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Marcelo Sant'Ana: nossas virtudes

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2014 às 04:35

 - Atualizado há 3 anos

Kim e Mauborgne aponta três estratégias para definir o oceano azul: foco, singularidade e mensagem consistente. São estes três os critérios apresentados logo no início de “A estratégia do oceano azul”, que trata da busca de vantagens competitivas no mercado - de preferência, um mercado inexplorado, onde a concorrência se torna irrelevante.

Lembrei-me do livro logo após as estreias de Vitória e Bahia no Brasileiro, tratadas de maneira uníssona em Salvador como uma “volta à realidade”. Ou seja: temos dois times fadados a um campeonato de sofrimento. Embora me considere dos mais exigentes - e até chatos - da imprensa baiana, vou tentar seguir pelo caminho oposto e indicar o que me faz acreditar em boas campanhas. Claro, sendo honesto comigo, com meus valores e com você, vou navegar por este oceano azul.

A dupla Ba-Vi perdeu para, provavelmente, dois dos quatro times mais candidatos ao título pela maioria das pessoas, sejam entendidas ou corneteiras. Inter e Cruzeiro estão em patamar, hoje, similar apenas aos de Atlético-MG e Grêmio. São degraus acima de São Paulo, Santos e Fluminense, outros clubes também bem cotados. Perder não é mérito, evidente. Mas perder pela diferença mínima (1x0 fora de casa e 2x1 em casa) não é uma tragédia. É sinal de alerta. Apocalipse? Exagero.Fazemos muitas vezes comentários, técnicos e táticos, sem saber as orientações dos treinadores ao elenco e desconsiderando a individualidade de cada jogador, o que já deixa nossa opinião ‘viciada’. Com frequência, também ignoramos os detalhes que marcam os lances, como uma bola perdida que originou o contra-ataque ou o acaso. Viramos analistas de VTs, de melhores momentos. O futebol tem 90 minutos. Como o cinema não é só o beijo, o suspense, o sucesso ou o fracasso. A vida é mais uma montanha-russa.O Bahia, por exemplo, nunca foi bom na bola aérea defensiva. Exceto pelos zagueiros e por Talisca, o time é baixo. Fahel só decide na frente. E nem Titi e nem Talisca sabem cabecear. Anormal é o Bahia sofrer poucos gols de lances por cima, o que, talvez, demonstre justamente um mérito do bom posicionamento. Os gols do Cruzeiro foram exceção ao que geralmente acontece.No caso tricolor, também existe muita margem para evolução. Pittoni, o melhor meia do elenco, virou banco. Pittoni como segundo (ou terceiro, a depender do sistema) homem de meio tem tudo para dar ao Bahia melhor saída de jogo e mais posse de bola ofensiva, através da troca de passes. A chegada de Romagnoli, contratação já fechada, na pausa para a Copa será outro ganho técnico. Vão ter acontecido 9 rodadas. Mas sobrará 75% do Brasileiro por disputar.O pagamento de salários em dia, uma realidade, e o eventual sucesso na renegociação de Fazendão e Cidade Tricolor - duas boas possibilidades - são mais diferenciais. Mexem com a autoestima do elenco, dos funcionários e também do torcedor. O ambiente se torna mais forte às críticas.O Vitória tem tido um ano complicado sem o Barradão. Emocionalmente, o ano é especial. Há 20 anos o time não ficava tantos jogos longe de sua casa, de sua gente, de sua identidade. É no Barradão que o Vitória se reconhece como vencedor. Não é fácil todas as partidas com sensação de visitante. Pituaçu está em Salvador, mas não está dentro dos rubro-negros. E a casa voltará ainda melhor.O time tem dois excelentes laterais. Ayrton e Juan são os goleadores da temporada na Toca, exercem influência positiva no campo e, de quebra, no vestiário. Dinei é, indiscutivelmente, para os padrões brasileiros, um bom centroavante e vai garantir pelo menos 10 gols no Brasileiro, fora as jogadas ofensivas. Escudero, como o Barradão, vai voltar. Como argentino, com ainda mais vontade.Kim e Mauborgne também escrevem: “Se as pessoas não acreditam que o desafio estratégico é superável, a execução da mudança torna-se impossível”. O Bahia, mudado da portaria à presidência; e o Vitória, com faxina no departamento de futebol, há anos não mudavam tanto para buscar crescer. O risco é inevitável. No futebol então...