'Acredito na inocência do deputado', diz Coronel sobre Nilo; parlamentares manifestam apoio

Após pronunciamento de Marcelo Nilo, deputados da situação e da oposição dizem confiar no colega

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  • Thais Borges

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 18:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Após o pronunciamento do deputado Marcelo Nilo (PSL), no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), sobre a Operação Opinião, nesta quarta-feira (13), parlamentares baianos manifestaram solidariedade ao colega. O presidente da Casa, Ângelo Coronel (PSD), afirmou que “ninguém pode ser condenado antes de um julgamento”. 

“Quero deixar claro que acredito na inocência do deputado Marcelo Nilo. Mas o que acontecerá com os algozes de hoje? Qual será a sanção para eles? É muito bom acusar, mas, quando a acusação vem a ser falsa, vazia, os mesmos acusadores podem ser penalizados. Quem vai reestabelecer o conforto psicológico não só do deputado, mas das pessoas que tiveram seus apartamentos invadidos hoje?”, questionou, após o pronunciamento de Nilo. 

Diante dos 55 deputados presentes (oito estavam ausentes), Coronel ainda afirmou que é preciso de uma lei para os “acusadores”. “Ninguém pode se achar o arauto da moralidade”. 

O líder da maioria, o deputado Zé Neto (PT), afirmou que acredita que houve um excesso por parte dos responsáveis, embora a investigação seja o papel da polícia, do Ministério Público e da Justiça. “Sua coragem sempre foi sua marca, de fazer o que você está fazendo agora”, disse, dirigindo-se a Marcelo Nilo. 

“Deve ter ruins e bons em todo lugar e ruins e bons na política. Infelizmente, esse momento é ruim para todos os partidos, para toda essa situação que vive o Brasil. Os excessos acabam criando situações que não são convenientes nem só para você, nem para a Casa legislativa, mas para o país”. 

O vice-líder da oposição na Casa, Leur Lomanto Júnior (PMDB), disse que sempre acompanhou “a lisura” com a qual Nilo conduziu a assembleia durante os 10 anos em que foi presidente da Casa. “Saiba que o senhor tem a confiança dos seus amigos, dos seus pares. Tenho a certeza de que, ao fim disso, Vossa Excelência vai sair maior”, disse, no plenário. “Sei que Vossa Excelência está com a razão e está amparado pela história de sua vida pública”, completou. 

Confira outras manifestações de deputados baianos após o pronunciamento de Marcelo Nilo, no plenário da Alba:

Adolfo Viana (PSDB): “Vossa Excelência tem uma longa caminhada na vida pública e nesse momento enfrenta talvez o dia mais difícil de sua caminhada. Vossa Excelência não está condenado, não é réu. Tenho certeza que vai provar sua inocência”

Ângela Souza (PSD): “Não tem coisa pior do que a calúnia, especialmente para nós que somos políticos. A calúnia é uma coisa muito triste e Deus vai te honrar e o senhor vai provar sua inocência”

Bobô (PCdoB): “Quero manifestar minha solidariedade nesse momento difícil, mas é importante que a gente registre que a Bahia conhece sua história, que é forjada no trabalho, na honestidade e por esse comportamento ao longo desses anos todos que você dedica à vida pública e à Bahia”

Euclides Fernandes (PDT): “Evidentemente, Vossa Excelência recebe toda nossa solidariedade e nosso estranhamento dessa postura dos órgãos policiais e judiciais”

Fátima Nunes (PT): “Me solidarizo. Nós fazemos da nossa profissão uma missão de fé e de luta, portanto, não é fácil”

Hildécio Meireles (PMDB): “Qual prova que Vossa Excelência tenha de que os deputados que lhe querem bem e confiam é que nós todos abrimos mão do pequeno expediente e creio que a tarde inteira não dará para que todos os deputados se manifestem de forma solidária. Acredite que essa manifestação de seus colegas é verdadeira. É preciso que, nesse momento, tenhamos cabeça fria para não se especular nada”

Joseildo Ramos (PT): “Todos nós que estamos na política devemos estar sob a luz de qualquer investigação, mas não podemos, de hipótese nenhuma, manter a política sob a judicialização. Receba nossa solidariedade porque acho que esse é um ato condenatório”

Jurandy Oliveira (PRP): “Vimos o exagero da imprensa nacional e baiana que transmite inclusive uma agressão indireta a Vossa Excelência, em se tratando de um parlamentar com história brilhante. Houve um exagero e Vossa Excelência haverá de provar”

Luciano Ribeiro (DEM): “Venho prestar solidariedade e dizer que, numa democracia, na busca por apuração de fraudes, não se pode ferir direitos. Por isso, digo que a desproporcionalidade do ato para que se apure e se julgue é extremamente visível”

Luciano Simões Filho (PMDB): “Muito esclarecedor o seu pronunciamento não só para a imprensa, mas para seus colegas aqui. Sou mais um nesse exército de amigos que está ao seu lado e espero que jornais e blogs tratem esse assunto de uma forma mais digna, que tratem com decência o que aconteceu com Vossa Excelência, o que repudio porque não houve motivo para tanto”

Luiza Maia (PT): “Quero deixar registrada nossa solidariedade. Sei que nosso país vive uma situação muito complicada, mas aquele ditado diz que ‘quem não deve não teme’. Sua presença e sua fala são demonstrações de quem não deve nada. Tenho certeza que você é um homem forte e vai passar por isso numa boa”. 

Maria Del Carmen (PT):  “Vossa Excelência, que sempre utilizava com enorme eloquência essa tribuna, hoje vem aqui com enorme tristeza, mas tenha certeza que isso vai passar. Conte com nossa solidariedade e admiração”

Pablo Barrozo (DEM): “Sua história fala por si só. A Bahia toda conhece sua luta e o seu interesse pelos baianos. Infelizmente, hoje aconteceu o que aconteceu, acho que de uma forma desproporcional, haveria outras formas. Quero deixar clara minha solidariedade”

Robinho (PP): “Todos nós, sejamos políticos ou cidadãos, estamos suscetíveis a denúncia, mas imagine alguém ir em sua casa pegar documentos. Existem políticos e políticos e seria interessante que a mídia nacional pudesse denominar o político que foi condenado. Mas o político que foi denunciado, enquanto foi denunciado, tem direito de defesa. Mas, nós, políticos, a partir do momento da denúncia já fomos condenados porque o eleitor já coloca aquele político como corrupto. É um sofrimento muito grande. Hoje o problema foi com você, amanhã poderá ser com qualquer um aqui presente”