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Entenda por que alguns casos se tornam tão graves
Maysa Polcri
Publicado em 5 de março de 2024 às 05:00
Em dois meses, a Bahia já registrou o equivalente a 36% de todas as mortes por dengue no ano passado no estado. Na sexta-feira (1°), a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) confirmou a causa do óbito de Gabriela Gomes Santos, 29, em Barra do Choça. A farmacêutica morreu no dia 20 de fevereiro e foi a oitava vítima fatal da dengue em 2024 na Bahia. O estado registrou 22 óbitos em todo o ano passado.
Em Feira de Santana, Keziane Mota dos Santos, de 17 anos, também foi vítima fatal da doença. Vitória Oliveira Souza tinha 5 anos e morreu em decorrência da dengue em Jacaraci. Outro óbito foi registrado na cidade, mas não há informações sobre a vítima. Em Ibiassucê, a vítima foi um idoso de 87, que tinha comorbidades.
Mortes foram registradas em Vitória da Conquista, Irecê e Piripá. Todas as cidades citadas estão em estágio epidêmico de dengue, ou seja, possuem mais de 100 casos a cada 100 mil habitantes. Segundo a Sesab, 111 municípios baianos estão nessa situação.
A dengue pode ser fatal para qualquer pessoa e todos estão suscetíveis à picada do mosquito aedes aegypti. Apesar disso, a médica infectologista Clarissa Cerqueira explica que alguns grupos correm mais riscos de desenvolver a forma grave da doença. São eles: pessoas com comorbidades, crianças de até 5 anos, idosos e gestantes. Gabriela Gomes e Keziane Mota, que morreram em Barra do Choça e Feira de Santana, tinham anemia falciforme e hipotireoidismo, respectivamente.
A infectologista explica ainda o que a dengue grave causa no organismo dos pacientes. “A dengue faz uma lesão no tecido dos nossos vasos sanguíneos e, através dessas lesões, o líquido que está dentro do nosso sangue (plasma) sai. Isso leva a uma má oxigenação dos tecidos, disfunção de órgãos e sangramentos”, diz Clarissa Cerqueira. Por isso, os quadros graves evoluem rapidamente para a morte.