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Afogamentos em Salvador: veja dicas de prevenção e cuidados essenciais nas praias

Escolher lugares guarnecidos com agentes salva-vidas é uma das principais orientações de especialistas

  • Foto do(a) author(a) Maria Raquel Brito
  • Maria Raquel Brito

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 06:00

Mar agitado aumenta chances de afogamento
Mar agitado aumenta chances de afogamento Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Apenas em setembro, pelo menos quatro pessoas morreram em decorrência de afogamento em Salvador. De acordo com o Corpo de Bombeiros, fatores como a condição agitada do mar no inverno, que traz ondas de alta energia e marés mais fortes, são alguns dos principais motivos desses acidentes.

Para evitar esses incidentes, existe uma série de pontos de atenção indicados por especialistas. As recomendações do Corpo de Bombeiros da Bahia (CBM-BA) e da Coordenadoria de Salvamento Aquático de Salvador (Salvamar) vão da escolha de lugares guarnecidos com agentes salva-vidas a utilização de coletes apropriados no lugar de boias, que costumam apresentar uma falsa sensação de segurança.

“Vale lembrar que água acima do umbigo de fato é sinal de perigo. As pessoas devem tomar banho numa profundidade que seja realmente segura, ficar sempre atentas a sinalizações de perigo e se atentar com idosos e crianças, pois esses podem acabar se perdendo ou se machucando em pedras”, afirma Kailani Dantas, coordenador da Salvamar. Em relação às crianças, a orientação dos especialistas é que fiquem, no máximo, um braço de distância do adulto responsável, seja nas praias, em rios ou piscinas.

Para o CBM-BA, as medidas educativas são cruciais. Através do projeto Anjinhos da Praia, por exemplo, crianças a partir de sete anos aprendem de forma lúdica a prevenir acidentes no meio aquático.

“Dentro desse projeto, há um banho assistido e as crianças são orientadas, ao chegar em lugares de água, a observar tudo o que está em volta. Essa parte educativa é muito importante para nossa atividade, até porque um determinado comportamento em descuido pode criar essa condição de afogamento”, diz o tenente Emerson Patrício.

Outras dicas do Corpo de Bombeiros para prevenção individual são sempre solicitar orientação dos guarda-vidas sobre os locais seguros para banho de mar, não nadar em pontos onde houver bandeira vermelha e nunca entrar no mar sob efeito de álcool.

Homem morreu afogado na praia de Itapuã no dia 2 de junho por Reprodução

Além disso, segundo a tenente-coronel Patrícia Torreão, do Batalhão Marítimo do Corpo de Bombeiros Militares (13°BBM), entender o comportamento do mar para se precaver também é essencial. “Aprenda a identificar uma corrente de retorno: coloração da água diferente, ausência de quebra de ondas nesse trecho e fluxo de água em direção ao mar”, diz.

É neste sentido que atua o educador físico Bruno Machado, fundador do Alfabeto do Mar, curso que ensina as pessoas a compreender como funcionam os ciclos do mar, correntes, ventos e suas consequências. As aulas acontecem mensalmente no Museu Aleixo Belov, normalmente no último sábado do mês, das 10:30 às 13:30.

“Falo sobre a direção, intensidade e impacto dos ciclos da maré, ventos e ondulações. Por exemplo, nas marés de sizígia, durante os períodos de lua nova e cheia, a amplitude da maré aumenta, intensificando ainda mais as correntes marítimas e as ondulações que, dependendo da direção, potencializam as correntes de retorno nas praias. Foi o que aconteceu nesta semana, quando tivemos um swell com ondulação de sul, ondas de até dois metros e intervalo de 14 segundos”, explica.

Caso já seja muito tarde para a prevenção e você aviste uma situação de afogamento, é essencial agir com cautela. Bruno enumera algumas das orientações para casos assim:

1. Analise a situação: identifique onde está a pessoa e suas condições. Antes de agir impulsivamente, avalie se há riscos para você no resgate, pois mais uma vítima cria uma situação ainda mais grave;

2. Peça ajuda: acione imediatamente os serviços de emergência (disque 193 para acionar os Bombeiros) ou busque o salva-vidas mais próximo. Quanto mais cedo, maior a chance de sucesso.

3. Não entre no mar sem treinamento: O afogado, em pânico, pode se agarrar ao socorrista, colocando ambos em risco. Se você não for treinado, priorize métodos de ajuda indireta:

- Use objetos flutuantes: Jogue boias, pranchas ou até um galho para que a pessoa possa se apoiar.

- Estenda algo longo: Um remo, corda e até uma camiseta amarrada podem ser usados para puxar a vítima sem expor você ao perigo.

4. Sinalize para a vítima para tentar acalmá-la. Se possível, grite para a pessoa: “fique calmo(a), estou ajudando!”. Isso pode ajudar a reduzir o pânico até o socorro chegar.

Para resistir melhor caso você seja a vítima do afogamento, também há instruções importantes. “Existe uma regra de fazer um nado lateralizado, de forma perpendicular, para que a pessoa não se canse tão rápido. Porque, quando o assunto é o mar, sempre tem correntes fortes. Se eu tentar voltar pelo mesmo sentido, vai haver um desgaste, que pode gerar algum tipo de estafa e a pessoa vai começar a fadigar. Mas, o ideal é evitar entrar ao perceber que a corrente está mais forte. Prevenir é o melhor a se fazer”, indica o tenente Emerson Patrício.