em 2009, ganhou o prêmio APCA na categoria melhor disco do ano. Já o segundo, intitulado Flor Morena (Warner Music), de 2011, ganhou as rádios nacionais  quando a música que batiza o trabalho entrou na trilha sonora da novela Fina Estampa, da Globo/TV Bahia.